Londres (Inglaterra) - Um calendário com fotos de estudantes da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, em poses sensuais foi parar em sites pornôs. As imagens também foram publicadas em fóruns, onde foram exibidas e comentadas por milhares de usuários.
As fotos que fazem parte do calendário foram editadas para preservar as modelos, mas as imagens que apareceram nos sites faziam parte do material bruto. O calendário já levantou 10.000 libras (quase R$ 30 mil) para várias instituições de caridade, desde 2006, quando foi lançado, segundo reportagem do Daily Mail.
Becky Gardner, 20, contou ao Daily que conversou com 20 mulheres, que disseram ter sido prejudicadas ao ver suas fotos online. "Os comentários sobre as fotos variavam de brincadeiras com a aparência das modelos até observações pessoais sobre seus corpos", disse Becky. "Quando as meninas dizem que estão fazendo algo para a caridade, não é esse o tipo de coisa que você espera que aconteça. Isto poderia ser muito prejudicial para as suas futuras carreiras - e se seus futuros empregadores tiverem visto as fotos?
A estudante Rachael Lloyd, 21 anos, uma das modelos do calendário, se disse chocada ao ver sua foto nos sites. "Eu só fiz isso por caridade. Ninguém me contou sobre os riscos. Agora estou com medo do que meus futuros empregadores vão pensar. "
O calendário apresenta as mulheres jovens em poses sensuais, assim como muitos dos estudantes do sexo masculino da Universidade. Mais de 150 mulheres e 250 homens se ofereceram para posar no ano passado. Fabricantes do calendário acreditam que um estudante universitário pode ser responsável pela postagem do imagens on-line.
Via: O Dia
Friday, September 30, 2011
A "CONSAGRAÇÃO DO INSTANTE" - DANIELA GALDINO E MILENA PALLADINO
Na quinta edição da Série "A Consagração do Instante", um encontro grapiúna: o cruzamento dos olhares de Daniela Galdino (poesia) e Milena Palladino (fotografia). Os poemas de Daniela Galdino compõem o livro Vinte poemas CaleiDORcópicos, publicado em 2005 pela editora Via Litterarum.
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Foto: Milena Palladino |
AMPLIDÃO TÊNUE
O pudor nunca foi meu escudo.
Entre o pensar e o sentir
este foi o meu caminho.
... porém, há instantes
em que o viver
orna-se de espinhos...
E eu, que nunca
percorri os passos
dos que ladeiam os meus,
que jamais pronunciei
a palavra-chave
nem tampouco
fiz brotar na terra
a cobiçosa semente,
- mas inócuas gotas escarlates -
abro as mãos para
forjar uma coroa
e reúno espinhos
para redesenhar
as linhas que cortam
minhas duas palmas.
Na assimétrica via,
ensaio uma marcha
sob os ecos do silêncio.
(Daniela Galdino)
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Foto: Milena Palladino |
AVE-TE!
O defunto
e o cocar imaginário
jaziam
no colchão ortopédico.
Afogaram-se
em penas
- por isso emigraram.
Pássaros
nunca são
os mesmos.
Os ovíparos sabem
das coisas
e dos homens:
anunciam a manhã
dormem nas árvores
dialogam ninhos
e morrem a trinta pés.
(Daniela Galdino)
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Foto: Milena Palladino |
PARIDADE INSANA
Somos intrusos.
Entramos sem convite
na arca de Noé
Navegamos...
Não por sobre o mar
mas num imenso rio
onde hoje trafegam
espermas esquecidos,
descompensadas
lembranças
de palavras não-ditas
e em cuja margem
estão os homens
à espera do dia
em que serão
redimidos.
(Daniela Galdino)
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Foto: Milena Palladino |
AD INFINITUM
E a pomba
desceu à terra
para contemplar
a seta da flecha.
Viu-se num caleidoscópio.
para ficar,
faltou
gesto impetuoso.
(Daniela Galdino)
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Foto: Milena Palladino |
SEM ESPAÇO
Quando eu disse
que a terra era azul
tu me acolheste
sob a asa esquerda
e voamos (juntos)
para fora de nós.
para fora de nós.
(Daniela Galdino)
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Foto: Milena Palladino |
INVERSA
Entraves a céu aberto
e um certo ar que nos falta.
Dentro da asa
de cada pomba
viaja a escuridão,
pulsa a lua apagada
do desenredo
- réu confesso do desejo:
involução.
(Daniela Galdino)
Daniela Galdino, baiana de Itabuna, é poetisa, professora e pesquisadora de Literatura na Universidade do Estado da Bahia (UNEB). Mantém o blog “operariadasruinas”. Vive nas fronteiras.
Email:operariadasruinas@gmail.com
Milena Palladino, estudante de Jornalismo. Através de uma máquina fotográfica tenta, a toda prova, transformar o comum em poesia.
Atualmente reside em Itabuna (BA)
Atualmente reside em Itabuna (BA)
Saiba mais em:
Trabalhos: www.flickr.com/fotos_mp
Email: milenapalladino@live.com
Homenagem da senadora ao 219º Círio de Nazaré:
Em 2011 comemoramos o 219º Círio e mais uma vez contemplaremos a vida humana caminhando como se fosse um mar de gente de todas as cores e sentimentos, iniciando ou encerrando um tempo no calendário daqueles que acreditam que a Santinha, como é carinhosamente chamada pelos paraenses, cuida de seu povo. Há também aqueles que são simplesmente arrebatados diante da imensa manifestação de fé.
É impossível não se emocionar com as mãos levantadas como se quisessem agarrar a esperança, com os pés descalços e a expiação na corda, com a penitência de fazer o percurso de joelhos, com a gratidão dos promesseiros através da casinha que se carrega nos ombros, da enfieira de caranguejo para agradecer a fartura e o pão de cada dia, a graça da saúde e da promissão expressa nos belos anjinhos tapuios e toda a alegria e hospitalidade dos paraenses traduzidas nos coloridos brinquidos de miriti.
Nesse momento onde cada um estabelece sua relação particular com o Círio, desde pedir proteção a todos que nós são caros, o que queremos é renovar esperança e força para construir um mundo sem desigualdades, sem violência, sem discriminação, onde prevaleça a honestidade no trato do bem público para que a riqueza da sociedade possa ser repartida para todos e onde não haja intolerância e os cidadãos possam exercer livremente todos os seus direitos!
Marinor Brito (PSOL/ PA)
Homenagem da senadora ao 219º Círio de Nazaré:
Em 2011 comemoramos o 219º Círio e mais uma vez contemplaremos a vida humana caminhando como se fosse um mar de gente de todas as cores e sentimentos, iniciando ou encerrando um tempo no calendário daqueles que acreditam que a Santinha, como é carinhosamente chamada pelos paraenses, cuida de seu povo. Há também aqueles que são simplesmente arrebatados diante da imensa manifestação de fé.
É impossível não se emocionar com as mãos levantadas como se quisessem agarrar a esperança, com os pés descalços e a expiação na corda, com a penitência de fazer o percurso de joelhos, com a gratidão dos promesseiros através da casinha que se carrega nos ombros, da enfieira de caranguejo para agradecer a fartura e o pão de cada dia, a graça da saúde e da promissão expressa nos belos anjinhos tapuios e toda a alegria e hospitalidade dos paraenses traduzidas nos coloridos brinquidos de miriti.
Nesse momento onde cada um estabelece sua relação particular com o Círio, desde pedir proteção a todos que nós são caros, o que queremos é renovar esperança e força para construir um mundo sem desigualdades, sem violência, sem discriminação, onde prevaleça a honestidade no trato do bem público para que a riqueza da sociedade possa ser repartida para todos e onde não haja intolerância e os cidadãos possam exercer livremente todos os seus direitos!
Marinor Brito (PSOL/ PA)
INVEJA DA GISELE? VERGONHA DE QUEM SE RECUSA A PENSAR
Acredite: eu gosto da Gisele Bundchen. Semanas atrás eu já planejava escrever um postzinho sobre ela referente a uma reportagem que li. Acho interessante sua trajetória. Aos 13 anos, ela era tão magra e alta que era chamada na escola de Oli (por causa de Olivia Palito) e Saracura, um pássaro
com pernas longas e finas. Quando estreou nas passarelas, seus olhos eram considerados pequenos, seu nariz grande demais, e ela era constantemente recusada para as fotos. Em 1995 ela ainda se chateava com as recusas e contava suas desventuras ao pai, que lhe disse: “Gisele, ignore. Pessoas com narizes grandes têm grandes personalidades. Narizes pequenos levam a personalidades pequenas”. Ela decidiu não se importar mais: “Não vou ouvir pessoas que me fazem sentir mal”. Hoje, sua autoestima é uma de suas marcas registradas.
Tenho inúmeras críticas à indústria da moda e à ditadura da beleza, mas não responsabilizo Gisele por perpetuar um padrão irreal que frustra tantas mulheres. Se não fosse ela a top model do momento, seria outra (se bem q
ue a reportagem da Vogue diz que o fenômeno Gisele fez aumentar o número de implantes de silicone no Brasil; nunca tinha ouvido falar nisso). Enfim, prefiro mil vezes o look Gisele que o heroin look dos anos 90.
Ela tem 150 milhões de dólares, é super profissional, já foi fotografada para mais de quinhentas capas de revista — só perde pra Lady Di. A revista Forbes aposta que ela será a primeira modelo a alcançar um bilhão. E ela pode se tornar a primeira bilionária brasileira a se fazer sozinha, sem herança. Por mais que eu seja contra bilionários (acredito que deve haver limite para riqueza: quem precisa ter um bilhão? Pra quê?) e a celebração a eles, admiro a energia da moça. Na sua vida pessoal, ela sempre foi bem discreta, e sempre adotou uma persona não arrogante, o que não deve ser fácil pra uma hiper celebridade. Ela participou do lançamento d
o Fome Zero, doou 1,5 milhão de dólares pro Haiti depois do terremoto, apóia várias causas ambientais, e foi uma influência muito positiva ela ter feito um parto humanista. Infelizmente, veste casacos de pele e aceita fazer comerciais machistas. Acho que celebridades deveriam ter responsabilidade social. Esta, imagino, deve ser a grande vantagem de ser tão rica: você pode recusar inúmeros trabalhos e convites. Então por que se juntar a projetos que não acrescentam nada de bom ao mundo, muito pelo contrário? Porque se auto-estereotipar como Amélia?
Por exemplo: em 2008 Gisele posou para a Vogue com o jogador de basquete James LeBron. Foi o primeiro homem negro a ser capa da revista. O problema é que a foto de Annie Leibovitz é incrivelmente racista, ainda mais se colocada lado a lado da sua inspiração, um cartaz de alistamento do exército americano, de 1917, que ainda vem com as palavras “Destrua este bruto maluco” (que está invadindo a América e estuprando a democracia). É tudo muito parecido: o grito de LeBron, o jeito em que a clava do gorila está posicionada, em forma de bola, bem na altura da perna de LeBron, o vestido de Gisele, seus ombros desnudos. Será que LeBron e Gisele sabiam que estavam imitando um cartaz racista? Será que não sabiam, e se ir
ritaram com a “homenagem”? Ela nunca disse nada.
Gisele é um sucesso em tudo que faz. Ela é uma Midas que dá certo — as marcas que a contratam aumentam em muito suas vendas. Vale o investimento. A Hope lhe pagou apenas 5 milhões. Olha só quanta propaganda gratuita está recebendo (com outra modelo a campanha também seria polêmica, mas não tanto). Se eu tivesse uma marca e 5 milhões sobrando, eu contrataria a Gisele correndo.
Isso posto, eu não gostaria de ser a Gisele, porque, permita-me, estou bem contente em ser a Lolinha. Meu sonho nunca foi ser uma modelo ou uma miss (lamento, mas esse não é o sonho de todas as mulheres), e eu não poderia nem que quisesse, porque não possuo dois quilômetros de perna. Logo, não tenho a mais remota inveja da Gisele. Dizer que eu tenho inveja da Gi porque estou criticando-a é tão ofensivo quanto dizer que critico algo pra ganhar fama. Isso cheira à censura, sabe? Porque parece que não posso criticar nada ou ninguém de jeito nenhum. Então quem pode criticar? Marcelo Tas, colega do Rafinha e cada vez mais parecido com ele, pode?
A gente também não poderia dizer que Tas tá com inveja das mulheres no governo? Afinal, ele as critica! Ou que ele está implorando por atenção ao criticá-las? Tas já criticou outras pessoas também: será que ele tem inveja do Rogerio Ceni por não ter um corpão como o do goleiro? Ou Tas quer tomar os holofotes do Bolsonaro? E
quando Tas me ameaçou de processo e me criticou, ele estava com inveja dos meus lindos olhos verdes? Não? Então com licença que posso criticar o que a Gisele representa sem lamentar que eu não seja casada com o Tom Brady (é futebol americano o que ele joga? Argh).
Não fico surpresa que Tas e demais representantes da mídia tradicional estejam defendendo uma marca de lingerie como se fosse a fábrica pessoal deles. Hay gobierno? Soy contra! E viva a iniciativa privada, que só quer o bem da sociedade e patrocina os nossos programas! Dizer que a propaganda não é sexista p
orque “é só uma brincadeira” é a escapatória mais antiga que existe. Em nome da piada pode tudo! Eu poderia xingar todo mundo e acrescenta um rs ou um hehehe no final e zuzo bem. Tudo liberado, inclusive contar piada de estupro e declarar que comeria uma cantora grávida e seu bebê. No humor e na guerra vale tudo!
A campanha da Hope é sexista? Lógico que é, como já discuti aqui. Ela diz que mulher não sabe dirigir, bate o carro do marido, gasta demais, e que precisa contar pro cara com jeitinho (tem medo de quê?) sobre as besteiras que faz. Também há o subtexto de que esse seria o subterfúgio da mulher brasileira — usar seu “charme”. Sinceramente, não vi muita gente negando o machismo explícito dos comerciais. Discutem-se apenas outros pontos.
Tipo: a campanha é engraçada? Depende do humor de cada um. Humor é algo muito pessoal. Pra mim essas mensagens são tão clichê que não dá pra rir. Tem alguma novidade nesses estereótipos tod
os?
O que mais vi foi gente dizendo se gostou ou não. Ahn, dica: melhorem a argumentação. Só gostar ou não gostar de uma coisa não é exatamente uma análise. Dê a sua opinião, mas procure falar de como a campanha representa a mulher em geral e a mulher brasileira em particular, se pode tudo em nome do humor, se não é ofensivo o comunicado da assessoria da Hope, falando da “sensualidade natural da mulher brasileira, reconhecida mundialmente” (natural? A gente quer ser reconhecida mundialmente pela nossa sensualidade? Isso ajuda em quê, além de aumentar os números do nosso turismo sexual?), se a contratação de uma mulher poderosa como Gisele “evidencia”, como diz a nota, que a propaganda é uma brincadeira, ou se a mensagem é que até uma mulher poderosa como Gisele precisa usar uma “arma eficaz” como
posar de lingerie para ser validada como ser humano, e se marcas que vivem “da preferência das mulheres” costumam tomar atitudes que desvalorizam seu público consumidor (novelas? Revistas femininas? Grifes de moda? Cremes de beleza? Nah, tudo produto que só valoriza seu público consumidor!).
Aproveite também e reflita se você ficou chatead@ com o comercial da Caixa Econômica Federal, que cometeu a barbaridade de usar um ator branco para representar Machado de Assis num país racista e sem heróis negros como o nosso. Se quem tivesse feito isso fosse uma empresa privada, não estatal, qual seria
sua reação? E se Gisele tivesse sido contratada não por uma empresa privada, mas por uma estatal, para promover a “sensualidade natural da mulher brasileira” e ensinar a usar charminho para passar más notícias, também estaria tudo belê?
Eu repudio idiotices machistas como a capa do Globo (que colocou Gisele e seu "certo" ao lado da ministra Iriny Lopes, a errada, porque dane-se que uma mulher seja ministra do quinto maior país do mundo -- se ela não for bonita, ela nem tem razão de existir). E concordo com a nota da Secretaria de Políticas para as Mulheres, que pediu a suspensão da campanha. Sim, a campanha é discriminatória e presta um desserviço à mulher. Mas não concordo com o pedido de suspensão. A campanha da Hope é apenas uma num oceano de propagandas e programas machistas. O que é preciso é uma ampla campanha institucional contra o
machismo. Insisto: quero uma campanha como a do Equador. Quero que toda ação (machismo) seja acompanhada de uma reação (educação). E não quero que isso custe um só tostão aos cofres públicos. Pensamento único é o que temos na mídia, ou quantos programas de TV você conhece que discutem o sexismo? Nossa liberdade de escolha é tremenda: somos livres para escolher entre CQC ou Pânico. Ora, TV é concessão pública. Que se exija das TVs, que exibem sem piscar comerciais e programas machistas, homofóbicos, racistas, a veiculação de campanhas educativas. Que míseros quinze minutinhos por dia, espalhados por toda a programação, sejam usados pelo gover
no e ONGs para reagir contra os preconceitos. Talvez demore muito para que uma campanha educativa contra o machismo consiga superar a misoginia que reina na nossa sociedade. Mas é preciso começar já.
Então. Tem um montão de coisa pra você discutir sobre o tópico “campanha da Gisele e pedido de suspensão”. Mas claro que você pode continuar fechando os olhos pra tudo e ficar apenas chamando quem critica o machismo na mídia de feminazi invejosa mal amada. Fica a seu critério.

Tenho inúmeras críticas à indústria da moda e à ditadura da beleza, mas não responsabilizo Gisele por perpetuar um padrão irreal que frustra tantas mulheres. Se não fosse ela a top model do momento, seria outra (se bem q

Ela tem 150 milhões de dólares, é super profissional, já foi fotografada para mais de quinhentas capas de revista — só perde pra Lady Di. A revista Forbes aposta que ela será a primeira modelo a alcançar um bilhão. E ela pode se tornar a primeira bilionária brasileira a se fazer sozinha, sem herança. Por mais que eu seja contra bilionários (acredito que deve haver limite para riqueza: quem precisa ter um bilhão? Pra quê?) e a celebração a eles, admiro a energia da moça. Na sua vida pessoal, ela sempre foi bem discreta, e sempre adotou uma persona não arrogante, o que não deve ser fácil pra uma hiper celebridade. Ela participou do lançamento d



Gisele é um sucesso em tudo que faz. Ela é uma Midas que dá certo — as marcas que a contratam aumentam em muito suas vendas. Vale o investimento. A Hope lhe pagou apenas 5 milhões. Olha só quanta propaganda gratuita está recebendo (com outra modelo a campanha também seria polêmica, mas não tanto). Se eu tivesse uma marca e 5 milhões sobrando, eu contrataria a Gisele correndo.
Isso posto, eu não gostaria de ser a Gisele, porque, permita-me, estou bem contente em ser a Lolinha. Meu sonho nunca foi ser uma modelo ou uma miss (lamento, mas esse não é o sonho de todas as mulheres), e eu não poderia nem que quisesse, porque não possuo dois quilômetros de perna. Logo, não tenho a mais remota inveja da Gisele. Dizer que eu tenho inveja da Gi porque estou criticando-a é tão ofensivo quanto dizer que critico algo pra ganhar fama. Isso cheira à censura, sabe? Porque parece que não posso criticar nada ou ninguém de jeito nenhum. Então quem pode criticar? Marcelo Tas, colega do Rafinha e cada vez mais parecido com ele, pode?


Não fico surpresa que Tas e demais representantes da mídia tradicional estejam defendendo uma marca de lingerie como se fosse a fábrica pessoal deles. Hay gobierno? Soy contra! E viva a iniciativa privada, que só quer o bem da sociedade e patrocina os nossos programas! Dizer que a propaganda não é sexista p

A campanha da Hope é sexista? Lógico que é, como já discuti aqui. Ela diz que mulher não sabe dirigir, bate o carro do marido, gasta demais, e que precisa contar pro cara com jeitinho (tem medo de quê?) sobre as besteiras que faz. Também há o subtexto de que esse seria o subterfúgio da mulher brasileira — usar seu “charme”. Sinceramente, não vi muita gente negando o machismo explícito dos comerciais. Discutem-se apenas outros pontos.
Tipo: a campanha é engraçada? Depende do humor de cada um. Humor é algo muito pessoal. Pra mim essas mensagens são tão clichê que não dá pra rir. Tem alguma novidade nesses estereótipos tod

O que mais vi foi gente dizendo se gostou ou não. Ahn, dica: melhorem a argumentação. Só gostar ou não gostar de uma coisa não é exatamente uma análise. Dê a sua opinião, mas procure falar de como a campanha representa a mulher em geral e a mulher brasileira em particular, se pode tudo em nome do humor, se não é ofensivo o comunicado da assessoria da Hope, falando da “sensualidade natural da mulher brasileira, reconhecida mundialmente” (natural? A gente quer ser reconhecida mundialmente pela nossa sensualidade? Isso ajuda em quê, além de aumentar os números do nosso turismo sexual?), se a contratação de uma mulher poderosa como Gisele “evidencia”, como diz a nota, que a propaganda é uma brincadeira, ou se a mensagem é que até uma mulher poderosa como Gisele precisa usar uma “arma eficaz” como

Aproveite também e reflita se você ficou chatead@ com o comercial da Caixa Econômica Federal, que cometeu a barbaridade de usar um ator branco para representar Machado de Assis num país racista e sem heróis negros como o nosso. Se quem tivesse feito isso fosse uma empresa privada, não estatal, qual seria

Eu repudio idiotices machistas como a capa do Globo (que colocou Gisele e seu "certo" ao lado da ministra Iriny Lopes, a errada, porque dane-se que uma mulher seja ministra do quinto maior país do mundo -- se ela não for bonita, ela nem tem razão de existir). E concordo com a nota da Secretaria de Políticas para as Mulheres, que pediu a suspensão da campanha. Sim, a campanha é discriminatória e presta um desserviço à mulher. Mas não concordo com o pedido de suspensão. A campanha da Hope é apenas uma num oceano de propagandas e programas machistas. O que é preciso é uma ampla campanha institucional contra o


Então. Tem um montão de coisa pra você discutir sobre o tópico “campanha da Gisele e pedido de suspensão”. Mas claro que você pode continuar fechando os olhos pra tudo e ficar apenas chamando quem critica o machismo na mídia de feminazi invejosa mal amada. Fica a seu critério.
Thursday, September 29, 2011
Programa de TV do PSOL - 29 de setembro 2011
Onde tem gente lutando por uma vida melhor, pode ter certeza: aí tem PSOL.
Programa de TV do PSOL - 29 de setembro 2011
Onde tem gente lutando por uma vida melhor, pode ter certeza: aí tem PSOL.
Marinor Brito participa da comemoração pelo aniversário de um ano da lei da Ficha Limpa
A senadora Marinor Brito (PSOL/ PA) participou hoje, dia 29, da comemoração pelo aniversário de um ano da lei da Ficha Limpa, que contou com a participação de deputados, senadores, representantes de movimentos sociais e estudantes da educação infantil de escolas públicas do Distrito Federal.
Como educadora, Marinor ficou feliz com a presença dos estudantes: “é muito importante ver crianças no Parlamento, vigiando o trabalho dos parlamentares, para ver se os mesmos estão fazendo o dever de casa”, brincou. A senadora afirmou que o parlamentar tem como obrigação lutar pela melhoria da população e contra aqueles que historicamente tem se utilizado da máquina pública em benefício próprio, a exemplo de Jader Barbalho.
Marinor falou ainda da conquista da aprovação da Ficha Limpa, com intensa mobilização da sociedade civil. Segundo ela, esse foi um grande passo, e o desafio agora é que não haja retrocessos para a aplicação da lei, mesmo para as eleições de 2010, nos casos em que há a possibilidade de deixar de fora corruptos conhecidos da política brasileira.
Marinor Brito participa da comemoração pelo aniversário de um ano da lei da Ficha Limpa
A senadora Marinor Brito (PSOL/ PA) participou hoje, dia 29, da comemoração pelo aniversário de um ano da lei da Ficha Limpa, que contou com a participação de deputados, senadores, representantes de movimentos sociais e estudantes da educação infantil de escolas públicas do Distrito Federal.
Como educadora, Marinor ficou feliz com a presença dos estudantes: “é muito importante ver crianças no Parlamento, vigiando o trabalho dos parlamentares, para ver se os mesmos estão fazendo o dever de casa”, brincou. A senadora afirmou que o parlamentar tem como obrigação lutar pela melhoria da população e contra aqueles que historicamente tem se utilizado da máquina pública em benefício próprio, a exemplo de Jader Barbalho.
Marinor falou ainda da conquista da aprovação da Ficha Limpa, com intensa mobilização da sociedade civil. Segundo ela, esse foi um grande passo, e o desafio agora é que não haja retrocessos para a aplicação da lei, mesmo para as eleições de 2010, nos casos em que há a possibilidade de deixar de fora corruptos conhecidos da política brasileira.
Marinor Brito preside Seminário “Famílias pela Igualdade”
A senadora Marinor Brito (PSOL/ PA) presidiu hoje, dia 29, os trabalhos do seminário “Famílias pela Igualdade”, que faz parte do ciclo de audiências a serem realizadas pela Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT.
Em maio desse ano, o judiciário brasileiro reconheceu a relação entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar e as ações da Frente visam a ampliação da proteção do Estado a estas entidades familiares e a reafirmação dos avanços para a cidadania LGBT.
Foto: José Cruz/ AS |
Participaram os senadores Paulo Paim (PT/ RS), Marinor Brito (PSOL/ PA) e Marta Suplicy (PT/ RJ), o deputado Jean Willys (PSOL/ RJ) e a representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Nadine Borges. Expuseram a experiência argentina, que há um ano aprovou a lei do Matrimônio Igualitário, a juíza Gabriela Seijas e a ex-deputada Sílvia Augsburger.
Marinor Brito preside Seminário “Famílias pela Igualdade”
A senadora Marinor Brito (PSOL/ PA) presidiu hoje, dia 29, os trabalhos do seminário “Famílias pela Igualdade”, que faz parte do ciclo de audiências a serem realizadas pela Frente Parlamentar Mista pela Cidadania LGBT.
Em maio desse ano, o judiciário brasileiro reconheceu a relação entre pessoas do mesmo sexo como entidade familiar e as ações da Frente visam a ampliação da proteção do Estado a estas entidades familiares e a reafirmação dos avanços para a cidadania LGBT.
Foto: José Cruz/ AS |
Participaram os senadores Paulo Paim (PT/ RS), Marinor Brito (PSOL/ PA) e Marta Suplicy (PT/ RJ), o deputado Jean Willys (PSOL/ RJ) e a representante da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Nadine Borges. Expuseram a experiência argentina, que há um ano aprovou a lei do Matrimônio Igualitário, a juíza Gabriela Seijas e a ex-deputada Sílvia Augsburger.
OS PRÓ-VIDA QUEREM QUE OS PRÓ-ESCOLHA MORRAM
Ontem foi o Dia Latinoamericano pela Legalização do Aborto na América Latina e Caribe. Como eu estava viajando, só lembrei (ou lembraram pra mim) da data na hora. E como quarta é um dos meus dias mais frenéticos na universidade, passei poucas horas no Twitter (mais no horário do almoço e após às 19 horas). Mas foi o suficiente pra me posicionar a favor da legalização do aborto... e receber uns setenta tweets muito, muito revoltados.
Tá feia a coisa, viu? Acho que o segundo turno das eleições presidenciais do ano passado fez com que a luta pela legalização regredisse uns dez anos. O nível obscurantista da discussão, bem caça às bruxas, bem Idade Média mesmo, contagiou várias pessoas. Os argumentos dessa gente são abaixo da cintura. Simplesmente não há argumentos. Decidi compilar e comentar, bem sucintamente, alguns dos tweets que me foram enviados. Aviso um: estou sem tempo, então só falo dos que chegaram a mim.
Acredito piamente que outras feministas que se manifestaram pela legalização tenham recebido insultos piores. E não tive coragem de clicar nos TTs, que ficaram com a hashtag #legalizaroaborto lá em cima durante horas. Aviso dois: sei o que alguns podem pensar -- que estou sendo desleal e selecionando apenas as mensagens mais escabrosas. Infelizmente, todas que recebi foram neste nível. Eles não têm um só argumento consistente. É estarrecedor. E é um choque de realidade também, porque no meu mundo as pessoas 1) são mais inteligentes; e 2) sabem debater com um pouquinho mais de finesse.
Este foi um dos campeões de audiência. Há muitas variações sobre o mesmo tema, mas o tweet acima, embora tenha se esquecido de um verbo, foi o mais resumido. E o que dá pra dizer contra uma contestação tão rasinha? Sim, de fato, meu jovem, é mais fácil falar depois que se nasce. Antes, quando somos um amontoado de células, falar é bem mais difícil. Dizem que nem os mais precoces conseguem.
Se minha mãe tivesse escolhido a morte pra mim, você não teria o que ver. Nem eu. Nem minha mãe. Eu nem existiria.
Ah bom, se deus não gosta, quem sou eu pra ser contra, né?
Sabe outra coisa que não faria falta? Pontos de interrogação e exclamação em excesso.
Pena que o pró-vida não disse logo o que eu mereço por apoiar a legalização do aborto -- a pena de morte, perhaps?
Este me lembrou da música do Casseta: "Mãe é mãe / Paca é paca / Mulher é tudo vaca!".
Hmm... Devo fazer plástica ou me matar? São tantas escolhas! Mas juro que não entendo direito essa equação de "quem é a favor da legalização do aborto é feia (e chata e boba)". Tipo assim, essa gente realmente acha que mulher bonita não aborta?
Teve uma hora em que, cansada de ler os obscurantistas se referirem ao embrião como criança, escrevi um tweet dizendo: "Pros anti-aborto: embrião é tão criança qto ovo é galinha, semente é árvore, tijolo é casa...". Descobri que essas pessoas têm uma ligeira dificuldade em interpretação de textos.
Por que fico fazendo essas comparações sem anexo, né?
A moça continua tratando embrião como criança, e eu continuo, ahn, matando casas. Já foram cinco hoje!
Eu sei que escrevi o tweet no horário do almoço, mas esse pessoal bem que podia esquecer o estômago roncando de vez em quando! Tipo, quem falou em comida?
É, ontem quiseram que eu me matasse (43 membros), que eu fosse assassinada, surrada com urtiga, e frita em óleo quente. Se tem uma coisa que não pode ser dita sobre os pró-vida é que eles não têm muito amor no coração! O amor deles é transbordante... ao menos pelos que ainda não nasceram. Claro que, depois de fora do ventre da mãe, é cada um por si. Fim da comiseração. Nasceu? Ótimo! Agora morra!
Mas nem tudo esteve perdido. Um senhor religioso me enviou um tweet agressivo, no melhor estilo "sua mãe devia ter te abortado, sua baranga", ou algo assim. E a descrição dele dizia que ele era um homem que prega a paz e o respeito. Eu mandei o seguinte tweet pra ele:
Em questão de segundos, ele respondeu:
Espero que todos os pró-vida possam refletir também. Porque, sinceramente, se dependesse do seu nível de argumentação pra ganhar uma discussão, o aborto já estaria legalizado no Brasil faz tempo.

















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