Adriano “O Imperador”:uma eterna tragédia grega
Por Nielsen Furtado
O povo grego, uma das mais singulares civilizações, deixou um enorme legado que foi absorvido e aprimorado ao longo dos séculos. Muitas civilizações foram edificadas nos alicerces da cultura grega, e muitos sábios foram buscar no néctar da cultura deixada por esse povo, a sapiência para embasar teorias que formam os pilares de grandes teses, que atualmente sustentam os mais diversos campos do saber.
A tragédia grega expôs uma nova maneira de perceber a sociedade daquela época, e toda essa discussão posta de forma fidedigna e sem máscaras, colocou nos palcos helênicos a arte cênica nua e crua, e iniciou o processo de maturação da escola literária naturalista.
Tal qual uma tragédia grega ou um romance naturalista, assistimos atônitos ao drama de Adriano, “O Imperador”, que parece está fadado a esse destino inexorável, que não mais condiz, com o carinhoso apelido recebido quando desfilava talento na Inter de Milão, time da cidade italiana que foi berço da grande civilização romana e teve em sua política “grandes imperadores” que deixaram seus nomes grifados na história da humanidade.
Adriano protagoniza a espetacularização de desencontros pessoais e perturbações, que encontram morada no seu mais intimo e longínquo espectro das razões psíquicas de sua conturbada consciência. Não somos especialistas nessas particularidades do nosso (in)consciente, e em dados momentos podemos estar emitindo uma opinião que não encontra fundamentos em nenhuma teoria, ou mesmo, em qualquer achismo do senso comum. Entretanto, é possível perceber perturbações contundentes em uma frágil personalidade que perdeu o prazo para emancipar-se.
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| Adriano 'Imperador': biografia conturbada ameaça trajetória do atleta |
Em nenhum momento iremos fazer comparações, até mesmo por que os tempos são dispares. Mas,“O Imperador” Adriano, vem sendo figura assídua em casos de escândalos e esquisitices que o tiram cada vez mais das editorias de esportes.
É necessário que Adriano adquira consciência dos atos que destroçam a sua carreira como desportista. As oportunidades de dar a volta por cima estão ficando mais escassas e a ladeira cada vez íngreme. Adriano possivelmente terá outra oportunidade de encantar-nos com o seu futebol. E, ficaremos na torcida para que isso aconteça o mais célere possível, pois entendemos que ele terá o discernimento para perceber que tem essa dívida consigo. Cabe ao próprio Adriano, “Dá a Adriano o que é de Adriano”, sem nenhum trocadilho.
Um novo ambiente de trabalho e a proximidade da família é um ponto positivo. Ficar recluso da vida social não será o remédio. Porém, deixar-se fazer parte da espetacularização da vida através dos prazeres que lhes são apresentados, pode colocar em declínio permanente a carreira de um desportistas que foi único e encantou o mundo quando se preocupava apenas em jogar futebol. Não queremos assistir aos próximos ''Atos'' dessa ''Tragédia Grega''.
Nielsen Furtado é jornalista e comentarista oficial de ANB Online.

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