O DCE FTC defende a autonomia do corpo da mulher e a plena escolha sobre seu destino e sua vida. Encarando a questão do aborto não como um crime e sim como uma questão de saúde pública que deve ter atenção especial às mulheres jovens que são as maiores vítimas de abortos inseguros e que levam à morte. Já o estrupo agride tudo que acreditamos quanto a respeito e direitos humanos. A mercantilização do corpo e da vida das mulheres, que as coloca enquanto objetos, aliados à visão medíocre e culpabilista da polícia do Canadá, reforça o machismo e patriarcado em nossa sociedade. Repudiamos todos os atos que subjugam as mulheres e ferem sua autonomia. O DCE FTC combate tais práticas e saúda a todas e todos que participam das manifestações contra o machismo e sexismo.
Manifestação aconteceu na tarde do sábado (4), na Avenida Paulista.Objetivo é alertar a sociedade sobre o machismo. Paulo Toledo Piza Do G1 SP
Mulheres com saias curtas, de salto alto e até só de calcinha e sutiã se reuniram na tarde deste sábado (4) na Praça dos Ciclistas, na Avenida Paulista, em São Paulo, para uma manifestação inusitada: a Marcha das Vadias. A ideia da brincadeira surgiu após um policial afirmar, durante uma palestra em uma universidade em Toronto, no Canadá, que as mulheres deveriam parar de usar roupas de vadias (ou slut, em inglês) para evitar estupros.
A opinião do policial teve grande repercussão e marchas semelhantes ocorreram em todo o mundo. Uma das idealizadoras da manifestação paulistana, a escritora Solange De-Ré, de 30 anos, afirma que o objetivo é fazer com que a sociedade reflita sobre o machismo. “Em uma mesma família, o menino tem toda a liberdade para se mostrar. A mulher, não. O machismo não vem só dos homens, mas das mulheres também, que julgam as outras mulheres.”
Ela lamenta a violência contra as mulheres –fato que em sua opinião é uma realidade mundial. “Tem mulheres com burca que acabam sendo estupradas. Isso tem que acabar.”
A versão paulistana da marcha foi mais recatada do que as equivalentes estrangeiras. “A gente não quer carnaval. A gente quer que as pessoas se vistam normalmente, como elas gostam de se vestir”, disse a publicitária Madô Lopez, de 28 anos, co-responsável pela marcha. O que mais chamou a atenção entre os cerca de 300 participantes foi a grande quantidade de cartazes contra o machismo e a favor do respeito entre os gêneros. Além disso, um grupo de mulheres animava o público usando tambores improvisados em baldes para produzir música.
Apenas uma jovem foi mais ousada e encarou a fria tarde de sábado vestindo apenas calcinha e sutiã. A estudante Emilia Aratanha, de 23 anos, justifica a vestimenta: “Independentemente do que você usa, em primeiro lugar vem o respeito.”
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