“Tempo haverá em que o medo
Será artigo de quinta categoria
Nas plateleiras do esquecimento”
(Jorge Araújo, poeta ilheense. “Presságio”)
Operária das Ruínas – Na primeira edição da MUSA houve uma homenagem a dona Valderez Teixeira. O que representou, para os organizadores, essa ênfase na trajetória de tão importante figura da cultura local?
MUSA - Dona Val nunca estudou para ser atriz, mas já representou e apresentou nossa cultura em muitos filmes. Dona de casa que teve sua vida modificada por conta do audiovisual, sempre residiu no bairro do Salobrinho, em Ilhéus, e foi lá mesmo que foi descoberta, por conta dos cantos de lavadeira que conhece com bastante propriedade. Assim, ela foi parar na telenovela Renascer e mais tarde a atuar em longas, curtas de ficção, documentário. Única atriz do sul da Bahia a ganhar o Candango de Ouro como prêmio de melhor atriz coadjuvante no ano de 2005, no Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, o mais prestigiado festival do pais. Dona Val é a representação da determinação da cultura do nosso povo, ela mostra que é preciso ser simples e que não precisa estar no centro para ser referência, ou seja, tudo a ver com a MUSA. Nossa homenagem a Dona Val será para sempre, ela é nossa eterna musa.
Operária das Ruínas – A MUSA, que teve a sua primeira edição em 2010, foi o primeiro evento de audiovisual do sul da Bahia. Como surgiu a idéia de realização desse evento? Qual a importância de um evento dessa natureza para a nossa região?
MUSA - A primeira edição da MUSA, em agosto 2010, inaugurou no interior um circuito de eventos audiovisuais universitários que envolvem Estado da Bahia. Este momento é de consolidação e busca de adesão no meio. Por isso, investimos nas potencialidades de um evento voltado à cultura audiovisual, aqui no sul da Bahia, onde há uma crescente demanda no setor, principalmente pela quantidade e qualidade de instituições de ensino superior que abriga. E mais, temos também um número bastante expressivo de profissionais que atuam na área e a MUSA traz a estes profissionais a possibilidade e oportunidade de fazer um curso de aperfeiçoamento com grandes nomes da cena audiovisual.
Operária das Ruínas – Nesta segunda edição da MUSA haverá uma mostra competitiva de curtametragens universitários, dessa vez em caráter nacional. De que maneira a MUSA pretende se consolidar como espaço de divulgação dessas produções?
MUSA - A Mostra Competitiva é o espaço para promover e incentivar a produção universitária audiovisual Nacional, tornando-se palco de exibições, discussões e local de permanente encontro da crescente produção audiovisual brasileira, promovida por universitários. A consolidação deste espaço vem com as ações de itinerâncias realizadas ao longo do ano, por exemplo, os vídeos da edição anterior foram exibidos em Ferradas – Itabuna/BA, Ipiaú/BA, Itamarajú/BA e Caravelas/BA. Acreditamos também no trabalho de compartilhamento desses vídeos com outros grupos de realizadores e por meio da internet.
Operária das Ruínas – Quais são os destaques na programação da II MUSA?
MUSA - A II MUSA tem muitas novidades, pois a cada ano reformulamos nossos objetivos acerca do audiovisual. Aumentamos 01 dia da nossa programação, que agora passa a ter duração de 03 dias. Isso porque percebemos a necessidade de incluir outras ações para a formação de público, como a apresentação de Trabalhos Acadêmicos em forma de artigos ou produtos. Inserimos também uma Mostra Infanto-Juvenil para propor a formação do olhar desde a infância. A garotada vai ter acesso, de forma gratuita, a curtas muito bonitos, premiados em diversos festivais e já vistos por milhares de pessoas. Outra mostra inserida foi a “Pixelando”, em parceria com o Projeto Memórias do Rio Cachoeira (premiado pelo Edital em conteúdo musical da FUNCEB, SECULT-BA), na qual exibiremos curtas produzidos por instituições voltadas para o ensino técnico do audiovisual.
Teremos também o Museu Roque Araújo, com diversos equipamentos de produção e pós-produção do Audiovisual, além da Exposição Afrofilisminogravura e a Exposição Em Cantos da Bahia, ambas no Foyeur do Centro de Arte e Cultura da UESC (Biblioteca).
Operária das Ruínas – As instituições locais (eixo Ilhéus-Itabuna) têm apoiado a realização do evento? Como tem sido a participação do poder público local, no que diz respeito ao apoio a projetos de mobilização cultural?
Operária das Ruínas – Quais são as expectativas dos organizadores da II MUSA, no que se refere à mobilização do público para o evento?
Durante os dias 25, 26 e 27 de outubro de 2011, o sul da Bahia vai estar movimentadíssimo, isso por conta da II Mostra Universitária Salobrinho de Audiovisual (MUSA).Realizações como a II MUSA retiram o eixo Ilhéus-Itabuna da sequência de acontecimentos desastrosos (boa parte deles relacionadas com o descaso do poderes públicos municipais) que ultimamente tem colocado a nossa região no noticiário nacional.A iniciativa da II MUSA, que é de um grupo de jovens profissionais da área de Comunicação Social e Cinema, tem a assinatura da Panorâmica Produções e do NUPROART– produtoras responsáveis por outros projetos já consolidados na região, a exemplo do Festival de Cinema Baiano e do Projeto Memórias do Rio Cachoeira.Na programação, uma Mostra Competitiva de curtametragens, com trabalhos da Bahia, Sergipe, Santa Catarina, Paraná, São Paulo.
Nesta entrevista Cristiane Santana (Coordenação Geral e Produção), Edson Bastos (Produção Executiva) e Victor Aziz (Coordenação Técnica) falam dos principais aspectos da II MUSA e também da repercussão do projeto.
Operária das Ruínas – Qual a importância de enfatizar o Salobrinho na denominação do evento II MUSA?
MUSA - A MUSA nasceu da vontade de compartilhar as produções audiovisuais universitárias “Uesquianas” com a comunidade em que a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) está inserida. Muitos são os produtos realizados no Salobrinho, com personagens e moradores do bairro, e nada era mostrado. O retorno à comunidade, através da exibição de filmes produzidos no bairro, é a maior contrapartida da proposta.
MUSA - A MUSA nasceu da vontade de compartilhar as produções audiovisuais universitárias “Uesquianas” com a comunidade em que a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) está inserida. Muitos são os produtos realizados no Salobrinho, com personagens e moradores do bairro, e nada era mostrado. O retorno à comunidade, através da exibição de filmes produzidos no bairro, é a maior contrapartida da proposta.
Temos o Salobrinho como um local potencial para o envolvimento no setor audiovisual na região. É um bairro que abriga grandes personagens, como Valderez Teixeira, Gracinha, Seu Gil; alem disso o bairro abriga uma Faculdade de Comunicação Social Rádio e TV e uma Pós-graduação em Audiovisual. Para além das exibições é também intenção da MUSA promover a cultura local e uma das maneiras de fazê-la foi inserindo o bairro no evento. Há planos maiores, como um pólo de produção e formação para o setor.
Operária das Ruínas – Na primeira edição da MUSA houve uma homenagem a dona Valderez Teixeira. O que representou, para os organizadores, essa ênfase na trajetória de tão importante figura da cultura local?
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Valderez Ferreira em "Eu me Lembro" (Edgard Navarro). Foto: Calil Neto |
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Operária das Ruínas – A MUSA, que teve a sua primeira edição em 2010, foi o primeiro evento de audiovisual do sul da Bahia. Como surgiu a idéia de realização desse evento? Qual a importância de um evento dessa natureza para a nossa região?
MUSA - A primeira edição da MUSA, em agosto 2010, inaugurou no interior um circuito de eventos audiovisuais universitários que envolvem Estado da Bahia. Este momento é de consolidação e busca de adesão no meio. Por isso, investimos nas potencialidades de um evento voltado à cultura audiovisual, aqui no sul da Bahia, onde há uma crescente demanda no setor, principalmente pela quantidade e qualidade de instituições de ensino superior que abriga. E mais, temos também um número bastante expressivo de profissionais que atuam na área e a MUSA traz a estes profissionais a possibilidade e oportunidade de fazer um curso de aperfeiçoamento com grandes nomes da cena audiovisual.
Operária das Ruínas – Nesta segunda edição da MUSA haverá uma mostra competitiva de curtametragens universitários, dessa vez em caráter nacional. De que maneira a MUSA pretende se consolidar como espaço de divulgação dessas produções?
MUSA - A Mostra Competitiva é o espaço para promover e incentivar a produção universitária audiovisual Nacional, tornando-se palco de exibições, discussões e local de permanente encontro da crescente produção audiovisual brasileira, promovida por universitários. A consolidação deste espaço vem com as ações de itinerâncias realizadas ao longo do ano, por exemplo, os vídeos da edição anterior foram exibidos em Ferradas – Itabuna/BA, Ipiaú/BA, Itamarajú/BA e Caravelas/BA. Acreditamos também no trabalho de compartilhamento desses vídeos com outros grupos de realizadores e por meio da internet.
Operária das Ruínas – Quais são os destaques na programação da II MUSA?
MUSA - A II MUSA tem muitas novidades, pois a cada ano reformulamos nossos objetivos acerca do audiovisual. Aumentamos 01 dia da nossa programação, que agora passa a ter duração de 03 dias. Isso porque percebemos a necessidade de incluir outras ações para a formação de público, como a apresentação de Trabalhos Acadêmicos em forma de artigos ou produtos. Inserimos também uma Mostra Infanto-Juvenil para propor a formação do olhar desde a infância. A garotada vai ter acesso, de forma gratuita, a curtas muito bonitos, premiados em diversos festivais e já vistos por milhares de pessoas. Outra mostra inserida foi a “Pixelando”, em parceria com o Projeto Memórias do Rio Cachoeira (premiado pelo Edital em conteúdo musical da FUNCEB, SECULT-BA), na qual exibiremos curtas produzidos por instituições voltadas para o ensino técnico do audiovisual.
Teremos também o Museu Roque Araújo, com diversos equipamentos de produção e pós-produção do Audiovisual, além da Exposição Afrofilisminogravura e a Exposição Em Cantos da Bahia, ambas no Foyeur do Centro de Arte e Cultura da UESC (Biblioteca).
Quanto às oficinas, pesquisamos as necessidades do nosso público e buscamos atender a essa demanda. Realizaremos a Oficina de Direção de Fotografia com Antônio Luiz Mendes, um dos maiores diretores de fotografia do Brasil; e a oficina de Sonoplastia com Napoleão Cunha, profissional com muitos anos de mercado, diversas produções baianas em seu currículo e que tem propriedade de todas as etapas relativas ao áudio.
Nesse ano ampliamos a abrangência de inscrições da Mostra Competitiva de curtametragem, para ampliarmos as fronteiras do nosso estado, facilitando o acesso às produções nacionais, além de promover o intercâmbio entre as universidades brasileiras. A Mostra de Longametragem traz nesse ano a ficção Trampolim do Forte (2010), do diretor João Rodrigo Mattos, considerado pelos críticos como o melhor filme realizado na Bahia, dos últimos tempos; e o documentário Iluminados, de Cristiana Leal (2007), um documentário belíssimo com diretores de fotografia brasileiros consagrados internacionalmente, abordando a arte e a função da fotografia para o cinema. E para encerrar a II MUSA, resolvemos festejar com nosso público curtindo a irreverência do som de Zéu Britto, a originalidade do som da Banda Manzuá (Itabuna), a resistência da música do grupo O Quadro (Ilhéus) e os samples do DJ Danley (Ilhéus).
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Dj Danley |
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Banda Manzuá |
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Banda O Quadro |
Operária das Ruínas – As instituições locais (eixo Ilhéus-Itabuna) têm apoiado a realização do evento? Como tem sido a participação do poder público local, no que diz respeito ao apoio a projetos de mobilização cultural?
MUSA - Nós, realizadores - NuProArt e Panorâmica Produções -, temos sido felizes em nossas parcerias. Nesta edição reafirmamos apoios importantíssimos com a Universidade Estadual de Santa Cruz, através do Curso de Comunicação Social, da Gerência de laboratórios, e do Departamento de Letras e Artes. Contamos também com o apoio da Associação de moradores do bairro Salobrinho, a Fundação Cultural de Ilhéus, com os artistas visuais Souza e Ayam U’brais, a EDITUS (Editora da UESC), a DIMAS e a Banda Manzuá. E conquistamos novos também, como Kaúla Cordier (designer), Felippe Thomaz, Projeto Memórias do Rio Cachoeira, Projeto Pixelando, a Banda OQuadro, Zéu Britto e o DJ Danley.
De uma maneira geral a participação do poder público e do poder privado local ainda é tímida com relação a investimentos em eventos como este. Mas como dissemos, temos “otimizado” nossas parcerias e investido em projetos com essa intenção.
Operária das Ruínas – Quais são as expectativas dos organizadores da II MUSA, no que se refere à mobilização do público para o evento?
MUSA - Pretendemos atingir um público em torno de 3 mil pessoas em todo o evento. Teremos uma programação extensa, com 03 dias de evento e diversas ações acontecendo em tempos distintos. Assim, o público pode participar de todos os momentos que serão proporcionados. Nosso público é fiel. Percebemos que todos estão ligados no evento, compartilhando nossas ações e curtindo toda a programação. Acreditamos que o evento será sucesso e todos ficarão satisfeitos.
Saiba mais sobre a II MUSA:
O blog "operariadasruinas" entrevistou:
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Cristiane Santana |
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Edson Bastos |
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Victor Aziz |
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