Todo primeiro de dezembro é Dia Mundial do Combate a Aids. É uma data importante, já que a Aids segue sendo uma epidemia. No Brasil há 630 mil pessoas com Aids, o que
equivale a 0,6% da população. No mundo são 33 milhões de pessoas vivendo com HIV. Metade são mulheres. Quando se fala em feminização da doença, o que se quer dizer é que, no início da epidemia, nos anos 80, no Brasil, havia um caso de mulher com Aids para cada 15 casos de homens. Hoje (e este número está estabilizado desde 2002), para cada 15 casos de Aids em homens, há 10 casos em mulheres. Em outras palavras, ou melhor, outros números: em 89 havia uma mulher infectada a cada seis homens. Ano passado era uma a cada 1,7. Porém, entre jovens com idades de 13 a 19 anos, há mais casos de meninas com Aids que meninos. E o número de homossexuais jovens também aumentou. A maior incidência entre jovens em geral acontece não só no Brasil, mas em todo o mundo. É um reflexo da Aids não ser mais vista como doença fatal. Toda uma nova geração acha que pode dispensar a camisinha. Só que obviamente não
pode. Por mais que a taxa de mortalidade tenha caído 17% nos últimos doze anos, por mais que a Aids não represente mais um atestado de óbito, ela ainda mata. Ou no mínimo complica muito a vida, pois a pessoa terá que tomar remédios para controlar uma doença ainda sem cura. Mas o que mais perturba a vida de um soropositivo não é nem tanto a doença em si, mas o preconceito –- que, pra variar, é fruto de ignorância.


Mas acho que isso tudo muita gente já sabe. Meu foco é outro. Quero falar da propaganda acerca do combate a Aids. As chocantes ficaram muito conhecidas, mas até que ponto são eficazes?
"A Aids é um assassino em massa", diz o polêmico anúncio alemão detestado por muitas entidades que trabalham com arrecadação de donativos para a Aids. Homens como Hitler, Sadam Hussein e Stalin são vistos transando com modelos. Chama a atenção, sem dúvida, mas... Nem sei como completar a frase. Compare com o anúncio ao lado, que também usa Hitler -- de uma forma bem mais sutil.
"A Aids nos torna iguais," diz este anúncio francês que já tem uns cinco anos. É difícil fazer com que mulheres casadas exijam que o marido use camisinha. Porque é meio que uma admissão que seu parceiro, que deveria estar num relacionamento monogâmico (se este foi o acordo), não só está nos traindo, como ainda é um total imbecil por trair sem camisinha! Pra ser franca, conheço pouquíssimos casais héteros num relacionamento estável que usem camisinha.
Odeio este anúncio pra MTV – Brasil. Diz (é difícil de ler) “Meninas, protejam-se. Exijam que seu parceiro use camisinha”. A mensagem é nobre e tal, mas é muito fácil ver essa imagem como pura misoginia.
Este anúncio passa uma imagem visual terrível, mas eu tive que inclui-lo por causa da minha recente experiência com um escorpião (dedetização agendada pra amanhã, yay!).
Quero dizer, não tenho opinião formada sobre que tipo de publicidade é mais efic
iente, porque depende da pessoa e do público-alvo. Talvez este ousado comercial francês do ano passado mexa com mais gente que esses os que associam Aids à morte (veja com moderação se você tiver menos de 18 anos. São só desenhos, que me lembram muito a peça do Nelson Rodrigues Os Sete Gatinhos, mas ainda assim é gráfico).
Este comercial, também francês, já tem alguns anos. É meio moralista e cheio de clichês (mulher quer amor mais que sexo; negros têm pênis grande), mas a arte é incrível. Esta é a versão gay. O mote
pros dois é algo como “Viva o bastante para encontrar o grande amor”. (E por falar em arte, aqui tem charges do Salão de Humor DST & Aids, mas não acho que tenha nada de genial. Prefiro as propagandas).
Abaixo alguns anúncios internacionais não necessariamente relacionados a Aids, e sim ao uso de preservativo. Mas, lógico, camisinha e combate a Aids não podem ser desvencilhados. Quem usa e incentiva o uso da camisinha ajuda que a doença não se espalhe. E o oposto é verdadeiro. Quem é contra a camisinha também não parece ter interesse que a epidemia cesse. Né, Vaticano?
Arma de Difusão do Vírus HIV em massa. As letrinhas menores dizem: “Ataque: sentimento de culpa. Pontos: infinitos. Seguidores: mais de um bilhão (de católicos). Jogada especial: invocar a Deus”.
Anúncio (americano, creio eu) pra camisinha que adia a ejaculação. Eis que temos dezenas de espermatozóides fofinhos esperando. Pelo menos uns dois estão jogando xadrez.
Bom, este tem relação com a Aids. É de uma marca de preservativos argentina. E a lembrança de que sexo pode terminar em morte é bem desagradável.
Anúncio da Malásia para uma marca de camisinha. Depois de algumas imagens chocantes, fecho o post com este. Porque seria uma maravilha se o combate a Aids fosse um passeio no parque.





Quero dizer, não tenho opinião formada sobre que tipo de publicidade é mais efic

Este comercial, também francês, já tem alguns anos. É meio moralista e cheio de clichês (mulher quer amor mais que sexo; negros têm pênis grande), mas a arte é incrível. Esta é a versão gay. O mote

Abaixo alguns anúncios internacionais não necessariamente relacionados a Aids, e sim ao uso de preservativo. Mas, lógico, camisinha e combate a Aids não podem ser desvencilhados. Quem usa e incentiva o uso da camisinha ajuda que a doença não se espalhe. E o oposto é verdadeiro. Quem é contra a camisinha também não parece ter interesse que a epidemia cesse. Né, Vaticano?




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