Em 9 de junho de 1956, dez meses depois do golpe de Estado que derrubou Juan Domingo Perón da presidência da Argentina, o general Juan José Valle liderou uma sublevação destinada a reconduzir o líder, então exilado, ao poder. Rapidamente reprimido, o movimento não durou 72 horas e teve como trágica consequência a morte de 27 pessoas, entre civis e militares, quase todos fuzilados sob os auspícios da Lei Marcial que o governo do general Pedro Eugenio Aramburu decretou na ocasião.
O “putsch” fracassado do general Valle tinha tudo para se alojar numa nota de rodapé da história, como mais um entre tantos outros golpes e contragolpes militares ocorridos na América Latina durante o século 20. Mas a curiosidade de um repórter acabou elevando-o a uma outra categoria. Tornou-se um episódio exemplar a respeito da truculência do Estado e, não menos importante, uma aula de jornalismo
No final de 1956, Rodolfo Walsh (1927-1977) jogava xadrez e bebia cerveja num bar em La Plata quando ouviu a frase que determinou novo rumo a sua carreira e vida. “Um fuzilado está vivo”. Autor de novelas policiais, Walsh foi fisgado por aquelas poucas palavras, que referiam-se a um sobrevivente do golpe frustrado de junho. Ao resolver ouvi-lo, acabou mergulhando numa investigação jornalística fantástica.
“Operação Massacre”, publicado pela primeira vez em 1957, descreve em detalhes a saga kafkiana de uma dezena de cidadãos que, reunidos para ouvir uma luta de boxe pelo rádio na casa de um conhecido na noite do golpe, foram presos pela polícia e fuzilados, na madrugada do dia seguinte, sem saber por quê.
Walsh reconstitui em detalhes o perfil de cada um dos doze homens presos, depois descreve minuto a minuto os acontecimentos que os levaram a um descampado, onde foram fuzilados. Com a ajuda de outros sobreviventes, que localizou, e de sua investigação detetivesca, o jornalista consegue provar que a maioria não tinha ligação alguma com a tentativa de golpe e mesmo aqueles que sabiam não tiveram envolvimento direto com a ação do general Valle.
Walsh também consegue provar que a ação de captura e morte deste grupo foi ilegal, uma vez que ocorreu horas antes da decretação da Lei Marcial, que o Estado usou como justificativa oficial para os acontecimento
As primeiras reportagens de Walsh sobre o assunto foram recusadas por todos os principias jornais e revistas argentinos. Publicadas em órgãos independentes e de pequena tiragem, tiveram pouca repercussão. Em inúmeros prólogos, introduções e epílogos adicionados à edição original do trabalho em livro, o escritor descreve a sua brava saga solitária.
Vinte anos depois de publicada a primeira edição de “Operação Massacre”, em 1977, Walsh escreveu uma carta-aberta à ditadura militar então de plantão, comandada pelo general Jorge Videla, denunciado os seus crimes e sua contribuição para o desastre da economia argentina. Desapareceu no dia seguinte e integra, desde então, as estatísticas de uma das ditaduras mais cruéis da América Latina.
Publicado pela primeira vez no Brasil, dentro da coleção Jornalismo Literário, “Operação Massacre”
(Companhia das Letras, 284 págs., R$ 46) traz um esclarecedor estudo de Natalia Brizuela, mostrando como a investigação jornalística de Walsh é devedora de seu interesse pela literatura policial, e uma “nota biográfica” de Ruy Castro, que acrescenta elementos ao seu perfil.
Tags: Jornalismo Literário, Operação Massacre, Rodolfo Walsh
por Mauricio Stycer às 13:11
Tuesday, October 12, 2010
Saturday, October 9, 2010
Friday, October 8, 2010
Por que o discurso de Serra não nos atinge?
O favelismo cenográfico comprova muito mais do que o cinismo político: confirma o distanciamento entre Serra e os eleitores pobres
Segundo o nosso digno Mano Brown, na democracia de Serra, se houver duas crianças, sendo uma magra e faminta e outra robusta e bem alimentada, o “Zé” joga o único sanduíche para cima e aguarda para que a “justiça social seja feita”. Essa alusão comprova o que Serra ignora: os desiguais precisam ser tratados de maneira diferente, para que a justiça social ocorra. Além de concordar com Brown, não me espanto com essa atitude do tucano, afinal, para quem foi capaz de levar ao ar, no programa eleitoral, uma favela cenográfica, isso é coisa pouca.
O favelismo cenográfico comprova muito mais do que o cinismo político: confirma o distanciamento entre Serra e os eleitores pobres – que falam o português não canônico, que nem sempre fazem as três refeições por dia, mas que, contraditoriamente, figuram, em época de eleições, nas “missões humanitárias aliadas” do PSBD.
A fala de Serra, sempre rasa como uma piscina regan tamanho P, possui uma baixa ressonância numa parcela significativa da população brasileira. Jamais se deve esperar, no discurso circular do tucanato paulicêntrico, preocupações com o Brasil profundo. Certamente não foi durante os 8 anos do governo FHC - tendo Serra como Ministro em duas pastas de destaque, é bom lembrar – que os maiores programas sociais foram implementados, muito menos as ações afirmativas nas universidades, nem a ampliação do numero de universidades federais, ou o incentivo à educação quilombola, o respeito à diversidade e a democratização na distribuição de recursos para financiamento de projetos socioeducativos, culturais e de geração de renda. Essas e outras medidas foram tomadas nas duas gestões do governo Lula, somente os desavisados por opção ou os distanciados dos pobres por motivos de assepsia não percebem isso.
Uma pergunta para o (e)leitor: como o candidato tucano pode combater as desigualdades, se o passado da era FHC/Serra no governo federal nos legou um recorde imbatível no desmantelamento da educação em todos os seus níveis e modalidades? Como democratizar a universidade brasileira dentro de um projeto político que, por varias vezes, já nos deu provas incontestes de uma “privataria” desvairada?
O suplicio mesmo do Brasil é o PSDB. Esse partido, que movido por um paulicentrismo tipo exportação, tenta, a cada eleição, medir o Brasil pela régua de São Paulo. Obviamente pela régua da classe média paulistana, que se autoproclama esclarecida o suficiente para dizer ao resto do país o que precisamos. Ao ignorar diversidades regionais, ao voltar as costas para os reais problemas das classes populares, o discurso de Serra e dos seus aliados – em geral representantes de DEMo – só pode nos oferecer um conjunto de propostas incipientes para reverter os níveis de pobreza no país.
É por esses – e outros – motivos que a candidatura tucana, no primeiro turno, teve desempenho irrisório nas regiões mais pobres do Brasil, a exemplo de amplas áreas do norte e nordeste. Mas, como já era de se esperar, para justificar esses resultados, o discurso paulicentrista difunde a idéia de que nessas mesmas áreas pobres os eleitores são desprovidos de discernimento para votar.
Com isso, Serra e seus comparsas fixam mais uma figurinha no seu vasto álbum de equívocos e, numa só tacada, retomam infelizes idéias a respeito de nós, nordestinos, por exemplo. Eu, ironicamente, agradeço a Serra, com isso, ele comprova a distância enorme que nos separa. Distância que, fica confirmado, ele tem cada vez menos condições de ultrapassar.
Daniela Galdino. Professora da UNEB, Doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos pelo CEAO/UFBA, Professora da Rede Estadual da Bahia.
Wednesday, October 6, 2010
Friday, October 1, 2010
Professor Sidnei Martins, fala como influenciar seus clientes por meio da Publicidade e Propaganda.
A pergunta mais comum que se ouve de quem quer abordar seu consumidor é como fazê-lo?
Há várias maneiras das mais simples, as mais complicadas por parte daquele “achista” que pensa estar fazendo o certo, e consequentemente fica esperando o retorno, em termos de números não só de consumidores, mas também de lucros.
É necessário deixar claro, que a mensagem só alcançará seu destino final o cliente “consumidor” se mexer com ele, criando interesse no mesmo em conhecer a empresa ou o produto/serviço.
A mensagem criada com o objetivo de atingir os interessados deve influenciá-lo de três maneiras:
1- Racional: Quando a mensagem publicitária ou de propaganda visa à razão. Eé exemplo: o produto da marca Y faz com que você perca 2 quilos por semana e o consumidor constata este fato. Trata-se de um testemunhal.
2- Obsessivo: Quando mensagem criada é livre e repetida exaustivamente a ponto de cansar, esgotar o cliente. Exemplo: Por que Boticário? Porque Boticário faz o melhor perfume. Tipo de mensagem a ser usada em rádio e televisão.
3- Emocional: Quando a mensagem criada tem um apelo ou foco emocional para o produto. Sua harmonia traz sempre um efeito positivo para o produto ou serviço oferecido.
Outro ponto importante na mensagem será: a redação, o grafismo e as cores que vão muitas identificar sua empresa, sua marca e seu produto.
Use. Ponha em prática a publicidade e a propaganda.
SIDNEI MARTINS
Mestre em Comunicação e Mercado.
Professor Sidnei Martins, fala sobre Plano de Mídia.
O plano de mídia.
A publicidade e a propaganda da sua empresa não podem viver sem plano de mídia. A sua realização servirá para equilibrar suas ações e também gerar um calendário para os diferentes tipos de mídia e as datas de veiculação das mensagens publicitárias.
O plano de mídia deve levar em conta as datas festivas existentes que gera grande interesse em produtos e serviços. Como exemplos de datas festivas citam: carnaval, dia das mães, dos namorados, dos pais e das crianças, além claro do natal.
Não esqueça, a maior parte do seu orçamento deve ser gasto no que chamamos de mídia base – aquela que será sua grande força de divulgação por um bom tempo.
Dicas para estabelecer seu plano de mídia/calendário:
1- Regularidade: a mensagem de ser repetida, visto que todas as pessoas não necessitam do produto ao mesmo tempo;
2- Antecipação: sua propaganda deve ser divulgada com antecedência, o prazo varia de acordo com a importância do evento;
3- Sazonalidade: aqui cabem duas decisões – iniciar a propaganda em alta estação ou evitar espaços em baixa estação. Por experiência a segunda é sempre mais custosa e seu rendimento é não será o esperado.
4- Alternância: quando a propaganda está presente o ano inteiro, porém é sensato alternar períodos curtos de alta divulgação, com períodos mais longos de anúncios menores.
A escolha de mídias depende ainda do seguinte: sua distribuição geográfica, acessibilidade, propensão a comunicar e sua relação de custo-contato útil.
Use. Ponha em prática a publicidade e a propaganda.
SIDNEI Martins
Mestre em Comunicação e Mercado.
Professor Sidnei Martins, fala sobre Propaganda Direta.
É bom que todos saibam que a propaganda direta é a mídia mais recomendável para atingir seus clientes potenciais ou não, mas tudo com equilíbrio e organização.
Tenha um arquivo de clientes atualizado para seu trabalho e retorno de sua empresa. Segue algumas dicas importantes de como atingir seus consumidores: para os ativos – ofereça sempre ações promocionais; incite sempre uma compra complementar; com gentileza faça a cobrança de notas não pagas, isso demonstra sua preocupação efetiva com o cliente e em mantê-lo bem com sua empresa.
Já para seus clientes inativos – crie e ofereça a ele um convite a um evento particular; anuncie para conhecimento dele o lançamento de um produto novo; se possível ofereça também um serviço novo, assim estará demonstrando seu interesse em tê-lo ao seu lado e valorizando o cliente/consumidor.
Mantenha um canal de comunicação cortez, gentil e padronizado para que não haja falhas no momento de ir ao encontro do seu maior objetivo que é conquistar a confiança do seu cliente, a propaganda direta é uma grande ferramenta para o crescimento das Pequenas e Médias Empresas devido sua eficácia e baixo custo.
Use. Ponha em prática a publicidade e a propaganda.
SIDNEI MARTINS
Mestre em Comunicação e Mercado.
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