Saturday, November 19, 2011

Senadora participa de debate em Terra-Alta sobre divisão do Pará

A senadora Marinor Brito, líder do PSOL no senado federal, participou neste sábado (19), no município de Terra-Alta (80 km de Belém) de debate sobre a divisão do Pará.
O debate foi organizado pelo PSOL local e contou com a presença de aproximadamente 60 lideranças comunitárias, servidores públicos, vereadores, juventude, trabalhadores da educação e ambientalistas.
Em seu discurso, a senadora da esquerda socialista brasileira deixou claro que o PSOL sempre se posicionou na defesa da realização do plebiscito como método soberano e democrático do povo decidir seus destinos, mas ponderou que o esquartejamento do Pará atende desejos particulares de setores da elite que sempre procuraram enriquecer ilicitamente as custas do povo.
Defensora no “NÃO”, ou seja, contrária a ideia de sepatismo, Marinor Brito, fez uma análise crítica sobre a divisão do Pará, a partir de vários estudos.
Márcio Veiga do PSOL de Terra-Alta
e Senadora Marinor Brito
- O Pará é o segundo maior Estado do país com quase 1, 3 milhões de quilômetros quadrados em 144 municípios. É o mais populoso da região norte com população próxima de 7,5 milhões de habitantes, sendo que na região metropolitana da capital, Belém, vivem em torno de 2,1 milhões de pessoas. Com alto percentual de concentração de renda, o Pará, infelizmente, tem 1,5 milhão de paraenses que vivem na extrema pobreza, ou seja, vivem com renda de r$ 70 reais por mês e algo em torno de 2,5 milhões que sobrevivem com menos de meio salário-mínimo por mês, um absurdo, disse Marinor.
Sobre a situação sócio-econômica dos paraenses, a senadora do PSOL afirmou que alguns dos piores indicadores sócio-econômicos do Brasil, estão concentrados no Pará com cerca de 700 mil analfabetos, o 4º Estado mais violento, o 2º pior saneamento e um déficit habitacional de mais de 320 mil unidades, o que representa a metade de toda região norte e ainda, infelizmente, detém o título de campeão do desmatamento e violência no campo.
- Conseqüência do abandono por sucessivos governos, o Pará ainda não conseguiu superar uma situação de completa calamidade em boa parte das cidades do Estado, em todas as regiões. Portanto, o abandono dos municípios do interior é um fato que ninguém ousa negar e isso, ao nosso modo de ver, não tem haver com o tamanho do território e sim, de como ele tem sido administrado nas últimas décadas, disse.
Segundo, Marinor, o Pará é um Estado rico, diverso em cultura com presença marcante nas manifestações esportivas e religiosas e um potencial econômico diferencial da grande maioria dos Estados da Federação, o que falta é a descentralização do poder administrativo, através da participação popular, combate a concentração de renda e à corrupção que infesta as estruturas arcaicas de poder há décadas.
- É a completa falência desse modelo de desenvolvimento das elites que sempre se utilizaram do poder e dos recursos do povo para seu próprio benefício, agora, parte dessa elite, resolveu dividir o Estado e assim ter cada uma delas, o seu próprio “Estado”, para seu uso-fruto. É só ver, abaixo, o “mapa” do esquartejamento que eles elaboraram, segundo seus interesses.
Onde ficaram as usinas hidrelétricas geradoras de energia, a diversidade da fauna e flora, as riquezas minerais, a pecuária, a agricultura de exportação? Portanto, meus companheiros e companheiras não dá para levar a sério essa ideia de separatismo, pois ela representa os interesses dessas elites insatisfeitas que agora se rebelaram e querem seu próprio Estado, disse.
O plebiscito que decidirá sobre a divisão ou não do Pará em mais duas unidades da federação ocorrerá no domingo, 11 de dezembro, das 08 às 17h00 em todas as secções eleitorais localizadas no território paraense e participam do pleito, os paraenses a partir dos 16 anos (opcional) e maiores de 18 anos portadores de títulos eleitoral.

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