Saturday, March 24, 2012

Cúpula do Povos | De volta ao futuro

[Luiz Arnaldo Campos]

Neste primeiro semestre de 2012, os movimentos sociais da América Latina vão se confrontar com os governantes do planeta em três oportunidades: a Cúpula das Américas, em Cartagena (Colômbia); a reunião do G20, na cidade de Los Cabos (México); e a Conferência da ONU, a Rio+20 (Rio de Janeiro). Em cada uma dessas ocasiões, os movimentos se verão diante de desafios que dizem respeito ao passado, presente e o futuro do continente e do planeta. Serão três momentos importantes para determinar o agora e o amanhã planetário.
A Cúpula das Américas recende a mofo. Criada por Bush Filho, com o objetivo de lançar a finada ALCA, teve sua primeira edição, não por acaso, em Miami, e desta vez, não menos simbolicamente, se realizará na Colômbia, o mais fiel aliado dos EUA no continente e abrigo de bases militares norte-americanas. Essa Confêrencia, com a presença do próprio Barack Obama, faz parte do esforço diplomático de Washington em recuperar uma hegemonia no seu antigo quintal, debilitada por diversos fatores – entre os quais a crescente importancia econômica da China na região e o fracasso dos governantes neoliberais, derrotados nas urnas por forças que, pelo menos em palavras, são críticas ao caminho preconizado há décadas pela tríade Banco Mundial, FMI e OMC.
Nos últimos anos, os EUA foram marginalizados de uma série de instâncias criadas pelos países latino-americanos, como a Unasul e o Banco do Sul. Agora – através dessa Cúpula das Américas – buscam recuperar o tempo e o espaço perdidos. Apesar da imagem jovial de Obama, o cheiro de naftalina é inevitável, como demonstra a exclusão de Cuba da reunião, recordando os tempos tenebrosos do ‘combate ao comunismo’, pródigo em ditaduras militares e em seus cortejos de horrores. Por isso mesmo a agenda dos movimentos sociais durante a Cúpula contempla uma série de manifestações centrada na denúncia da militarização da região, da violência e dos abusos contra os direitos humanos. Da Colômbia, que vive ainda um tempo obscuro já superado por boa parte dos países da América Latina, virá o brado contra um passado que não quer passar.

Para continuar lendo o artigo de Luiz Arnaldo Campos [AQUI] 

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