A senadora Marinor Brito, líder do PSOL no senado federal, participou na manhã desta sexta-feira (18), da assembleia geral dos trabalhadores em educação que decidiu suspender a greve da categoria, após 54 dias de paralisação. A assembleia reuniu cerca de mil e quinhentos trabalhadores no auditório da sede social do Paysandu Sport Club, centro de Belém.
Em discurso emocionado, a senadora do PSOL fez uma retrospectiva histórica de luta dos trabalhadores em educação do Pará e manifestou total apoio a decisão a ser tomada pela categoria da qual faz parte.
- Muitas lutas históricas foram realizadas por este sindicato [Sintepp], como por gestão democrática, por um projeto político pedagógico autônomo, por plano de cargos, carreiras e renumerações. Eu queria dizer as companheiras e aos companheiros que este acúmulo histórico não tem governo que derrote, disse. E continuou discursando.
- Neste momento, a decisão a ser tomada, tem que ser a que unifique a categoria e que demonstre ao governo e a sociedade que temos responsabilidade, como sempre tivemos dentro de sala de aula, na escola e devemos sempre buscar o apoio da sociedade. Tive conhecimento, ontem [17], em Brasília, de uma pesquisa que afirma que 80%, da sociedade respeita os educadores, aprova e entende a necessidade da luta por educação pública de qualidade social. Isso é fundamental, com todo jogo que foi feito e está sendo feito por este governo covarde de tentar jogar a sociedade contra os trabalhadores da educação, nós demonstramos que, apesar do desgaste natural em qualquer movimento grevista, essa categoria lutadora tem o apoio da sociedade paraense, sensível as péssimas condições de ensino que vivenciamos, todos os dias, nas escolas do Pará, disse.
Muito aplaudida pelos quase mil e quinhentos trabalhadores da educação presentes a assembleia, Marinor Brito, não poupou as tentativas de manipulação da propaganda do governo.
- Ontem, de madrugada, quando eu cheguei, vi na televisão a propaganda do governo, dizendo que paga mais de dois mil reais para fazer o contraponto com a questão do piso. Isso é mentira, todos nós sabemos, afirmou.
Emocionada, a parlamentar do PSOL, ponderou a necessidade de acumular forças, revigorar o debate na sociedade, fazer valer o papel importante e de respeito que sempre acompanhou a aguerrida trajetória de luta e capacidade de organização do Sintepp em todo Pará para sugerir uma reflexão para a categoria.
- Talvez, seja a hora de refletir e quem sabe até dar uma parada estratégica, voltar para sala, interagir com os pais dos alunos, com os alunos para recompor a energia. Porque uma coisa é certa, eles têm que ficar sabendo, que os trabalhadores da educação do Pará não vão desistir dessa luta, não vão deixar de exigir seja na justiça, seja na luta social, um direito líquido e certo, o direito constitucional, o direito consagrado na suprema corte do país que é pelo seu piso salarial nacional atendido também aqui no Estado do Pará, disse e completou novamente.
- A categoria está unida na decisão de suspender ou não a greve e essa decisão tem que ser amplamente majoritária para mostrar para eles, que essa luta é justa, para mostrar para a sociedade, que temos responsabilidade e que ninguém vai baixar a cabeça, pois essa categoria é brava, é lutadora. Essa categoria tem a força e a vontade de seguir adiante! Até a vitória, um grande abraço, encerrou.
CATEGORIA SE FORTALECEU COM A GREVE
Greve dos Trabalhadores da Educação do Pará teve início em 26 de setembro passado e durou, exatos 54 dias de paralisação. A categoria exige o pagamento do piso salarial nacional, determinado pelo STF (Supremo Tribunal Federal), que não é cumprido pelo governo do Estado.
Durante o período de paralisação que chegou a atingir 89% da categoria em todo Estado, houve várias manifestações públicas, entre passeatas, atos em frente ao Palácio dos Despachos, CIG (Centro Integrado de Governo) Seduc, Sepof, Fórum de Justiça e ocupação da sede da Sead (Secretaria de Administração) e Sepof (Secretaria de Planejamento, Orçamento e Finanças). O Ministério Público do Estado entrou com ação contra o Governo para investigar o não pagamento do piso salarial.
Foto: Portal ORM
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