

Obrigada, Maria Angela, que permitiu que eu publicasse o email com seu nome porque, afinal, "Não tive vergonha de humilhar os outros, também não terei de apontar meus próprios erros".
Resolvi te escreve
r porque tenho me dado conta de muitas coisas que antes passavam despercebidas com relação a preconceito e auto-aceitação...
Não vou dizer que o teu blog me converteu e que agora eu sou feminista; ainda estou muito longe disso, porém mais consciente do que é "meu" e do que carrego porque "me deram pra carregar", entende? Mas é tão incrível quando a gente percebe que está sendo boçal, fútil, cretina e cruel toda uma vida que, sinceramente, cheguei a chorar várias vezes lendo teus posts (e várias outras lendo os comentários). Hoje estou lendo aquele do dia da Consciência Negra e já me emocionei várias vezes com relatos das participantes.
Lola, sério. Assim, eu sempre fui meio acima do peso, mas quando me dou conta da vida boa que tive (em termos de "não-bullying"), acho que sou uma guria de sorte! Para
ndo pra analisar, era muito mais fácil eu estar do lado que discrimina do que do discriminado (vergonha, eu sei...). Aí quando conheci teu blog e fui lendo os posts anteriores, minha ficha foi caindo e eu vi o quão má eu estava sendo e me envergonho disso. E, Lola, não só com desconhecidos não... com gente da minha família, com minha irmãzinha (que tem 17 anos, mas será sempre o meu baby)! Ela tem o cabelo "ruim" e tá meio gordinha... Apesar disso, vive em paz, tem sua turminha, passeia, enfim. Agora imagina ter uma cretina dentro de casa não te dando mole?! Coitada, né? E a pobre ainda se espelha em mim! Sério, acho que sou podre demais
pra inspirar alguém. Também crucificava outra irmã por ela não fazer as unhas, tirar o bigode... Como disse, agora estou um pouco mais consciente, então dou algumas dicas pra ela (que por causa da gordura, tá com pré-diabetes), mais quanto à saúde mesmo, sabe? E evito ficar criticando: se ela se sente bem assim, ótimo! Não quero ser eu a destruir a auto-estima dela! Me dei conta, agora, de que eu não gostava era de ver ela bem resolvida com seu cabelo, sua postura etc, porque eram coisas que incomodavam a mim, e que -- algumas -- eu acabei por modificar em mim mesma, para estar dentro de um "padrão". Que tola, não? Percebi quanto tempo e dinheiro gastei tentando mudar o que sou pra agradar a terceiros. Poderia ter e
mpregado esse dinheiro de uma forma tão melhor! Ter usado o tempo pra estudar, namorar... Triste!
Agora no post da Consciência Negra, me vi sendo cretina mais uma vez, e mais uma vez com minha própria família. Minha avó materna é "parda" (negra, né? Isso de negro claro ou escuro não faz sentido, mas né? É assim que se referem a ela), e minha mãe herdou isso dela, apesar de o pai ser descendente de italiano. Eu também sou filha de "parda" com italiano e -- ó, glória -- saí branquíssima, de cabelo "bom". Mas quantas vezes, Lola, fiz piadas racistas, comentários que eu sabia que machucavam a mãe, a avó, os tios... só porque "eu tinha o direito", por ser branca. É ou não é cretinice? Pelo menos agora vejo o mal que fazia e procuro não fazê-lo de forma consciente (porque inconscientemente, às vezes escapa. Normal, quando se passa uma vida -- 29 anos -- sendo assim).
Ao contrário d
e você, Lola, eu quero ter filho. E você me fez questionar em que mundo eu quero que ele viva e que tipo de ser humano eu quero que ele seja. Se quero que ele seja bom, devo começar por mim, não é? E é por mim, pela minha mãe, pela minha família e pelos filhotes que terei em breve que quero ser uma pessoa melhor. Não quero ser só uma casca bonita -- mesmo porque meu tempo tá acabando (ano que vem chego aos trinta e com orgulho!).
Bom, Lola, o que eu queria te dizer é MUITO OBRIGADA! Obrigada por me fazer
ver que mau ser humano estava sendo, o quanto eu tenho que melhorar, e também por ser um farol no meio dessa doideira de preconceito e maldade. Obrigada pelo blog, Lola. Ele realmente fez a diferença pra mim!
Resolvi te escreve

Não vou dizer que o teu blog me converteu e que agora eu sou feminista; ainda estou muito longe disso, porém mais consciente do que é "meu" e do que carrego porque "me deram pra carregar", entende? Mas é tão incrível quando a gente percebe que está sendo boçal, fútil, cretina e cruel toda uma vida que, sinceramente, cheguei a chorar várias vezes lendo teus posts (e várias outras lendo os comentários). Hoje estou lendo aquele do dia da Consciência Negra e já me emocionei várias vezes com relatos das participantes.
Lola, sério. Assim, eu sempre fui meio acima do peso, mas quando me dou conta da vida boa que tive (em termos de "não-bullying"), acho que sou uma guria de sorte! Para



Agora no post da Consciência Negra, me vi sendo cretina mais uma vez, e mais uma vez com minha própria família. Minha avó materna é "parda" (negra, né? Isso de negro claro ou escuro não faz sentido, mas né? É assim que se referem a ela), e minha mãe herdou isso dela, apesar de o pai ser descendente de italiano. Eu também sou filha de "parda" com italiano e -- ó, glória -- saí branquíssima, de cabelo "bom". Mas quantas vezes, Lola, fiz piadas racistas, comentários que eu sabia que machucavam a mãe, a avó, os tios... só porque "eu tinha o direito", por ser branca. É ou não é cretinice? Pelo menos agora vejo o mal que fazia e procuro não fazê-lo de forma consciente (porque inconscientemente, às vezes escapa. Normal, quando se passa uma vida -- 29 anos -- sendo assim).
Ao contrário d

Bom, Lola, o que eu queria te dizer é MUITO OBRIGADA! Obrigada por me fazer

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