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GUEST POST: O BLOG ME AJUDOU A MUDAR
O Ramon, um leitor que chegou a comentar bastante por aqui, e depois parou, me mandou um email que me deixou muito feliz. Já faz um tempinho. Pedi permissão para
publicá-lo, e ei-lo. Ah, no post que escrevi respondendo uma pergunta do Ramon, eu não estava sendo sarcástica em nenhum momento! Incrível como a gente não tem controle sobre como as pessoas vão interpretar o que dizemos... Muito obrigada pelo retorno, Ramon.Confesso que sinto um certo nervosismo ao lhe mandar um e-mail pela primeira vez! Também não estou seguro se você irá lê-lo ou não, imagino que você deva receber de
zenas de mensagens todos os dias e você certamente deve ter mais a fazer da vida. Ainda assim, sinto-me na obrigação de agradecê-la pelo post sobre ofensas dirigidas a mulheres, especialmente por você ter compreendido a essência da ideia (fiquei com medo de você me considerar um discípulo do Bolsonaro). Alguns amigos e amigas leram o post e lhe acharam desrespeitosa demais, mas confesso que gosto mais quando você põe seu sarcasmo ácido em ação (mesmo que seja comigo). Gostei especialmente dos comentários, rio só de lembrar deles!Peço desculpas por lhe agradecer só agora, infelizmente o timing do post nã
o foi bom para mim pois estava na quinzena de provas e eu costumo me desligar da rede durante esse período para me concentrar. Mas o que importa é que eu li e voltei a ler o blog em dia.É interessante como as pessoas mudam, quando estão dispostas a mudar. Há um ano, eu provavelmente estaria ameaçando lhe processar agora mesmo e também já teria denunciado seu blog ao Blogspot por violação das regras de conduta. Ainda me lembro da repulsa que sentia quando comecei a ler seu blog. "Como esta p*** v**** p****** tem coragem de me chamar de MISÓGINO? Logo eu, que me esforço TANTO para ser liberal e respeitar os direitos humanos?" Lia suas palavras como se tivessem sido escritas pelo Ali Kamel ou pelo Diogo Mainardi.Com o passar do te
mpo, seus argumentos foram me vencendo pouco a pouco. Você deve muito às suas leitoras, aliás! Confesso que nunca vi tower defenders (gíria da internet para os comentaristas que defendem o blogueiro) tão leais e tão decididas quanto as suas! Hahahahahaha!Aprendi muito com elas e com você também. Acredito que a ficha tenha caído nos posts sobre os privilégios da "maioria" branca, heterossexual e do sexo masculino. É interessante porque eu sou "branco" -- se é que eu tenho o direito de me chamar deste jei
to num país tão miscigenado como o Brasil, mas é como eu me vejo e, principalmente, como sou visto pelos outros -- e homem. Eu sempre achei que fosse parte da "minoria", mas não, não sou. Não recebo os olhares de desprezo ou piedade dos professores geralmente dirigidos aos alunos cotistas (afinal, se um negro está na faculdade, só pode ter sido por cota!) e, olha só que interessante!, se eu tirar 10 numa prova, foi porque eu me esforcei, e não porque dei mole para o professor. É tão fácil apontar os defeitos dos outros quando se é vítima de um abuso, mas o praticante do preconceito dificilmente se apercebe disso. Para falar a v
erdade, se não fosse pelo seu "bloguinho", jamais teria sido capaz de mudar.Não passei a frequentar seu blog com a melhor das intenções, mas aqui estou eu, agradecendo-lhe e, por que não, reforçando o pedido para que você nunca pare de escrever: as pessoas mudam! Elas só precisam de alguns (milhares de) empurrões!
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