Ontem saíram os indicados ao Oscar 2012... e parecia tudo grego pra mim! (melhor não fazer essa piada agora que um dos maiores diretores gregos, Theo Angelopoulos, morreu atropelado enquanto filmava a trajetória da crise na Grécia). Ano passado deve ter sido o ano em que fui menos ao
cinema em toda a minha vida. Não porque não quis, mas por falta de tempo mesmo. Pretendo reverter esta situação. Faz parte das minhas resoluções de ano novo encontrar tempo pra tudo. Mas ainda tenho um mês pra ver todos os indicados. A cerimônia do Oscar será dia 26 de fevereiro. E daqui a pouquinho anuncio o meu fantástico bolão do Oscar, agora em sua 24a edição! Espero que tod@s vocês participem. Ano passado teve um? Não lembro direito. Ahá, é porque eu só acertei 14 das 20 categorias. Quem ganhou o bolão pago foram três hereges empatados, Gabriel, Júlio César, e Alexandra (16 acertos cada). E no bolão não-pago, que contou com 189 participantes, a Lucrécia não só ganhou sozinha como bateu o recorde de acertos num bolão (18!). Humpf! Bom, assim que o Júlio Cé
sar bolar um formulário pra gente poder apostar, volto a falar do bolão. Tá em suas mãos, Julinho!
Sobre os indicados, não vi quase nenhum dos filmes até agora, e sequer tinha ouvido falar da maioria. Triste, eu sei. Pra começar, achei sacanagem que a academia poderia ter indicado dez filmes, mas só indicou nove. Por que não agradar inúmeros fãs e incluir a última parte de Harry Potter? Não custava nada, atrairia mais público, faria menos gente reclamar. A ideia de indicar até dez filmes (ao contrário de apenas cinco, como foi feito durante décadas) é justamente a divulgação, tanto das produções em si quanto da cerimônia.
Tô demorando pra escre
ver este post porque antes queria ver os trailers. Então, agora que os vi, vamos às adivinhações de sempre. Primeiro sobre os nove indicados. O Artista, filme mudo sobre a transição do cinema mudo pro falado no final dos anos 1920, é o favorito. Ganhou pencas de prêmios em festivais, e foi indicado a dez estatuetas. Seu único paréo parece ser A Invenção de Hugo Cabret (que recebeu o maior número de nomeações, onze). Ambos estream no Brasil em fevereiro, e preciso ir reservando dinheiro pra ver Hugo em 3D. O filme é em 3D, sobre 3D, e é visualmente lindo.
Cavalo de Guerra vai ser um filme do Spielberg que devo deixar passar (se tem uma coisa coisa que odeio mais que guerras é animais servindo em guerras. Sem falar que qualquer filme com cavalos, cachorros e gatos me causa ataques de choro. Quase chorei no trailer de Cavalo!).
O Homem que Mudou o Jogo tem interesse apenas por render uma indicação com chances pro Brad Pitt ganhar seu Oscar, mas, de resto... é sobre baseball (que considero muito mais legal que aquele outro esporte alienígena, futebol americano).
Vi o trailer de Os
Descendentes semanas atrás e não gostei. Mas agora o revi sabendo que é um filme do Alexander Payne (que tem seu próprio ritmo) e tô com muita vontade de assistir ao longa, que é sobre o George Clooney, mais lindo que nunca, se entendendo com as filhas. Tão Forte e Tão Perto conta a história de um menino que perde seu pai no ataque às Torres Gêmeas. E é do Stephen Daldry, que deve estar pra entrar no Guinness, porque todos os filmes que faz acabam sendo indicados ao Oscar (este é o quarto; antes, vieram Billy
Eliot, As Horas e O Leitor).
Árvore da Vida, sinto muito, não tive desejo de ver. Estou sem paciência pro Terrence Malik desde Além da Linha Vermelha, que achei chatérrimo (se bem que sou fã de Terra de Ninguém e, menos, de Cinzas do Paraíso).
Histórias Cruzadas, sobre uma moça branca que ajuda empregadas negras a escrever um livro no hiper racista sul dos EUA dos anos 60, parece ser mais sobre uma branca e suas boas intenções que
sobre as trabalhadoras negras. E esse modo de abordagem está cada vez mais suspeito e inaceitável (alguém lembra de Um Grito de Liberdade, que falava da vida do ativista sul-africano Steve Biko, mas era na verdade sobre um jornalista branco? Pois é. Se na década de 80 isso já não descia bem, imagine hoje).
Meia Noite em Paris foi o único da lista de indicados a melhor filme que vi. É adorável e tudo, mas não é o tipo que ganha Oscar.
A corrida pra melhor diretor vai ser disputada. Talvez Scorsese (por Hugo
) leve alguma vantagem, mas ele não ganhou sua primeira estatueta ontem? (tá, foi em 2007, pelo ótimo Infiltrados). O francês Michel Hazanavicius era um ilustre desconhecido antes de O Artista, mas seu filme é favorito, e feito pra pessoas que amam cinema. Alexander Payne já merece um Oscar faz tempo (são dele Sideways, Confissões de Schmidt, Ruth em Questão, e meu preferido, Eleição). Woody tem sua estatueta pra adornar a lareira, mas já faz décadas que ele ganhou (por Noivo Neurótico, Noiva Nervosa, em 77). E a condição de eremita de Terrence Malik, que completa 40 anos de carreira e apenas seis filmes, pode ser ímã pra um Oscar.
Pra atriz a briga também será acirrada. A instituição Meryl Streep, por A Dama de Ferro, ou Michelle Williams, em sua segunda indicação consecutiva? Margaret Thatche
r ou Marilyn Monroe? O último ano em que uma atriz mais velha ganhou foi em 95 (Susan Sarandon, por Os Últimos Passos de um Homem). Hellen Mirren, em 2006, é a exceção à regra. As vencedoras da última década e meia foram todas atrizes jovens, com menos de 40 anos na época: Helen Hunt, Gwyneth Paltrow, Hilary Swank (duas vezes), Julia Roberts, Halle Berry, Nicole Kidman, Charlize Theron, Reese Witherspoon, Marion Cotillard, Kate Winslet, Sandra Bullock, Natalie Portman. Isso põe Michelle Williams na frente (e tem o lado sentimental, d'ela ser a viúva do Heath Ledger). Mas Streep, apesar de ser recordista em indicações (esta é sua 13a para melhor atriz, fora as quatro para coadjuvante), foi vitoriosa só no longínquo ano de 1983, por A Escolha de Sofia.
Tá na hora de levar mais uma, né? Glenn Close, outra veterana, pode tirar alguns de seus votos (ela interpreta uma mulher que se passa por homem em Albert Nobbs). Viola Davis, por Histórias Cruzadas, pode até surpreender, mas sua personagem nem parece ser a principal na história. E Rooney Mara, por Os Homens que Não Amavam as Mulheres, deve ficar grata com a indicação. É a zebra da categoria.
E o que dizer da disputa para melhor ator? Brad Pitt (num papel que, a jul
gar pelo trailer, lembra Jerry Maguire, versão sem mulheres) é um desses caras legais, admirado pelos colegas, e que nunca ganhou. Gary Oldman não é tão querido, mas também nunca ganhou. Há dois quase desconhecidos na jogada, o francês Jean Dujardin (com grandes chances por ter levado o Globo de Ouro por O Artista), e o mexicano Demián Bichir, que em A Better Life faz um imigrante pobre nos EUA. Acho que vou apostar no George Clooney. Ele já ganhou, mas foi na categoria de coadjuvante, por Syriana, em 2005. E, além de ter recém dirigido um filme elogiado (Tudo pelo Poder), é o tip
o de cara que a academia adoraria eleger pra qualquer coisa, inclusive pra presidente.
Pra atriz coajuvante há duas atrizes concorrendo pelo mesmo filme (Octavia Spencer e Jessica Chastain por Histórias Cruzadas), mas a vantagem é de Spencer (numa trama que teoricamente é sobre a luta das negras, convém lembrar que há negros em Hollywood, né, Oscar? E também pelo papel, que é mais aguerrido). Outra que chama a atenção é Melissa McCarthy,
a gorda da comédia Missão Madrinha de Casamento. Não sei como esse filme foi ainda nomeado a roteiro original. Parece ser um Se Beber Não Case pra mulheres que gostam de clichês. E ainda é ofensivo ao Brasil! As moças em questão pegam uma infecção alimentar após comer numa churrascaria brasileira. Meio como o México foi difamado no primeiro Sex and the City, quando Charlotte engole uma gota d'água durante o banho num resort cinco estrelas mexicano e passa muito mal. Vai pastar, Hollywood. 
Pra ator coadjuvante tampouco há grandes favoritos. Talvez Christopher Plummer por Toda Forma de Amar. É um astro velhinho que nunca ganhou Oscar e, ademais, seu personagem (que assume ser gay após décadas de casamento com uma mulher) merece destaque. Mas Max Von Sydow, outro astro velhinho (ambos têm a mesma idade, 82 anos) que nunca ganhou, vai lhe tirar votos. Nick Nolte
tem 70 anos, nunca ganhou, e pode atrair o voto de simpatia por conseguir recuperar sua carreira depois de ser preso por dirigir embriagado (certo, isso já faz dez anos, mas Nolte ainda é lembrado pelo incidente). Só que O Guerreiro parece ser um filme menor. O irlandês Kenneth Branagh é um velho conhecido do Oscar. É um dos dois únicos atores não americanos a ter sido indicado para diretor e roteirista, além de ator (o outro é
Roberto Benigni, glupt). De repente ele leva (eu gostava mais dele quando ele era casado com a Emma Thompson). Quem destoa mesmo é Jonah Hill, por ser novinho e gordinho. O menino de Superbad interpreta um nerd naquele filme de baseball.
Outras categorias dignas de nota neste post já mega longo? O Brasil ficou de fora de novo pra melhor estrangeiro, mas, convenhamos, alguém realmente acreditava que Tropa de Elite 2 seria indicado? Adoro o filme, mas ele não tem o perfil. O favorito desde já é o iraniano Separação. Recomendado especialmente pros loucos que acham que o divórcio está acabando com a humanidade.
A categoria de animação foi surpresa, porque o vencedor do Globo de
Ouro, Tintim (que estou tão pra lá de Bagdá que andei chamando de Rin Tin Tin), sequer foi indicado. E nem Carros 2, que é da sempre premiada Pixar. Nunca ouvi falar de nenhum dos nomeados, tirando Kung Fu Panda 2 e Gato de Botas (sério? O trailer é péssimo). Rango é estrelado por um camaleão com a voz do Johnny Depp. Um Gato em Paris e Chico & Rita têm os desenhos mais bonitos. O último parece ser o único para adultos. Torço por ele, que, apesar de ser espanhol, tem a mãozinha do estúdio brasileiro Lightstar.
A presença bras
ileira no Oscar vai ficar restrita a uma das duas canções indicadas (só duas?). “Real in Rio”, da animação Rio (gostei do trailer fofinho), é de Sergio Mendes e Carlinhos Brown. Brown deve cantar lá na cerimônia. Qualquer genro do Chico Buarque tem a minha total admiração.
E comece a responder a enquete ao lado sobre sua preferência pro Oscar.


Sobre os indicados, não vi quase nenhum dos filmes até agora, e sequer tinha ouvido falar da maioria. Triste, eu sei. Pra começar, achei sacanagem que a academia poderia ter indicado dez filmes, mas só indicou nove. Por que não agradar inúmeros fãs e incluir a última parte de Harry Potter? Não custava nada, atrairia mais público, faria menos gente reclamar. A ideia de indicar até dez filmes (ao contrário de apenas cinco, como foi feito durante décadas) é justamente a divulgação, tanto das produções em si quanto da cerimônia.
Tô demorando pra escre


Cavalo de Guerra vai ser um filme do Spielberg que devo deixar passar (se tem uma coisa coisa que odeio mais que guerras é animais servindo em guerras. Sem falar que qualquer filme com cavalos, cachorros e gatos me causa ataques de choro. Quase chorei no trailer de Cavalo!).
O Homem que Mudou o Jogo tem interesse apenas por render uma indicação com chances pro Brad Pitt ganhar seu Oscar, mas, de resto... é sobre baseball (que considero muito mais legal que aquele outro esporte alienígena, futebol americano).
Vi o trailer de Os


Árvore da Vida, sinto muito, não tive desejo de ver. Estou sem paciência pro Terrence Malik desde Além da Linha Vermelha, que achei chatérrimo (se bem que sou fã de Terra de Ninguém e, menos, de Cinzas do Paraíso).
Histórias Cruzadas, sobre uma moça branca que ajuda empregadas negras a escrever um livro no hiper racista sul dos EUA dos anos 60, parece ser mais sobre uma branca e suas boas intenções que

Meia Noite em Paris foi o único da lista de indicados a melhor filme que vi. É adorável e tudo, mas não é o tipo que ganha Oscar.
A corrida pra melhor diretor vai ser disputada. Talvez Scorsese (por Hugo

Pra atriz a briga também será acirrada. A instituição Meryl Streep, por A Dama de Ferro, ou Michelle Williams, em sua segunda indicação consecutiva? Margaret Thatche


E o que dizer da disputa para melhor ator? Brad Pitt (num papel que, a jul


Pra atriz coajuvante há duas atrizes concorrendo pelo mesmo filme (Octavia Spencer e Jessica Chastain por Histórias Cruzadas), mas a vantagem é de Spencer (numa trama que teoricamente é sobre a luta das negras, convém lembrar que há negros em Hollywood, né, Oscar? E também pelo papel, que é mais aguerrido). Outra que chama a atenção é Melissa McCarthy,


Pra ator coadjuvante tampouco há grandes favoritos. Talvez Christopher Plummer por Toda Forma de Amar. É um astro velhinho que nunca ganhou Oscar e, ademais, seu personagem (que assume ser gay após décadas de casamento com uma mulher) merece destaque. Mas Max Von Sydow, outro astro velhinho (ambos têm a mesma idade, 82 anos) que nunca ganhou, vai lhe tirar votos. Nick Nolte


Outras categorias dignas de nota neste post já mega longo? O Brasil ficou de fora de novo pra melhor estrangeiro, mas, convenhamos, alguém realmente acreditava que Tropa de Elite 2 seria indicado? Adoro o filme, mas ele não tem o perfil. O favorito desde já é o iraniano Separação. Recomendado especialmente pros loucos que acham que o divórcio está acabando com a humanidade.
A categoria de animação foi surpresa, porque o vencedor do Globo de

A presença bras

E comece a responder a enquete ao lado sobre sua preferência pro Oscar.
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