Em busca da liderança perdida
Cresce a busca por ‘Lideranças’ políticas em São José de Ribamar; Governo goza de mais prestígio junto às comunidades e a Oposição, fragmentada, vê gradativamente seus supostos líderes alimentarem a base da Situação rumo à reeleição em 2012
Por Fernando Atallaia
Da Agência Baluarte
Eles juraram fidelidade eterna aos seus prefeitáveis e durante anos defenderam um discurso vazio, reticente e burlesco contra os governos que se instalaram em São José de Ribamar desde 2005. Tornando-se sombras de nomes como Júlio Matos e J. Câmara partiram dos fóruns pessoais, íntimos e beiraram o ridículo ao propalar( mesmo que entre quatros paredes) um reclame sem proposta e fundamentação sociopolítica na cidade balneária. Hoje bem comportados e alojados em outro plano, mostraram o que queriam e o que quer a grande maioria: a mesquinhez da venda de apoio em troca de barganhas financeiras e ‘’cargos’’ públicos na prefeitura do município.
Nomes como Bit Carneiro e Júlia Zaidan, ex-vereadores professantes de uma fé incomensurável no ex-prefeito cassado Júlio Matos, representam o advento de uma velha e sempre atual realidade que comprova o discurso falacioso do Governo e da anêmica Oposição da cidade: a realidade do escambo eleitoreiro, onde o que vale é a oferta de benesses e dinheiro público em detrimento das falas oposicionistas, que mesmo falsas, tentam persuadir a população rumo aos inverossímeis ideais de mudança e progresso.
Pura Balela. O povo de São José de Ribamar continua sem perspectiva e sabe disso. De um lado, o Governo trabalhando na morosidade e na péssima prestação de serviços, principalmente nas áreas da Saúde, Infraestrutura, Geração de Emprego e Renda, Cultura e Turismo (estas duas últimas nunca apresentaram um plano de ação para o município, sobrevivendo como pastas invisíveis). Do outro, o ribamarense sequer conhece ou reconhece a presença de um grupo de Oposição na cidade. Há um hiato crescente e visível em Ribamar por conta dessa dupla falta de representatividade. Mas com a ‘máquina’ do Governo em mãos e dando cabo às políticas anestesiantes do paliativo, a prefeitura segue adiante e o povo, mesmo descontente, tende a baixar a guarda. Onde não há nada, as migalhas, o risível e o parco são senhores e ainda governam.
A prefeitura hoje se estabeleceu como uma mãe àquelas lideranças reclamantes da dignidade achincalhada pelos líderes da suposta oposição ribamarense. Muitas delas estão a caminho da Sede da cidade em busca de espaço nas fileiras das eleições de 2012. Uma eleição de natureza controversa. Mesmo havendo a certeza da não ameaça de um candidato forte ao Executivo, a instituição pública parece prevenir-se do confronto inexistente. Dos candidatos auto anunciados até aqui, para concorrer às majoritárias com o atual prefeito, nenhum tem consistência e capilaridade política que demande ou deflagre uma polarização nas próximas eleições. Da mesma forma, que o prefeito da cidade ainda é um ilustre desconhecido para as mais de 200 comunidades ribamarenses, constituídas de bairros, vilas, vielas, conjuntos habitacionais, lugarejos e condomínios.
As lideranças políticas são as chaves mestras para a reeleição dos vereadores e do prefeito municipal ano que vem. As vagas na Câmara aumentaram. Mas também aumentou ou pelo menos se intensificou, em ritmo acelerado, o desgaste de inúmeras lideranças ribamarenses, que de fato nem lideranças são, mas sim agentes barganhadores de votos para políticos locais. O fato é que a população da cidade, como se vê, carece de novos líderes comunitários que não estejam vivenciando o nicho do favoritismo deste ou daquele candidato pasteurizado. Se a estrutura de base de uma eleição vitoriosa é a tão ovacionada e procurada liderança política, há de se perguntar qual a natureza dela e quais os seus valores étnicos em sua comunidade de origem. Liderar a partir de interesses pessoais (ascensão social e financeira) arrebanhando números para as urnas não salvará o município da decrepitude social na qual estar agonizando.
Leva vantagem o Governo, que na esfera intrínseca das eleições é citado pela suposta Oposição da cidade como ‘tendo a máquina’ nas mãos e que por esta razão pode vir a ter êxito no ano que se aproxima. Mas o engraçado, é que nas entrelinhas esta mesma Oposição parece sentir-se seduzida pela tal máquina, uma vez que não apresenta um debate consistente e um programa de crítica e/ou mesmo análise para repensar a cidade, citando a recorrente ‘máquina’ como possível razão de sua derrota no pleito de 2012. Fica claro, portanto que os discursos continuam iguais e co-irmãos. O que mais interessa a ambos (Governo e Oposição) são as eleições ou o desenvolvimento do município? Certamente, o leitor mais simples já tem a resposta e o ribamarense que vem sofrendo as agruras dessa politicalha escrachada agora enxerga somente uma opção: votando em 2012 tanto no candidato do Governo quanto no da Oposição dará no mesmo: uma moeda de mesma cara em busca da mesma coroa.
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