"Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente"
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Meu amigo "Alves Grapiúna" enviou esta peleja virtual, que aqui vai reproduzida.
Publicado originalmente em: http://recantodasletras.uol.com.br/escrivaninha/publicacoes/index.php
No livro As curvas do meu caminho (2ª Edição, Editora e Gráfica Franciscana, 2004) do poeta Manoel Filó, encontra-se narrado que em abril de 1998, em Arcoverde - Pernambuco, o autor encontrou-se com o poeta Lirinha e entre uma prosa e outra, um poema e outro, Lirinha declamou estes versos de sua autoria:
Toda minha visão é catingueira
Minha sede é de água de quartinha
Sou fantasma das casas de farinha
Sou pedaço de vida em fim de feira
Ave-bala que tem mira certeira
Um cordel de palavra incandescente
Sou a presa afiada da serpente
Que cochila nos pés do cangaceiroEssa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.Lirinha
Para dar continuidade à peleja da Corda Virtual convocamos a todos os poetas, cordelistas e cantadores, desde que compreendam as regras da poesia popular, para glosarem o mote:
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Com a peixeira amolada do repente.
Alves Grapiúna [Salvador, 03/2011]
I
O meu cordel é todo estudado
Nas estratégias do bote da serpente
A qualquer um que aqui se apresente
Dou pancada com um calhau avantajado
Com o meu verso eu o deixo aluado
Sem os olhos pra ver o sol poente
Perde o rumo das águas na corrente
Sem juízo e sem conhecer dinheiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Com a peixeira amolada do repente.
II
Meto medo se eu pego a cantar
Quem me ouve fica logo em desespero
É como se entrasse num vespeiro
Esperando o meu verso entoar
Muitos choram e começam a rezar
Muito forte com febre cai doente
Fica fraco, treme todo, bate o dente
Se da sacola eu tiro o meu pandeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Com a peixeira amolada do repente.
Pedro Pernambuco
Com a palavra amolada do meu verso
Com a faca de sol de minha verve
Vou mostrar aos poetas pra que serve
O meu grito a girar pelo universo:
A medalha-palavra e seu reverso
Versejar a sair de forno quente:
Ora doce, ora amargo, ora atraente
Cabisbaixo - ora sai - ora altaneiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Com a faca de sol de minha verve
Vou mostrar aos poetas pra que serve
O meu grito a girar pelo universo:
A medalha-palavra e seu reverso
Versejar a sair de forno quente:
Ora doce, ora amargo, ora atraente
Cabisbaixo - ora sai - ora altaneiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Hélio Ferreira, [Pernanbuco, 11/2010]
I
Trago verso canino, dente de cão
Sou pau ferro, idéia que não se dobra
Sou ligeiro feito um bote de cobra
Que não teme a esperteza do leão
Sou o prego que fura e fere a mão
De um Cristo pintado no batente
Só um verso assim que oriente
No divã, talibã tão carniceiro
Esta noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
II
Com meu verso feito faca e facão
Corto a noite pra deixar imensa fenda
Pra que o céu se derrameem oferenda
Pra que encha açude e molhe o chão
Pra que o verde vestindo o meu sertão
Seja à luz do parto de uma semente
Pra que o parto aconteça novamente
Passo a ponta na quentura do ferreiro
Esta noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
III
O meu verso é cortante e afiado
Rasga mundo fere até pensamento
Corta noite, sangra dia, corta vento
Deixa o lombo do globo mais gelado
Deixa as costas da terra para o lado
Que o mar resfriado causa enchente
No meu verso de sol tem brilho quente
Que evapora qualquer tipo de aguaceiro
Esta noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
Winston Churchill Rangel, [Guarapari-ES, 17/01/11]
Trago verso canino, dente de cão
Sou pau ferro, idéia que não se dobra
Sou ligeiro feito um bote de cobra
Que não teme a esperteza do leão
Sou o prego que fura e fere a mão
De um Cristo pintado no batente
Só um verso assim que oriente
No divã, talibã tão carniceiro
Esta noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
II
Com meu verso feito faca e facão
Corto a noite pra deixar imensa fenda
Pra que o céu se derrame
Pra
Pra que o verde vestindo o meu sertão
Seja à luz do parto de uma semente
Pra que o parto aconteça novamente
Passo a ponta na quentura do ferreiro
Esta noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
III
O meu verso é cortante e afiado
Rasga mundo fere até pensamento
Corta noite, sangra dia, corta vento
Deixa o lombo do globo mais gelado
Deixa as costas da terra para o lado
Que o mar resfriado causa enchente
No meu verso de sol tem brilho quente
Que evapora qualquer tipo de aguaceiro
Esta noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
Winston Churchill Rangel, [Guarapari-ES, 17/01/11]
Vivo em paz por sentença da idade
Mas saudoso de guerras e pelejas
Num momento como esse que enseja
Das contendas matar tanta saudade,
Mesmo a guerra não sendo de verdade,
Não respondo por mim daqui pra frente.
Que se cuidem covardes e valentes
Vou capar o que eu pegar primeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Mas saudoso de guerras e pelejas
Num momento como esse que enseja
Das contendas matar tanta saudade,
Mesmo a guerra não sendo de verdade,
Não respondo por mim daqui pra frente.
Que se cuidem covardes e valentes
Vou capar o que eu pegar primeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Thiago E. Martins [Recife/PE, 28/10/10]
No espirro que dou sai canivete!
Sou papel que caboclo enrola prego,
Sou o laço bem dado em um nó-cego,
Sou cascudo no quengo do pivete.
Sou o ferro maciço que derrete,
Sobre a brasa do fogo muito quente,
Que se chegar mais perto deixa a gente
“Lumiado quiném” um candeeiro.
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amola do repente.
Sou papel que caboclo enrola prego,
Sou o laço bem dado em um nó-cego,
Sou cascudo no quengo do pivete.
Sou o ferro maciço que derrete,
Sobre a brasa do fogo muito quente,
Que se chegar mais perto deixa a gente
“Lumiado quiném” um candeeiro.
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amola do repente.
Cida Pedrosa e Sennor Ramos [Recife-PE, 09/10/10]
O meu verso cavalga pra além-mar
Veste jeans, ouve rock e cantoria
Quer viver misturando a poesia
Espalhando improvisos pelo ar
Pois o fim do poeta é navegar
Por riacho revolto e inconseqüente
Carne e verbo real e confluente
Como facho de luz no nevoeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Veste jeans, ouve rock e cantoria
Quer viver misturando a poesia
Espalhando improvisos pelo ar
Pois o fim do poeta é navegar
Por riacho revolto e inconseqüente
Carne e verbo real e confluente
Como facho de luz no nevoeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Ronald Vieira [Recife-PE, 07/10/10]
Nas caatingas ecoa um gemido
Do cangaço renascendo novamente
Nas refregas ninguém é inocente
Corta a bala e ecoa mais um grito
Sinhô Pereira no sertão era um mito
Vingador, demonstrou que era valente
Pisou cobras, lagartos e serpente
Na pisada de um grande cangaceiro
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AFIADA DO REPENTE.
Do cangaço renascendo novamente
Nas refregas ninguém é inocente
Corta a bala e ecoa mais um grito
Sinhô Pereira no sertão era um mito
Vingador, demonstrou que era valente
Pisou cobras, lagartos e serpente
Na pisada de um grande cangaceiro
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AFIADA DO REPENTE.
Kayson de Oliveira Pires [São José do Belmonte-PE, 03/10/10]
Fui na borda de um morro de arenito
Pra pegar uma pedra de amolar
Contemplando as belezas de um lugar
Que pairava além do infinito
Viajando num passo esquisito
Uma musa andava em minha frente
Desatando os nós da minha mente
Me nutrindo da verve de proseiro
Esta noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Pra pegar uma pedra de amolar
Contemplando as belezas de um lugar
Que pairava além do infinito
Viajando num passo esquisito
Uma musa andava em minha frente
Desatando os nós da minha mente
Me nutrindo da verve de proseiro
Esta noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
BASTINHA JOB [CRATO-CE, 28/09/10]
E Lirinha inspirado pela lira
Na magia do mais belo momento
Escancara, de vez, o pensamento
Num dístico tão forte e nos inspira
Ao glosar a verdade sem mentira
Num mote vigoroso e veemente
Influencia a gente, simplesmente
E nele pego carona bem ligeiro:
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AMOLADA DO REPENTE
Na magia do mais belo momento
Escancara, de vez, o pensamento
Num dístico tão forte e nos inspira
Ao glosar a verdade sem mentira
Num mote vigoroso e veemente
Influencia a gente, simplesmente
E nele pego carona bem ligeiro:
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AMOLADA DO REPENTE
Maciel Carneiro [24/09/10]
Lampião carregando a lazarina
Não esquece o punhal do Pajeú
E com ele perfura o couro cru
Numa saga sonhoza e assassina
A viola, contudo, é mais divina
Sua corda dilata, o peito sente,
Sua nota por dentro rasga a gente
O poeta eu prefiro ao cangaceiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Não esquece o punhal do Pajeú
E com ele perfura o couro cru
Numa saga sonhoza e assassina
A viola, contudo, é mais divina
Sua corda dilata, o peito sente,
Sua nota por dentro rasga a gente
O poeta eu prefiro ao cangaceiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Lima Júnior [22/09/10]
Com a faca da arte eu vou talhando
Um momento de sonhos pré-moldados,
Nas entranhas do céu, vi pendurados,
Mil rosários de estrelas, clareando.
Eu rasgando e o destino costurando,
O que fica e o que sai da minha mente,
Mas eu abro no céu da noite quente
Um rasgão, e o sol cai no terreiro.
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Um momento de sonhos pré-moldados,
Nas entranhas do céu, vi pendurados,
Mil rosários de estrelas, clareando.
Eu rasgando e o destino costurando,
O que fica e o que sai da minha mente,
Mas eu abro no céu da noite quente
Um rasgão, e o sol cai no terreiro.
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
João Campos [Olinda-PE, 21/09/10]
Se um poeta é medroso e indeciso
Nunca vai escrever a sua história
Não é berço que traça a sua glória
É a força do versoem improviso
Como faca, em dois, gumes é preciso
Rasga a carne e o verbo, plenamente
Dividindo, extrai o quociente
E à razão, resta o grito derradeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Nunca vai escrever a sua história
Não é berço que traça a sua glória
É a força do verso
Como
Rasga a carne e o verbo, plenamente
Dividindo, extrai o quociente
E à razão, resta o grito derradeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Meca Moreno [20/09/10]
Pra sair duma vez desse atoleiro
Com as armas da paz e da cultura
Se não há contrassenso a essa altura
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
Pra acabar de uma vez co’esse vespeiro
De venais enganando tanta gente
Não respeito nenhum cabra indecente
Se me zango provoco uma degola
Eu defendo o meu verso e a viola
CO’A PEIXEIRA AMOLADA DO REPENTE
Com as armas da paz e da cultura
Se não há contrassenso a essa altura
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
Pra acabar de uma vez co’esse vespeiro
De venais enganando tanta gente
Não respeito nenhum cabra indecente
Se me zango provoco uma degola
Eu defendo o meu verso e a viola
CO’A PEIXEIRA AMOLADA DO REPENTE
Davi Teixeira [20/09/10]
Voarei através deste planeta
Divulgando melhor nossa cultura
O baião, o forró e literatura
Levarei aqui dentro da maleta
Mas por terra vai mais de uma carreta
Co’uma faixa escrita bem na frente:
“Vamos todos plantar essa semente”
Que pra isso eu sou grande guerreiro
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
CO’A PEIXEIRA AMOLADA DO REPENTE
Divulgando melhor nossa cultura
O baião, o forró e literatura
Levarei aqui dentro da maleta
Mas por terra vai mais de uma carreta
Co’uma faixa escrita bem na frente:
“Vamos todos plantar essa semente”
Que pra isso eu sou grande guerreiro
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
CO’A PEIXEIRA AMOLADA DO REPENTE
Kerlle de Magalhães [14/09/10]
Eu subi num arco-íris para o céu
Escalei entre nuvens e um trovão
De repente eu cheguei numa mansão
E encontrei sob um manto, brando véu,
O Deus-Pai, criador, falou-me ao léu:
“Tu serás o cortante presidente
Rasgarás qualquer tolo pretendente
Que se atreve a glosar em teu terreiro!”
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Escalei entre nuvens e um trovão
De repente eu cheguei numa mansão
E encontrei sob um manto, brando véu,
O Deus-Pai, criador, falou-me ao léu:
“Tu serás o cortante presidente
Rasgarás qualquer tolo pretendente
Que se atreve a glosar em teu terreiro!”
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Jorge Filó [13/09/10]
Quando o manto do luto cobre o dia
E a penumbra de sombra o céu invade
Se instala nos becos da cidade
Um torpor de escárnio e de orgia
O sarau faz vibrar a nostalgia
E o poeta, se arvora um eloqüente
Pra reinar, ganha o verso de presente
Onde o verbo põe fogo em seu braseiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
E a penumbra de sombra o céu invade
Se instala nos becos da cidade
Um torpor de escárnio e de orgia
O sarau faz vibrar a nostalgia
E o poeta, se arvora um eloqüente
Pra reinar, ganha o verso de presente
Onde o verbo põe fogo em seu braseiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Madrugada me traz a inspiração
Decifrando em mim milhões de cismas
E me pego no mundo dos sofismas
Distinguindo a mentira da razão
Quando faço, por vez, a indagação
Do que em tudo concerne diferente
Tudo fica mais claro em minha frente
E o meu verso se torna mensageiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Decifrando em mim milhões de cismas
E me pego no mundo dos sofismas
Distinguindo a mentira da razão
Quando faço, por vez, a indagação
Do que em tudo concerne diferente
Tudo fica mais claro em minha frente
E o meu verso se torna mensageiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Gleison Nascimento [13/09/10]
O poeta já vem todo ajustado,
Preparado prá deflagrar seu verso,
Um estondo que abala o universo,
e assusta quem tá despreparado.
Seu talento já vem enraizado,
é fatal qual veneno de serpente.
com a manha da puta indescente,
que te droga e leva o teu dinheiro.
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
com a peixeira amolada do repente.
Preparado prá deflagrar seu verso,
Um estondo que abala o universo,
e assusta quem tá despreparado.
Seu talento já vem enraizado,
é fatal qual veneno de serpente.
com a manha da puta indescente,
que te droga e leva o teu dinheiro.
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
com a peixeira amolada do repente.
Lula Moreira [Arcoverde-PE, 12/09/10]
O Mormaço da boca da caieira
O sol quente queimando a tardinha
Um segredo guardado na bainha
As bagagens da nuvem passageira
Hoje é certo que a rima vem certeira
Vem quebrando os elos da corrente
Uma estrela de brilho incandescente
se transforma na luz de um candeeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
O sol quente queimando a tardinha
Um segredo guardado na bainha
As bagagens da nuvem passageira
Hoje é certo que a rima vem certeira
Vem quebrando os elos da corrente
Uma estrela de brilho incandescente
se transforma na luz de um candeeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
Carlos Aires [Carpina-PE, 12/09/10]
Com meu verso amolado igual navalha
Eu consigo fazer o meu estrago
Evoluo me expando e me propago
Sem vacilo sem dúvidas e nem falha
Eu garanto que nada me atrapalha
Pois a verve esbanja em minha mente
Meu veneno é igual o da serpente
Quando lança seu bote traiçoeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Eu consigo fazer o meu estrago
Evoluo me expando e me propago
Sem vacilo sem dúvidas e nem falha
Eu garanto que nada me atrapalha
Pois a verve esbanja em minha mente
Meu veneno é igual o da serpente
Quando lança seu bote traiçoeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Sou sutil igualmente um gato esperto
Que num pulo sagaz e de surpresa
Atacando de súbito sua presa
De que não erra o salto ele está certo
Seja mata fechada ou campo aberto
Seja em noite escura ou sol luzente
Eu por ser muito astuto certamente
Também vou devorar o companheiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Que num pulo sagaz e de surpresa
Atacando de súbito sua presa
De que não erra o salto ele está certo
Seja mata fechada ou campo aberto
Seja em noite escura ou sol luzente
Eu por ser muito astuto certamente
Também vou devorar o companheiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Eloi Firmino de Melo [João Pessoa-PB, 09/09/10]
Ao nascer minha mãe disse o menino
Tem um sino enfiado na garganta;
Quando chora a família se levanta
Ao pensar que ele está batendo o pino.
Era a força engenhosa do destino
Embalando o meu peito de inocente;
Com a musa apontando à minha frente
A viola, o cordel e o folheteiro;
E esta noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolado do repente.
Tem um sino enfiado na garganta;
Quando chora a família se levanta
Ao pensar que ele está batendo o pino.
Era a força engenhosa do destino
Embalando o meu peito de inocente;
Com a musa apontando à minha frente
A viola, o cordel e o folheteiro;
E esta noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolado do repente.
Acredito na força e na grandeza
Do cordel como forma de expressão;
Como fosse o tear de um tecelão
Fio a fio a tecer essa beleza;
O poeta tem brilho, tem destreza
E a batuta da musa por regente;
E a viola acompanha o som plangente
Que debulha na voz do violeiro;
Nessa noite retalha o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Do cordel como forma de expressão;
Como fosse o tear de um tecelão
Fio a fio a tecer essa beleza;
O poeta tem brilho, tem destreza
E a batuta da musa por regente;
E a viola acompanha o som plangente
Que debulha na voz do violeiro;
Nessa noite retalha o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Carlos Aires [Carpina-PE, 09/09/10]
Logo cedo eu embarco num navio
Pra Coréia pra China e pro Japão
Depois venho pro Afeganistão
Enfrentando tormenta e mar bravio
E depois de enfrentar o desafio
Eu aporto em outro continente
Visitando a África certamente
O Saara estará em meu roteiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Pra Coréia pra China e pro Japão
Depois venho pro Afeganistão
Enfrentando tormenta e mar bravio
E depois de enfrentar o desafio
Eu aporto em outro continente
Visitando a África certamente
O Saara estará em meu roteiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
E dali seguirei o meu destino
Mas preciso ser corajoso e forte
Um camelo será o meu transporte
E meu guia será um Beduíno
Já que sou andarilho e peregrino
Estarei retornando ao ocidente
No Brasil desembarco alegremente
Pois adoro esse solo brasileiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Mas preciso ser corajoso e forte
Um camelo será o meu transporte
E meu guia será um Beduíno
Já que sou andarilho e peregrino
Estarei retornando ao ocidente
No Brasil desembarco alegremente
Pois adoro esse solo brasileiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Ésio Rafael [Sertânia/Recife – 09/09/10]
O MEU VERSO É A FACA NA BAINHA
LUMINOSA CERTEIRA E AFIADA
QUANDO PUXO ELA VEM TODA ESPELHADA
SÓ RESPEITA OS DOTES DA VIZINHA
CANTADOR QUE ATRAVESSA MINHA LINHA
NÃO SUPORTA UM “BAIÃO” NA MINHA FRENTE
PERDE A VOZ PERDE O PRUMO E A PATENTE
AO SABER QUE SOU PINTO DO MONTEIRO
“ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AMOLADA DO REPENTE”
LUMINOSA CERTEIRA E AFIADA
QUANDO PUXO ELA VEM TODA ESPELHADA
SÓ RESPEITA OS DOTES DA VIZINHA
CANTADOR QUE ATRAVESSA MINHA LINHA
NÃO SUPORTA UM “BAIÃO” NA MINHA FRENTE
PERDE A VOZ PERDE O PRUMO E A PATENTE
AO SABER QUE SOU PINTO DO MONTEIRO
“ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AMOLADA DO REPENTE”
DUVAL BRITO [Paulo Afonso BA - 09/09/2010]
Apresento-me para novo desafio,
desta vez, um lindo mote do Lirinha.
Esta idéia magnífica é a linha
que me leva a mergulhar neste rio.
Minha musa certamente pressentiu
que preciso navegar nesta corrente,
e dar-me-á inspiração suficiente
para rimar um versejar verdadeiro.
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AFIADA DO REPENTE.
desta vez, um lindo mote do Lirinha.
Esta idéia magnífica é a linha
que me leva a mergulhar neste rio.
Minha musa certamente pressentiu
que preciso navegar nesta corrente,
e dar-me-á inspiração suficiente
para rimar um versejar verdadeiro.
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AFIADA DO REPENTE.
No momento que recebo inspiração
sou capaz de grosar rimas aversas.
Até mesmo as discordâncias diversas
harmonizam-se com perfeita exatidão.
Fecho os olhos e vejo num clarão
minha musa acenando-me sorridente.
Neste instante eu a sinto tão presente
que até dá para sentir o seu cheiro.
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AFIADA DO REPENTE.
sou capaz de grosar rimas aversas.
Até mesmo as discordâncias diversas
harmonizam-se com perfeita exatidão.
Fecho os olhos e vejo num clarão
minha musa acenando-me sorridente.
Neste instante eu a sinto tão presente
que até dá para sentir o seu cheiro.
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AFIADA DO REPENTE.
Eu ainda tenho cheiro de caatinga
adquirido quando era agricultor.
É por isso que aprecio aquele odor
e me irrito se acaso alguém xinga
um matuto, ou se rir de sua ginga,
ou até, se lhe for indiferente.
Sinto vontade de pegar o insolente
e lhe bater com um galho de facheiro.
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AFIADA DO REPENTE.
adquirido quando era agricultor.
É por isso que aprecio aquele odor
e me irrito se acaso alguém xinga
um matuto, ou se rir de sua ginga,
ou até, se lhe for indiferente.
Sinto vontade de pegar o insolente
e lhe bater com um galho de facheiro.
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AFIADA DO REPENTE.
Jaelson Gomes [Arcoverde-PE, 09/09/10]
Nordestino caboclo pajeú
Andarilho de veredas perigosas
Trovador de historias pavorosas
E tão doce como meu e urucu
Fortemente tal qual mandacaru
Um jogral de falar tão envolvente
Um poeta pequeno simplesmente
Que não dar a ninguém seu paradeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
Andarilho de veredas perigosas
Trovador de historias pavorosas
E tão doce como meu e urucu
Fortemente tal qual mandacaru
Um jogral de falar tão envolvente
Um poeta pequeno simplesmente
Que não dar a ninguém seu paradeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
Lampião abençoa lá de cima
O valente cangaceiro do sertão
Sertanejo que tem calo na mão
Verso belo tão bem domina a rima
Num cavalo seguro pela crina
Ligeireza de raio incandescente
Rodo o mundo tão rápido que a mente
Só percebe o brilho do luzeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
O valente cangaceiro do sertão
Sertanejo que tem calo na mão
Verso belo tão bem domina a rima
Num cavalo seguro pela crina
Ligeireza de raio incandescente
Rodo o mundo tão rápido que a mente
Só percebe o brilho do luzeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
Parto agora Arcoverde linda terra
Pra brilhar nas terras de Dubai
Em Hong Kong eu encho meu balai
Pra vender pelo dobro na Inglaterra
Caminhando subindo pela serra
E nos Andes uma vista parente
Africana de jeito envolvente
Me atiça de modo tão faceiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
Pra brilhar nas terras de Dubai
Pra vender pelo dobro na Inglaterra
Caminhando subindo pela serra
E nos Andes uma vista parente
Africana de jeito envolvente
Me atiça de modo tão faceiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
Carlos Aires [Carpina-PE, 08/09/10]
Como a África a Ásia ou a Europa
A Austrália vai receber seu corte
Da America do Sul e a do Norte
Eu enfrento o exercito ou qualquer tropa
Pois quem é bom poeta tudo topa
E eu adoro um assunto diferente
Esse mote pra mim foi à semente
Que faltava plantar em meu canteiroEssa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
A Austrália vai receber seu corte
Da America do Sul e a do Norte
Eu enfrento o exercito ou qualquer tropa
Pois quem é bom poeta tudo topa
E eu adoro um assunto diferente
Esse mote pra mim foi à semente
Que faltava plantar em meu canteiroEssa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Da natura eu quero destrinchar
As montanhas os vales e colinas
As estrelas formosas e divinas
E o brilho de prata do luar
As belezas que temos nesse mar
E o sol radiante e reluzente
No azul desse céu tão imponente
Cinco estrelas no sul formam o cruzeiroEssa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
As montanhas os vales e colinas
As estrelas formosas e divinas
E o brilho de prata do luar
As belezas que temos nesse mar
E o sol radiante e reluzente
No azul desse céu tão imponente
Cinco estrelas no sul formam o cruzeiroEssa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Marcone Melo [08/09/10]
Todo dia eu desmancho uma peleja
pois, na vida há muitos desatinos.
Ainda ontem matei quatro felinos
Que acuavam minh’alma sertaneja.
Só escapou a saudade, que fareja
As lembranças que guardo em minha mente.
Mas, se ela der um bote em meu presente
Agirei como age um violeiro,
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
pois, na vida há muitos desatinos.
Ainda ontem matei quatro felinos
Que acuavam minh’alma sertaneja.
Só escapou a saudade, que fareja
As lembranças que guardo em minha mente.
Mas, se ela der um bote em meu presente
Agirei como age um violeiro,
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente.
Publius Figueredo [08/09/10]
Feito a espora afiada de um galo
Vou na rinha e na rima pelejando
Sou o verso e sou prosa duelando
Toda a gente se cala quando falo
Minha voz de trovão faz um abalo
Pois a luz na palavra está presente
cada sílaba é uma estrela incandescente
Recortando o universo bem ligeiro
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AMOLADA DO REPENTE
Feito a espora afiada de um galo
Vou na rinha e na rima pelejando
Sou o verso e sou prosa duelando
Toda a gente se cala quando falo
Minha voz de trovão faz um abalo
Pois a luz na palavra está presente
cada sílaba é uma estrela incandescente
Recortando o universo bem ligeiro
ESSA NOITE EU RETALHO O MUNDO INTEIRO
COM A PEIXEIRA AMOLADA DO REPENTE
Ademar Rafael Ferreira [Marabá-PA, 07/09/10]
Esta noite eu falo da Turquia,
Da Itália, da China, da Espanha,
Da Suécia, do Brasil, da Alemanha,
Do Japão, do Irá e da Hungria.
De Pará, Piauí e da Bahia,
De Dourados, Parati e São Vicente,
De Barbalha, Serrinha e de Valente,
Petrolina, Custódia e Juazeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
Da Itália, da China, da Espanha,
Da Suécia, do Brasil, da Alemanha,
Do Japão, do Irá e da Hungria.
De Pará, Piauí e da Bahia,
De Dourados, Parati e São Vicente,
De Barbalha, Serrinha e de Valente,
Petrolina, Custódia e Juazeiro
Essa noite eu retalho o mundo inteiro
Com a peixeira amolada do repente
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