LEIA NA ÍNTEGRA O POEMA ‘CLARA’ DA OBRA INÉDITA ODE TRISTE PARA AMORES INACABADOS DO POETA E JORNALISTA RIBAMARENSE FERNANDO ATALLAIA
Clara
Para Clarice Lispector, Lucy Teixeira, Ceres Fernandes e Fernanda Young
Clara
De repente o desfolhado aos ventos doa
E háum mundo que não vi
Clara
Destoa meu soul nas alturas
Qualquer estopim acesso em matéria pura
Pedra no futuro e montanha viva
Que aintriga há de tornar-nos vítimas de uma colheita sem enxadas
Rumina nos cinzeiros um acorde angustiado
E aestrada desse mundo nos corta em enxertos
Quais Vermes que merecem ser execrados
Cala e para
Que a clareza da palavra no amor nos confundiu
E os homônimos pálidos da fragilidade
Mataram a todos de uma só vez
Adeus luzes e chaminés!
Há um sinal de invernos entre os enamorados
Clara
Noite queimando jardins prostituídos
Somos desde há muito instituídos
Pelos barcos que sopram no viés
Saiba
O que parece belo guarda monstros e adversários
Translúcido o desejo impera na cegueira e há ojeriza ao sincero
E coladas às bocas a noturna felicidade nos leva
Chega de flores e anelos
O amor perdeu
Eis que chega o tempodo epidérmico em todas as falas vociferar
Num clamor oculto de espera
Clara
Solta o veneno extingue a ética e me beija
2001
No comments:
Post a Comment