Wednesday, April 27, 2011

SÉRIES AMERICANAS E A MINHA PAIXÃO

No início de março, uma pessoa que eu adoro na blogosfera (minha correspondente oficial na França!) me enviou um email:

Oi Lolinha, aqui é a Amanda, do Porte Dorée (que aliás vc abandonou pra sempre, né? Hunf!). Eu sigo fiel ao seu, leio todo dia, apesar de comentar menos. Então, estou te escrevendo pra ver se você ajuda a resolver meu problema. Às vezes eu chego em casa cansada, querendo esvaziar minha mente do cotidiano e tal, então procuro um filminho ou uma série pra ver. O problema, Lolinha, é que muitas vezes (pra não dizer quase sempre) tenho péssimas surpresas e o que era pra ser um filminho descontraído acaba me deixando mais irritada do que eu ja estava. É tanto machismo em Hollywood que não acaba. Então eu queria sugerir que você fizesse um post onde suas lindas leitoras pudessem indicar filmes, séries e livros (por que não?) que não acabem com nosso dia. Não estou falando de filmes engajados, feministas militantes, nada disso não. Quero apenas filmes onde o único desejo da mulher não seja arranjar um macho pra chamar de seu. Poderia ser filminhos bobos ou inteligentes, comédias ou terror, qualquer coisa vale. Pensei em fazer no meu próprio blog, mas com certeza no seu seria muito mais eficiente. Bom, eu tenho uma comédia romântica pra indicar: Wimbledon, O Jogo do Amor. E também tenho uma série: United States of Tara. Um beijão!

Eu sou assim, eficaz –- pra usar a palavra que a Amanda escolheu. Portanto, não só levei quase dois meses pra fazer o post, como não vou sugerir absolutamente nada, simplesmente porque não conheço séries feministas. Ok, vamos achar bom se ao menos sugerirmos coisas não machistas. Deixo esse trabalho ardiloso pra vocês, querid@s leitor@s, que certamente assistem mais séries que eu, que nem tenho TV a cabo.
Mas fiquei com vontade de escrever um tiquinho sobre o pouco que vejo de séries. Claro que, do jeito que sou prolixa, isso será tema pra uns dez posts.
Outro dia um leitor, o Ian, recomendou que eu visse The Killing. Vocês já viram? É baseada numa série de TV dinamarquesa. Aceitei a recomendação do Ian e vi os três primeiros episódios (até agora são apenas quatro). Gostei mais ou menos. O início lembra muito Silêncio dos Inocentes, e a protagonista é uma detetive que investiga o assassinato de uma adolescente. Tem muita gente comparando o troço com Twin Peaks, mas não vejo semelhanças. Precisaria entrar um anão dançando pra eu sequer pensar no David Lynch. Pra ser franca, não tenho opinião formada sobre a série ainda. Tenho de ver um pouco mais pra saber se estão me enrolando (afinal, é tudo sobre um assassinato). Até agora não achei nada grande coisa, nem as interpretações, nem o clima, nem os diálogos. Se bem que quando apareceu a mãe da menina morta eu pensei: já vi essa bonitona em algum lugar. Ela (Michelle Forbes) é a personagem responsável pela pior subtrama de True Blood e a mulher do Gabriel Byrne em In Treatment! (aliás, gosto muito do In Treatment, principalmente da primeira temporada).
Tá, mas antes de falar outra palavra sobre qualquer outra série, preciso ser sincera com vocês. Eu tô apaixonada. Claro, pelo maridão, como sempre. Mas minha nova fantasia sexual no campo dos sonhos não é exatamente nova. E nem é tanto no campo dos sonhos. (Preciso pisar em ovos aqui, pois desde que, na Copa do ano passado, eu disse que via futebol também pelas coxas dos jogadores, veio leitor me chamar de adúltera por eu ser infiel ao maridão em pensamento. Porque até em pensamento a gente tem que ser monogâmica!).
É assim: lá estava eu vendo alguma temporada mais recente do The Office (adoro o Office americano, e algum dia falo mais sobre a série), quando apareceu um vendendor que teria de competir com o Jim e o Dwight. Toda a mulherada da série ficou dando em cima do lindão. Ele só aparece em mais um episódio, sempre sub-aproveitado. E eu via e pensava: quem é esse deus grisalho? E sabem quem era? O Timothy Olyphant! Quem, vocês podem perguntar se forem desatent@s e tiverem algum impedimento pra reconhecer um homem bonito quando veem um. Quando vi o terror que é Apanhador dos Sonhos, eu nem sabia quem era ele (ele é um dos quatro amigos). Quando vi a bomba que é 60 Segundos, também não. E muito menos quando vi Pânico 2 (veja cena com o Tim). Mas aí em 2005 e 06 eu estava numa lista de emails falando com meus ex-colegas de escola (estudei numa escola americana em SP, a Chapel) pra gente ver onde seria a nossa reunião de vinte anos de formados (a gente é Class of 86). Tava todo mundo conversando sobre onde morava, com o que trabalhava, quase todos casados, com filhos, espalhados pelo mundo. E aí a Alexis, uma americana simpática, contou que era casada com um ator de cinema, que ela era uma stay-at-home mom muito feliz, e que tinham três filhos. Eu não tinha sido bem da turma da Alexis (que era mais ligada em moda e tal) na escola, mas toda a classe era bastante unida e todo mundo se dava bem, sem bullying nem nada. Lembro que no Yearbook (livro de final de ano, tipicamente americano) ela escreveu, na maior inocência e falta de ambição, que seus planos eram casar com alguém famoso e ter filhos. Pois bem, ela tá com o Timothy desde 1990 –- o mesmo tanto de tempo que eu tô com o maridão. Conheceram-se na Universidade da Califórnia. É bem raro um casal ficar junto vinte anos em Hollywood.
Infelizmente, Alexis e Tim não vieram pra reunião, que acabou sendo durante um feriado prolongado num hotel-fazenda chique no interior de São Paulo. (A segunda opção mais votada pelo grupo foi Las Vegas, pra vocês terem uma ideia de como eu sou a mais pobre da classe, disparado. Adorei rever o pessoal. E se a comemoração dos trinta anos for em Las Vegas, eu vou!)
Na época, 2006, Tim ainda não era famoso, se bem que ele já era o nome principal da série Deadwood, sobre o velho oeste (vi alguns episódios e até gostei, mas mal dá pra distinguir um homem do outro –- todos têm barba, bigode e chapéu). Ele já tinha feito um personagem gay (o que, num mundo preconceituoso, é visto como ousadia pra um ator), e esteve em alguns filmes bem mainstream (foi o vilão de Duro de Matar 4 e protagonizou Hitman - Assassino 47, que não é bom, mas não por culpa dele). Depois de vê-lo no The Office, fiz questão de saber por onde ele andava. Encontrei Crazies (Epidemia, um filme com um daqueles temas apocalípticos que eu gosto, mas não é grande coisa) e a série de TV Justified. Já estou na segunda temporada de Justified e continuo gostando pacas. A série se passa numa cidadezinha no sul dos EUA que faz as vilas caipiras de True Blood e Crepúsculo parecerem fascinantes metrópoles em comparação. Tim interpreta um agente federal nascido num desses fins de mundo. Como punição por ter atirado num criminoso, ele é mandado de volta ao seu lugar de origem. E lá ele atira em mais gente e todo mundo atira nele, e ele volta a se relacionar com a ex-mulher, o pai e o amigo de infância fora da lei. Bom, este é um resumo bem pobrinho, mas a série tem personagens bem construídos e o humor característico do Elmore Leonard (Irresistível Paixão, Jackie Brown). Mas todos os motivos pra se ver Justified atendem pelo nome de Timothy Olyphant.
Então, sei lá, vocês não acham que ter estudado junto com a mulher de um (quase) astro de cinema equivale a meio que conhecer esse astro? Fuçando um pouquinho só, logo descobri que não sou a única apaixonada pelo Tim. Ele tem uma legião de fãs que põem todo tipo de vídeo-homenagem no YouTube, o elegem the sexiest man alive, o apelidam de Olafantastic, e perguntam por que ele não atua em 95% da produção hollywoodiana. E eu pensei que só eu e a Alexis gostássemos do Tim... Humpf!
Bom, Amandinha, tô até com vergonha da minha não-resposta pro seu email, mas eu precisava falar do Tim. E não conheço maneiras melhores de relaxar e esvaziar a mente que ficar olhando pra esse ator hipnotizante. Eu me sinto como uma adolescente cheia de posters espalhados pelas paredes do quarto.

No comments:

Post a Comment

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...