Olá, pessoas queridas! Vocês devem ter notado pelo excesso de comentários de trolls que eu não estou aqui. No momento estou no meu terceiro e último dia na deslumbrante João Pessoa. Hoje eu e o maridão vamos iniciar nossa viagem de volta a Fortaleza. Chegaremos em casa lá pela segunda ou terça-feira (há excelentes guest post agendados até lá, como vocês devem ter notado). É a primeira vez que chego perto de um computador desde o dia 10 (bom, no dia 14, quando estávamos em Natal, aproveitei o acesso grátis no hotel pra dar uma olhada rápida). Agora vim até uma lan house só pra deixar minhas inconsistentes impressões sobre o que parece ser o assunto do momento: o suposto estupro no BBB12.
Não acompanho o programa. Porém, na terça, após ler num jornal potiguar uma notinha sobre a eliminação do participante Daniel, vi uns pedaços. E me surpreendi em como a Globo conseguiu fazer desaparecer a convivência de Daniel em uma semana da casa. Tanto que comecei e terminei o programa sem saber quem era ele.
Enfim, todo mundo que vê BBB sabe mais disso tudo do que eu. Não vi o que aconteceu aquela noite (foi sábado?) embaixo do edredon. Só quem tinha pay per view (e internet) viu. Mas parece que Monique estava bêbaba, desacordada, e Daniel ou transou com ela ou a tocou, sem seu consentimento, enquanto ela estava vulnerável. Pela nova lei, isso é estupro. Não importa se Daniel realmente fez sexo com Monique. A lei não mais define estupro apenas quando há penetração vaginal.
Monique, pelos depoimentos que vi, foi contraditória: disse que houve consentimento, e que não se lembra de nada, que apagou, e que só se Daniel fosse muito "mau caráter" para transar com ela enquanto estava desacordada. Bom, talvez Monique não saiba o quanto este tipo de crime é comum. É difícil acreditar que "amigos" se aproveitem de mulheres bêbadas, eu sei. Afinal, se eu estivesse ao lado de um amigo que bebeu demais e apagou, o que eu faria? Me aproveitaria dele sexualmente, ou roubaria sua carteira, ou o ajudaria, ou zelaria pelo seu sono? A resposta é óbvia pra maior parte das pessoas. Mas fiquei surpresa duas semanas atrás, pouco antes de viajar, ao receber dois emails em menos de vinte dias de duas moças pedindo ajuda. Ambas tinham passado pela mesma coisa: tinham saído com amigos, bebido, passado mal, "apagado", e acordado no dia seguinte com dores, sem saber o que havia acontecido. Passadas algumas semanas, cada um dos "amigos" revela, rindo, que tinha "se aproveitado" da moça enquanto ela estava desacordada. As duas leitoras em questão, de diferentes regiões do país, não acharam graça nenhuma -- queriam processar seus estupradores. Consultei uma advogada amiga minha para pedir orientações, e as passei às leitoras. O primeiro passo é fazer um boletim de ocorrência. E reunir o máximo de provas e testemunhas (quem viu a vítima com o acusado por último, por exemplo). Em um dos casos, havia todo o papo gravado no computador, com a confissão do ex-amigo. E não é que esses caras sejam monstros. Eles "só" pensam que o corpo de uma mulher é público, e que se uma amiga está desacordada ao seu lado, ele merece transar com ela. É seu prêmio. Disseram pra ele que homens e mulheres não podem ser amigos, e ele acreditou.
Pelo jeito, aquele ditado de que "c* de bêbado não tem dono" só se aplica a mulheres, ou a bebuns pobres que vivem na rua. O que os carinhas que transaram com essas duas leitoras quando elas estavam vulneráveis diriam se um "amigo" tivesse se aproveitado para transar com eles enquanto eles estivessem desacordados? Continuaria sendo aceitável? Engraçado?
Por um lado, é positivo que um estupro tenha ocorrido num programa de grande popularidade, porque isso traz um tema cada vez mais comum à tona. Li que a pressão para que a Globo eliminasse Daniel começou no twitter. Ou seja, houve reação. Por outro lado, não quero nem ler as atrocidades que @s machistas de plantão devem estar dizendo. Lógico que essas pessoas não acreditam em estupro! E lógico que a culpa é da vítima (vale lembrar que beber até cair não é crime; fazer sexo ou tocar sexualmente em alguém desacordado, é). Eu entrei no primeiro site que encontrei, procurando o nome da participante (pensava que ela se chamava Michelle), e lá havia uma enquete perguntando se Monique também deveria ser eliminada, porque a culpa seria tão dela quanto de Daniel. 80% responderam que sim. Mas este é o senso comum, aquele que tanto combatemos.
Outro ponto importante é a responsabilidade da Globo. Num reality show, tudo ocorre ao vivo, na frente de espectadores e responsáveis pelo programa. Boninho e companhia viram o que estava acontecendo. Por que não fizeram nada? Por que não impediram o estupro? Se um participante começasse a espancar um outro participante, o BBB deixaria que aquilo continuasse, ou interromperia? Certo, é bem provável que o participante seria punido com a eliminação, mas não é função da emissora evitar que algum crime seja cometido? Ou vale tudo mesmo?
Bom, gente, deixem aqui suas observações e possíveis correções ao que escrevi. Hoje estou pegando meu primeiro dia de férias com chuva. Mas vou entrar no mar de qualquer jeito. Até a volta! (e trolls, tirem férias também. Faz bem).
Não acompanho o programa. Porém, na terça, após ler num jornal potiguar uma notinha sobre a eliminação do participante Daniel, vi uns pedaços. E me surpreendi em como a Globo conseguiu fazer desaparecer a convivência de Daniel em uma semana da casa. Tanto que comecei e terminei o programa sem saber quem era ele.
Enfim, todo mundo que vê BBB sabe mais disso tudo do que eu. Não vi o que aconteceu aquela noite (foi sábado?) embaixo do edredon. Só quem tinha pay per view (e internet) viu. Mas parece que Monique estava bêbaba, desacordada, e Daniel ou transou com ela ou a tocou, sem seu consentimento, enquanto ela estava vulnerável. Pela nova lei, isso é estupro. Não importa se Daniel realmente fez sexo com Monique. A lei não mais define estupro apenas quando há penetração vaginal.
Monique, pelos depoimentos que vi, foi contraditória: disse que houve consentimento, e que não se lembra de nada, que apagou, e que só se Daniel fosse muito "mau caráter" para transar com ela enquanto estava desacordada. Bom, talvez Monique não saiba o quanto este tipo de crime é comum. É difícil acreditar que "amigos" se aproveitem de mulheres bêbadas, eu sei. Afinal, se eu estivesse ao lado de um amigo que bebeu demais e apagou, o que eu faria? Me aproveitaria dele sexualmente, ou roubaria sua carteira, ou o ajudaria, ou zelaria pelo seu sono? A resposta é óbvia pra maior parte das pessoas. Mas fiquei surpresa duas semanas atrás, pouco antes de viajar, ao receber dois emails em menos de vinte dias de duas moças pedindo ajuda. Ambas tinham passado pela mesma coisa: tinham saído com amigos, bebido, passado mal, "apagado", e acordado no dia seguinte com dores, sem saber o que havia acontecido. Passadas algumas semanas, cada um dos "amigos" revela, rindo, que tinha "se aproveitado" da moça enquanto ela estava desacordada. As duas leitoras em questão, de diferentes regiões do país, não acharam graça nenhuma -- queriam processar seus estupradores. Consultei uma advogada amiga minha para pedir orientações, e as passei às leitoras. O primeiro passo é fazer um boletim de ocorrência. E reunir o máximo de provas e testemunhas (quem viu a vítima com o acusado por último, por exemplo). Em um dos casos, havia todo o papo gravado no computador, com a confissão do ex-amigo. E não é que esses caras sejam monstros. Eles "só" pensam que o corpo de uma mulher é público, e que se uma amiga está desacordada ao seu lado, ele merece transar com ela. É seu prêmio. Disseram pra ele que homens e mulheres não podem ser amigos, e ele acreditou.
Pelo jeito, aquele ditado de que "c* de bêbado não tem dono" só se aplica a mulheres, ou a bebuns pobres que vivem na rua. O que os carinhas que transaram com essas duas leitoras quando elas estavam vulneráveis diriam se um "amigo" tivesse se aproveitado para transar com eles enquanto eles estivessem desacordados? Continuaria sendo aceitável? Engraçado?
Por um lado, é positivo que um estupro tenha ocorrido num programa de grande popularidade, porque isso traz um tema cada vez mais comum à tona. Li que a pressão para que a Globo eliminasse Daniel começou no twitter. Ou seja, houve reação. Por outro lado, não quero nem ler as atrocidades que @s machistas de plantão devem estar dizendo. Lógico que essas pessoas não acreditam em estupro! E lógico que a culpa é da vítima (vale lembrar que beber até cair não é crime; fazer sexo ou tocar sexualmente em alguém desacordado, é). Eu entrei no primeiro site que encontrei, procurando o nome da participante (pensava que ela se chamava Michelle), e lá havia uma enquete perguntando se Monique também deveria ser eliminada, porque a culpa seria tão dela quanto de Daniel. 80% responderam que sim. Mas este é o senso comum, aquele que tanto combatemos.
Outro ponto importante é a responsabilidade da Globo. Num reality show, tudo ocorre ao vivo, na frente de espectadores e responsáveis pelo programa. Boninho e companhia viram o que estava acontecendo. Por que não fizeram nada? Por que não impediram o estupro? Se um participante começasse a espancar um outro participante, o BBB deixaria que aquilo continuasse, ou interromperia? Certo, é bem provável que o participante seria punido com a eliminação, mas não é função da emissora evitar que algum crime seja cometido? Ou vale tudo mesmo?
Bom, gente, deixem aqui suas observações e possíveis correções ao que escrevi. Hoje estou pegando meu primeiro dia de férias com chuva. Mas vou entrar no mar de qualquer jeito. Até a volta! (e trolls, tirem férias também. Faz bem).
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