
Leio sempre seu blo

Era o final da década de 80 em Porto Alegre. Eu tinha 12 ou 13 anos e frequentava um clube de classe média todo fim de semana. Claro, eu tinha vários amigos e amigas lá. Um deles era muito bonitinho e, numa tarde em que eu estava com o tornozelo machucado, ele finalmente me deu bola. Me chamou para ir a um lugar mais afastado e lá fui eu, mesmo mancando, toda contente, pois queria muito ficar com ele.

Só que, chegando lá, ele começou a ficar violento, querer tirar minha roupa e, é claro, eu não gostei, pois eu não tinha intenção de fazer nada além de dar uns beijos, e não imaginava que pudesse ser forçada a fazer mais do que eu quisesse, pois achava que ele pretendia me tratar bem. Levei um susto, me defendi, mas ele chegou a tirar minha blusa e ficar me tocando por alguns minutos. Foi um momento confuso, pois até poucos minutos antes eu queria ficar com ele, então fiquei envergonhada, me sentindo enganada, mas lá pelas tantas ele parou e me deixou ali, tendo que voltar sozinha com o tornozelo machucado. Foi uma cena entre o violento e o patético, mas eu sobrevivi, não contei a ninguém e achei que o assunto estivesse encerrado.
Porém, algumas semanas

Algumas horas depois uma amiga veio me perguntar se eu tinha saído com eles, e eu disse não. Então, ela me contou com certa naturalidade: "Ainda bem, pois eles viram o que o Fulano fez com você na outra semana e iam fazer a mesma coisa". Ou seja, todo mundo sabia e ninguém fez nada para evitar!
Você não imagina o meu choque, Lola, com todos esses "amigos" e "amiga"

- Há homens que tratam mulheres como coisas.
- Alguns desses homens podem se passar por seus amigos por longo tempo.
- Há mulheres que acham isso normal.
Foi uma boa lição de aprender aos 12 anos, pois deve ter me protegido de muitas coisas. Mas é muito errado e deveria ser diferente.
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