A REVOLUÇÃO COSMÉTICA DA GESTÃO CUTRIM E OS CONSTANTES DESAFIOS DA CIDADE
Por Fernando Atallaia
DA Agência Baluarte
atallaia.baluarte@hotmail.com
Os governos e/ou desgovernos que estiveram à frente da prefeitura de São José de Ribamar e que hoje ‘atacam’ a gestão Gil Cutrim nada mais são que os tumores do ‘tumor’ administrativo atual. Ressalvadas as peculiaridades de cada gestor, a cidade balneária assiste ao mesmo espetáculo que há décadas se repete a cada ‘’alternância’’ de governo. O espetáculo do pão e circo fomentado pela politicalha daqueles que somente querem enriquecer a custa do dinheiro público.
Vejamos: os Câmara como exemplo. Em 2004 apresentaram Luis Fernando Silva ao povo de Ribamar e ajudaram em muito em sua eleição vitoriosa. O atual secretário da Casa Civil do Governo Roseana foi o candidato da família Câmara neste ano. Já em outubro próximo, os mesmos Câmara devem apoiar Gil Cutrim, o candidato de Luis Fernando Silva à reeleição de 2012. Ou seja: a parceria continua. Até alguns membros da família já se lançaram pré-candidatos a vereador, como é o caso de Júnior Câmara. Apoiando Luis Fernando, ou melhor, Gil Cutrim, é claro. A fora os trocadilhos, tudo leva à mesma sintonia de sempre.
E Gil Cutrim, a continuidade do misancene de Luis Fernando Silva em São José de Ribamar, só tem a ganhar com essa promiscuidade. Ganha pelo desgaste de seus pseudo-opositores. Ganha pela ‘ações’ invisíveis e funestas de uma oposição de fachada, sem projetos, sem corroborações. E ganha, sobretudo pela adesão de grupos que mesmo sem votos e representatividade tentam barganhar acessos e parcerias. Cutrim, assim como alguns de seus antecessores compartilham da mesma forma de se fazer ‘política’. Ou seja: tratam a coisa pública nos quintais de suas próprias casas, dividindo interesses e ‘fechando negociatas’ que, a priori, beneficiem seus próprios interesses particulares. O povo vem depois. Ou melhor: o povo que se vire, revire. Se lixe, como diz o próprio povo. Em contrapartida, a mídia comprada em Ribamar cumpre seu papel, e de forma fidedigna: bajula dos pés à cabeça aqueles que deveriam ser indagados, questionados e postos à prova das inquietações da população ribamarense. E não é de hoje.
No decorrer da gestão Luís Fernando Silva, como é sabido, as comunidades do município puderam contemplar ao bombardeio de centenas de placas estendidas pelo espaço físico ribamarense. Anúncio de obras? Sim. Mas na clara intenção de mostrar aos ‘veículos de comunicação’ a pauta do dia para o marketing e publicidade políticos. Luís Fernando à época foi denominado de ‘o prefeito das placas’. As mesmas placas, que na prática, não honravam as descrições das obras anunciadas. Muito se questionava, como até hoje se questiona, a exorbitância dos valores das obras, o que abre margem de interpretação para a constatação de superfaturamento nas mesmas. A ponte do Miritiua e o Estádio Municipal podem servir de exemplo ao pesquisador interessado- uma vez que as ‘grandes mudanças e transformações sociais’ supostamente iniciadas em 2005 não se sustentam pelo discurso fácil e duvidoso apregoado pela imprensa governista oficial.
Atualmente, a revolução ou mesmo renovação cosmética (epidérmica, superficial) da atual gestão (originária da época de Luis Fernando) voltada para a divulgação pasteurizada de uma São José de Ribamar ‘cada vez melhor e para todos’ cai por terra, quando a grande maioria da população do município reclama nas redes sociais ( facebook, outros)- como que num grito desesperado-, melhorias estruturais para bairros e povoados da cidade balneária, sendo que estas mesmas reclamações dos ribamarenses parecem nunca serem atendidas ou sequer ouvidas. O acirrado bombardeio das placas marketeiras continua, mas a cidade também segue enfrentando os mesmos desafios. Os desafios da presença de políticas públicas conjunturais para áreas essências como Emprego e Renda (grande parte do povo de Ribamar trabalha em São Luís por não haver oferta de empregos na cidade), Saúde ( construção de hospitais, mais médicos, bom atendimento e ações preventivas), Educação( escolas não sucateadas e descentralização de unidades de ensino para todo município), Infraestrutura( pavimentação asfáltica de qualidade e calçamento de ruas e avenidas que continuam incompletas) e Cultura( valorização dos artistas ribamarenses e projetos culturais sistemáticos).Aqui esquecemos de pontuar os baixíssimos salários estabelecidos para o funcionalismo público municipal, assim bem, como sua consequente desvalorização. Outra problemática que nas manchetes dos jornais é mostrada como ausente. Mas nunca deixou de ser gritante.
Desta forma, a cidade balneária, contextualizada na triste realidade exposta, ganha os versos contundentes do compositor pernambucano Chico Science quando afirmam que ‘a cidade não morre, a cidade só cresce, o de cima sobe, o de baixo desce’. Em São José de Ribamar, essa constatação contida na música do artista manguebeat é nítida. Transparente: alguns poucos, muito ricos(classe política)e a grande maioria( população) miserável. A prova dos nove? Um passeio turístico pelos povoados ribamarenses fará toda e qualquer tese de desenvolvimento rever sua conceituação. São jovens e adultos sem oportunidades; crianças submetidas ao subemprego e sem perspectivas de futuro; e toda sorte de descasos patrocinados por uma gestão, que ao que tudo indica, fora concebida nos escritórios pensantes das agências de publicidade. O desenho original e irredutível do município- diferente daquele criado pela mídia fantasiadora e propinada- vem se aproximando dos olhos do povo de outra maneira, a real: ruas em formato de valas; alastramento da violência; criminalidade incessante e descontrolada e o pior: a desesperança de toda uma população que elege um governo que governa sim em São José de Ribamar, mas para si mesmo.
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