
Quando minha mãe se separou do meu pai, ela, minha irmã e eu fomos morar co


Como eu fui morar lá desde muito pequena, era comum todos os dias eu ouvir minha mãe gritar com a minha avó, dizer que ela cheirava mal, e que as roupas que ela usava eram ridículas. À medida que a minha avó foi envelhecendo, a situação piorou. Com a idade avançada, minha avó começou a andar mais devagar, deixar de fazer certos serviços domésticos por cansaço, e por causa disso as agressões verbais eram mais frequentes. Consequentemente, eu e a minha irmã passamos a tratar minha avó da mesma maneira. Minha irmã pegava os calçados dela para usar e não devolvia mais, empurrava ou dizia que ela precisava morrer logo, pois era uma inútil. Nenhum carinho era dado, apenas gritos e ofensas. Minha avó retrucava com as palavras dela, mas não podia fazer mais que is

Os anos se passaram nessa mesma situação, e um dia, felizmente, eu acordei. Em uma briga corriqueira, minha irmã quase bateu em minha avó. E eu percebi o que muita gente que frequentava a minha casa via e ficava chocada. Éramos violentas com ela e a agredíamos em sua própria casa. A partir daí eu comecei a defender minha avó com unhas e dentes, e por isso eu e minha irmã viramos inimigas. Se minha irmã falasse alto com a minha avó, lá estava eu para mandar a minha irmã ficar quieta. Por causa dessas brigas, muitas vezes eu e minha irmã partíamos para a agressão física. A minha mãe continuava a maltratar a minha avó e dar razão para a minha irmã. As coisas tornaram-se insuportáveis para mim. Todos os dias eram cheios de brigas e n

Há cinco anos, minha mãe faleceu em um acidente de carro. A partir daí as coisas mudaram da noite para o dia. Não posso dizer que a morte da minha mãe foi boa, pois para mim foi a pior coisa que já aconteceu, mas tudo se resolveu. Minha irmã deixou de ser a pessoa violenta que era, e meus sobrinhos, que já estavam começando a maltratar a minha avó e a minha mãe, também melhoraram muito. Desde a morte da minha mãe, a minha avó também já não é mais a

O motivo de eu estar contando essa história, além do desabafo, é para dizer que ao contrário do que as pessoas pensam, a violência contra o idoso não é caso isolado e nem praticada apenas por psicopatas ou sociopatas. Eu não sou nada disso. Sou uma pessoa boa, faço trabalhos voluntários porque quero ajudar o próximo, respeito ao máximo as pessoas e tenho carinho pelos animais. Não estou me excluindo da culpa, pelo contrário, não tem um dia sequer que eu não me arrependa de tudo, mas por anos isso foi uma coisa normal do nosso dia-a-dia. Nos fo

Grande parte da culpa também é da nossa sociedade que é levada a acreditar que velhos incomodam, não têm mais utilidade. Na China ou na Índia, eles fazem a lei da

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