

Esse tipo de coisa só não me choca apenas porque já vi e vejo isso.
Sabem, o que me assusta mais do que o que esses idiotas dizem em fóruns e blogs, é pensar que eu trabalho com eles, estudo com eles. Pego ônibus, esbarro no metrô. Compro deles, recebo atendimento médico! Aprendo, faço parte do grupo de amigos. Toco neles por um motivo ou outro. E nesse momento casual eles estão sentindo NOJO de mim.
Ou dó. Eles podem também sentir dó. Por presumirem uma condição a partir de um preconceito, podem interpretar incorretamente um sinal e sent

Ou seja, enquanto penso que estou me relacionando de forma saudável com as pessoas, algumas dessas estão me avaliando, cada qual com um nível de racismo aplicado. Fazendo considerações sobre a minha beleza, que aparentemente não pode coexistir com a opinião delas nem com a consciência coletiva.
A mocinha do caixa do restaurante de repente não quer que minha mão toque na dela. Ou o médico já pensando

Difícil saber com quem se está lidando. Saber qual rejeição é por sua chatice real e qual é por causa da sua pele. Quando não te acham bonita, ou quando não te acham bonita porque você é negra. Como saber?
Já imagino acéfalos refutando e dizendo isso é coisa da minha cabeça. Claro que é. Só que não fui eu que pus porque quis. O mundo não é como eu quero.

Acho normal que as pessoas se avaliem previamente, é natural, é instinto. Mas é foda saber que sua avaliação já sai prejudicada sem mal começar.
Acredito sinceramente que um dos gatilhos para a postura relativamente agressiva que adotei na minha vida é resultado desse receio. Porque já ouvi coisas feias. Hoje as pessoas não dizem mais como diziam (crescemos!). Esperam você virar as costas... só um pouco.
Mas isso me leva à infância. Esses comentários que ressaltam características genéticas étnicas como motivo de descarte imediato são feitos por pessoas com quem convivemos, as piores na minha opinião, aquelas que sentem caladas um desprezo secreto por você. E essas pessoas são os mesmos mol

Não, essas crianças malditas não foram dizimadas. Elas cresceram. Algumas livraram-se, acredito que até certo ponto, dessa visão equivocada, mas a maioria, ah, a maioria, a maioria... vocês sabem.
Perdoem o exagero, me empolguei, há tempos queria falar sobre isso... Costumo apenas ler... Aí, quando vou falar, dá nisso.
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