LEIA NA ÍNTEGRA O POEMA ‘AOS RATOS DE MADAME’, DA OBRA INÉDITA ODE TRISTE PARA AMORES INACABADOS DO POETA E ESCRITOR RIBAMARENSE FERNANDO ATALLAIA
Aos Ratos de Madame
Há quem te chame hoje e no ontem sem saber teu nome?
Há quem te implore uma sílaba um calmante nas laudas de um poema?
Queima antes do escândalo tua doença e corre sem gritar
Em silêncio
Desperta desse sono Rato de Madame desperta e beija outro monte de miséria
Enxerga teu andar corta tua artéria e deixa jorrar o maná que tens e não vês
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Rato de Madame: no rastro do perfume das gazelas, ele sempre gozou da rejeição das fêmeas mais desejáveis |
Há quem te convide para a festa dos banquetes infelizes?
Há quem te envolva com leite e água quente no introito de um verso?
Molha antes do parto tua gênese e vive somente teu calcanhar
Em silêncio
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Kim Kardashian: madame de nosso tempo, ela adora pisotear puxa-sacos e ratos bajuladores |
Desperta desse tempo morto Rato de Madame desperta e toca outro desperdício
Em mistério
Venera tua fome contempla teu olhar e deixa o olho falar por si
A boca que engasga
2006


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