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Tuesday, February 21, 2012

TÁ ACHANDO QUE A VIOLA DAVIS VAI GANHAR, É?

- Tô cortando a verba pra todos os programas sociais da Grã Bretanha, mas guardarei uma graninha pra entrar no bolão da Lolinha. (Meryl/Margaret, que adora fazer rima).

A disputa pro Oscar de melhor atriz será eletrizante. Torço pela Meryl, mas ainda não sei se vou apostar nela no bolão pago. É que a gente tem que apostar em quem a gente acha que vai ganhar, não em quem a gente quer que ganhe. Então agora que te dei essa dica valiosa, vamulá, entre no meu tradicional bolão do Oscar. Aliás, nos dois: no pago e no não-pago.
Pra entrar no bolão pago, é só depositar R$ 15 numa das minhas duas contas -– Banco do Brasil, agência 3653-6, cc 32853-7, ou Santander, agência 3508, cc 010772760 –-, enviar algum tipo de comprovante de pagamento para lolaescreva@gmail.com, e fazer suas apostas (é só clicar aqui). Pronto. Mais fácil do que fazer da Margaret Thatcher uma personagem humana.
Bônus: faça esse teste e veja o seu nível de Merylfilia. Tem que adivinhar o filme em que Meryl aparece. Eu acertei todas as dez cenas, mas tive que chutar duas.

Sunday, February 19, 2012

CRÍTICA: DAMA DE FERRO / Tá mais pra de carne e osso

Te odiamos, Margaret! Te amamos, Mery!

Dou uma disciplina que lida principalmente com cultura americana, e quando preciso ensinar um pouco de história, recorro a filmes. Faço uma lista enorme de produções que lidam com cada período importante. E, ao fazer essa relação, o que comprovei? Que há pouquíssima coisa sobre os anos 80, a “década perdida” em que Reagan governou os EUA por dois mandatos. E olha que o ex-presidente foi canonizado desde que morreu, em 2004. Mas parece que ninguém quer tocar nesse vespeiro.
Como Margaret Thatcher ainda não morreu (tem 86 anos e raramente aparece em público), ela está longe de ser uma unanimidade. Por isso eu afirmo categoricamente: Dama de Ferro, o filme, jamais teria sido feito se Mery Streep não tivesse assinado seu nome na linha pontilhada. Meryl sim é unânime. Ela é considerada a melhor atriz de sua geração, uma das maiores estrelas da história do cinema. Com 35 anos de carreira e o recorde absoluto de 17 indicações ao Oscar, Meryl continua abocanhando papéis marcantes numa indústria que costuma aposentar atrizes com mais de 40 anos. Ela já está com 62, e nenhuma vontade de parar.
Em entrevistas, ela conta que relutou em aceitar interpretar Thatcher, porque Meryl tende mais à esquerda, enquanto a primeira ministra... Bom, você sabe. Mas aí devem ter falado pra grande atriz pra não temer, que A Dama de Ferro não seria um filme político. E não é mesmo. Assim como Lula, o Filho do Brasil, não é um filme político, por estar pouquíssimo interessado na carreira ou sequer na ideologia de uma pessoa que só entrou pra história por ser político.
Tudo em Dama de Ferro é feito pra humanizar Thatcher, pra gente empatizar com ela. Isso acontece em três ou quatro frentes: primeiro, escalando uma super atriz querida pra interpretá-la; segundo, enfatizando a eterna lua de mel que foi o casamento de Thatcher com seu marido brincalhão; terceiro, mostrando-a velhinha e frágil, com Alzheimer; e quarto, tentando transformá-la em ícone feminista. O que parece meio que uma piada de mau gosto, né? Por mais que Thatcher tenha sido a única primeira ministra mulher em toda a história britânica, e pra chegar a tanto tenha tido que combater muitos preconceitos, nós feministas, de modo geral, não gostamos dela. Justamente por motivos políticos. Quem quer mudar o mundo não aprecia conservadores.
E Thatcher foi ultraconservadora durante toda a sua longa carreira. Seu governo (1979-1990) foi uma tragédia. Ela cortou gastos (em outras palavras, programas sociais foram jogados no lixo), privatizou tudo, reduziu impostos para os ricos, concentrou renda barbaramente, e deixou a fúria capitalista correr solta, sem a menor regulamentação. Como consequência, logo no primeiro ano de seu governo o desemprego dobrou. Inúmeras greves pipocaram -– a dos mineiros, que durou um ano e é retratada em Billy Eliot, foi a mais célebre. Thatcher era tão impopular que Naomi Klein diz que a doutrina liberal de Friedman e outros Chicago Boys parecia impossível de ser implantada numa nação democrática (tudo bem implantá-la em ditaduras, como a chilena). Como, então, Thatcher conseguiu ser reeleita? Isso o filme mostra com fidelidade: foi graças ao patriotismo gerado pela curta, porém eficaz, Guerra das Malvinas. A Grã Bretanha manteve as Falklands, e Thatcher manteve seu governo.
O filme passa por tudo isso correndo. Ele só quer saber de exibir a Thatcher esposa querida e mãe em conflito. Por isso é absurda a controvérsia que o filme gerou na Inglaterra. Muita gente julgou desrespeitoso que Thatcher seja mostrada com Alzheimer. Eles acham isso deselegante. Pelamor! A doença a humaniza, faz com que ela se aproxime da gente.
O filme tem dois enormes trunfos, quiçá os únicos: Meryl, óbvio, e a maquiagem. A maquiagem faz com que Meryl –- que não tem nenhuma semelhança com Thatcher tirando a cor do cabelo –- não só fique bem parecida, mas também desfile por várias idades distintas. E a Meryl/Margaret de 86 anos torna-se tão verossímil quanto a de 36. Torço para que o filme ganhe esses dois Oscars. De resto, não merece nem bom dia.
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