Tuesday, May 31, 2011

ATLETAS MULHERES E A IMPOSIÇÃO DO UNIFORME SEXY

Olha só a coincidência: no mesmo dia (sexta-feira) fiquei sabendo de duas medidas arbitrárias, imagino que comandadas por dirigentes esportivos homens (aliás, uma coisa que me chateia é como tem treinador, técnico, dirigente homem pra comandar equipes femininas em qualquer modalidade esportiva, enquanto a gente nunca vê uma técnica mulher numa equipe masculina). Ambas envolvem uniformes femininos usados nos esportes. A primeira foi esta: a Federação Mundial de Badminton agora está obrigando as jogadoras a vestir saia ou vestido durante as partidas, e não mais shorts, como a maior parte costuma usar. Os dirigentes admitiram que a medida visa atrair mais público (os comentários no artigo da Folha são, pra variar, os piores possíveis: além do racismo característico –- causado porque as duas fotos escolhidas na matéria são de atletas asiáticas -–, vem um bando de marmanjo dizer que atleta mulher tem que usar saia mesmo, “de preferência sem calcinha”). As atletas reclamaram, e tentarão recorrer da decisão unilateral (update: a medida foi anulada, mas voltará à pauta em dezembro, quando serão ouvidos "os interessados", que não são as jogadoras, mas os fabricantes de roupas esportivas!).
Ainda na sexta, o Daniel Neves, do UOL Esportes, me enviou um email perguntando o que eu achava sobre a federação europeia de basquete feminino exigir que todas as atletas da Euroliga adotassem um modelo de uniforme colado ao corpo. Sim, você adivinhou certo: a razão é pra chamar mais atenção pro campeonato (pelo menos eles nem disfarçam mais os motivos).
A verdade é que a sexualização dos uniformes femininos tem piorado bastante nos últimos tempos. Se analisarmos uniformes masculinos e femininos das Olimpíadas de 1984, por exemplo, veremos quepoucas diferenças entre o que homens e mulheres vestiam. Com o backlash, a reação conservadora que teve início nos anos 80, a situação mudou, e atletas mulheres tiveram que voltar a ser, antes de tudo, objetos sexuais. Escrevi um post há três anos falando de alguns uniformes ridículos para mulheres. É lógico que se o critério de adoção para os uniformes justos e diminutos usados por equipes femininas fosse a melhora do desempenho esportivo, os homens também os usariam. Só que não tem nada a ver com performance. Tem a ver com fazer as atletas mulheres se encaixarem num padrão palatável para o olhar masculino. Em outras palavras: é o olhar masculino que rege como atletas mulheres devem se comportar, o que vestir, como jogar, como posar para fotos de autopromoção...
Não sei se você lembra, mas no basquete feminino a seleção australiana era das poucas que utilizava o uniforme colado, aquele estilo macaquinho. As brasileiras o usaram durante 2000 e 2006, mas não gostaram e os dirigentes tiveram que voltar atrás.
Pra mim não resta dúvida: é um claro sinal de machismo que as atletas tenham de pagar este tipo de “pedágio” para poder competir. Pelo jeito, se elas não forem atraentes pros homens, elas não podem jogar. É revoltante que essas profissionais, que vivem para treinar e competir, tenham que se sujeitar a serem sensuais para atrair público. Não deveria ser a beleza ou a “femininidade” das atletas que está em questão, e sim seu talento para o esporte que praticam (e isso vale para todas as profissões).
Para os homens que não veem nada de mais em exigir que atletas usem roupas menores, mais justas, mais sexy, fica a pergunta: e se fosse com eles? Por exemplo, mulheres vão muito pouco a estádios de futebol. E se de repente, para atrair mais o público feminino, a FIFA obrigasse os jogadores a usar sunga? Seria justo?

PS: A matéria para a qual fui “entrevistada” foi publicada no UOL no sábado, e Daniel utilizou uma boa parte do que falei. Ficou boa. Só não gostei de um trecho do que disse um especialista em marketing esportivo, que é contra os uniformes colados porque “nem todas as jogadoras têm um corpo legal” e, assim, poderiam ficar envergonhadas em usá-los. Ahn, o que é um “corpo legal”? Ainda mais pruma atleta? Devemos lembrar que atletas, e pessoas em geral, vêm numa variedade grande de formatos.
Até agora há poucos (e melhores) comentários.

Monday, May 30, 2011

“VERÃO COMO SOMOS LINDAS”

Gabourey Sidibe, estrela de Preciosa, é branqueada em capa de revista

Quando a Natalia no Twitter me enviou uma mensagem perguntando se eu tinha visto o artigo de uma revista explicando “objetivamente” por que negras são menos atraentes que mulheres brancas, eu respondi no ato que isso daí tinha a maior pinta de ser mais uma das teorias malucas da psicologia evolucionista. E não é que eu tava certa? O post, intitulado “Por que Mulheres Negras São Fisicamente Menos Atraentes que outras mulheres?”, foi publicado no dia 15 de maio no site da conceituada (pelo menos entre os títulos pop) Psychology Today que, aparentemente, não viu nada de racista em fazer uma pergunta dessas. A revista deve até ter se surpreendido com o volume de emails e tweets que chegaram, e logo tirou o artigo do ar. Mas, claro, alguém já o havia copiado, então você pode ler esse pedaço de cocô (pra ser delicada) aqui, em inglês. Não se preocupe não que vou resumir já já. O que não me surpreendeu é que o autor do post racista é um velho conhecido meu, Satoshi Kanazawa. Já falei das incríveis descobertas do Satoshi: ele crê que os homens realmente preferem as loiras, e isso desde o tempo das cavernas, quando a gente nem sabia que loiras existiam (ou, se é pra usar nossa evidência empírica, como fazem os psicólogos evolucionistas, você já viu algum desenho de uma mulher das cavernas loira?). Isso porque, segundo Satoshi, todo mundo nasce loiro, só que, com o passar dos anos, nosso cabelo vai escurecendo. Portanto, o cabelo loiro seria a prova irrefutável que a mulher é jovem (nenhuma palavra sobre o homem loiro). E todo homem quer uma mulher o quanto mais jovem possível, porque ela teria uma vida reprodutiva mais longa, e isso, ao contrário do que juram os mascus, é tudo que um homem quer: espalhar sua sementinha. Os psicólogos evolucionistas, também chamados, não com muito respeito, de evo psychs (vou traduzir pra psiquevas) e de fundamentalistas científicos, explicam tudo com base na reprodução de nossos genes. Não existe cultura pra eles, só biologia (e desconfio que eles existam antes de Darwin, a julgar por essas pérolas de 1500 e bolinha sobre mulheres). Tudo que fazemos é em busca do nosso instinto para uma melhor reprodução (eugenia feelings pra você também). Por isso, homens procuram jovens lindas e loiras, enquanto mulheres selecionam o macho mais poderoso (nisso os mascus concordam). E danem-se os homossexuais, né? Ou quem é infértil. Ou as pessoas que preferem adotar a ter bebês. Ou essa aberração da natureza que eu represento, a mulher que não quer ter filhos. Nós não existimos. Vamos nos recolher a nossa insignificância, ô legião de desqualificados!
Significante mesmo é o Satoshi, um psiqueva que dá aulas numa universidade britânica. Não é um carinha que acordou um dia e decidiu explicar por que, pra ele, que é hetero, as mulheres são atraentes e os homens não. Nada disso. Ele é um cientista. Tem pelo menos um livro publicado, com o científico nome de Por que as Pessoas Bonitas Têm Mais Filhas (note: filhas). Os leitores que chegam aqui pedindo que eu respeite essa ciência machista, racista e homofóbica (e não à toa, a mais divulgada pelos meios de comunicação nas últimas três décadas, desde o início da reação conservadora nos anos 80), e pregando que existem psiquevas sérios, me lembram os mascus que pedem que eu leia blogs mascus respeitáveis. Só que eles são todos iguais. Pode haver diferença no tom, na linguagem, mas não no que eles querem passar: que o homem é superior à mulher e que isso é absolutamente natural (mais um ponto de convergência entre esses dois grupos machistas). E que as feministas estão prestando um desserviço à humanidade ao lutarem contra o “é assim que as coisas são”.
Como pega mal (até pra um psiqueva!) afirmar categoricamente que ele está certo em não achar mulheres negras bonitas, Satoshi menciona todo um estudo pra mostrar que o seu gosto é justificado. Ele enche o post de gráficos e também joga no meio da receita uma dose de gordofobia (já que mulheres negras em geral tem um Índice de Massa Corpórea um pouco maior que o de brancas). E finalmente ele arrisca uma explicação: negras teriam mais testosterona que outras raças. É apenas um jeito infeliz de dizer que negras seriam mais másculas, e que Satoshi gosta de suas mulheres bem femininas.
Não há dúvida que mulheres negras (e homens negros também, mas como ser bela é uma imposição pras mulheres, e apenas um bônus pros homens, o peso é diferente) são desvalorizadas na nossa sociedade ― em todos os campos, inclusive no estético. Aqui onde moro, no Ceará, as estatísticas dizem que 64% da população é negra ou parda. No entanto, quando eu ligo a TV, abro uma revista, ou vejo um outdoor, tenho a impressão de estar na Suécia. De modo geral, tem muito mais loiro de olho claro na mídia que negro. Isso se repete em todo o Brasil, e é um dos sinais que sim, somos um país muito racista. Pele escura não tá dentro do padrão de beleza. As raríssimas modelos e atrizes negras que porventura aparecem na mídia têm traços brancos ― são mais claras, têm nariz fino, cabelo liso. Duvido muito que quando alguém considera feia uma negra ele tá pensando, “Hmm, testosterona demais, eca!”. O que a gente considera bonito e feio é ensinado, muda de lugar pra lugar, e de época pra época. Não tem nada de universal nisso (e o que os psiquevas tentam provar é que há inúmeras coisas universais). Ninguém nasce achando que olho azul é mais bonito que olho castanho. Aliás, se houvesse qualquer fundamentação biológica nessa preferência, a gente defintivamente não acharia olho claro bonito, já que geneticamente ele tem mais chance de ser míope (ou seja, seria uma desvantagem evolutiva). Pele escura seria uma vantagem evolutiva, pois o risco de câncer de pele é muito menor! Mesmo no campo estético, pele escura deveria ser tido como qualidade, não defeito, pois costumamos associar beleza à juventude, e quem tem pele escura está menos exposto aos danos do sol e têm menos rugas. Eu tô chutando tudo isso, não sou bióloga, mas pelamor, é muito óbvio que achar traços negros pouco atraentes é uma construção social. E só porque esse padrão racista existe faz séculos não o torna mais natural e menos cultural.Só um exemplo que está na minha cabeça: este anúncio de creme da Dove. Perceba como a mulher negra está no campo do “antes” (de usar o tal creme), enquanto as brancas estão no “depois” (e claro que a negra é mais cheinha que as brancas, lembrando a gente do típico antes e depois da propaganda das dietas). Não venha me dizer que foi sem querer, que o anúncio passou por centenas de publicitários e clientes e ninguém percebeu. Racismo é lucrativo, e a indústria cosmética é uma das que mais ganham dinheiro com isso. Todas as marcas de cosméticos vendem cremes para clarear a pele. Você conhece muitos cremes pra escurecer a pele (bronzear é outra coisa)? Cremes branqueadores rendem bilhões em países com mulheres marrons e amarelas, como Japão e Índia. Todas essas marcas ganham os tubos vendendo alisadores de cabelo. Em outras palavras: fazer que mulheres não-brancas sejam mais brancas dá muito dinheiro. Só que, pra fazer com que mulheres não-brancas queiram ser brancas, é preciso espalhar a mensagem que white is beautiful. E só white.
Por coincidência, no mesmo dia em que Satoshi fez (mais) esta pataquada, meus alunos de Poesia leram e interpretaram um lindíssimo poema de Langston Hughes, escritor americano nos anos 1920 que foi peça fundamental na Renascença Negra. Chama-se “I, Too” (Eu também). As últimas linhas são: “Eles verão quão lindo eu sou / e ficarão com vergonha. / Eu também sou América” (leia e ouça o poema aqui, é curtinho. Na maior parte das versões o "verão como sou lindo" está escrito no singular).
Algum dia, espero, o pessoal que faz parte da classe dominante entenderá que ter um só padrão de beleza é limitador, sinônimo de ignorância. Este padrão é construído e, como tal, pode ser desconstruído. Depende de nós. Logo logo vocês se sentirão envergonhados, senhores.

Sunday, May 29, 2011

WILSON SIMONAL.



E, para felicidade particular do “humorista”Jaguar, o Wilson Simonal morreu. Ora, Senhor ! Uma pessoa humana como o Jaguar, um homem de bom caráter, cheio de muitos amigos, incapaz de uma briga, de causar um mal estar, merecia ser recompensado pelo prazer de ver a morte do Simonal há mais tempo.



Eu sei, Senhor, o poder da oração e, como o Jaguar tem todo o aspecto de uma pessoa muito religiosa, acredito na força das suas preces para que o Simonal demorasse a morrer e mais sofresse nesta vida que ele, Jaguar, preparou para ele. Morrer, na opinião do “cartunista”, significava uma felicidade para um escroque do tamanho do Simonal, com participação efetiva na revolução, na prisão da turma do “Pasquim”, na criação AI-5 e outras coisas inesquecivelmente nojentas, promovidas ou provocadas pelo tal cantorzinho.

A morte de Wilson Simonal deve ter trazido, afinal, um grande alívio para a cabeça deste verme que tem nome de fera, pois na citada “cabeça” estava a certeza que ele se dava de que o cantor era um homem de direita, safado, informante do SNI .

Wilson Simonal, homem de música e de show, maestro que regia o público ao seu bel-prazer, além da infelicidade de não ter nascido americano, australiano, inglês, canadense ou de qualquer nacionalidade de palavras inglesas, podia imaginar qualquer coisa, menos vir a ser considerado um “homem de direita”. Simonal, alienadamente músico, alucinadamente cantor, eslouquecidamente show-man, desbragadamente um homem do palco, nem sabia o significado das letras S, N e I, quanto mais ser um informante deste orgão da chamada “revolução”.

Mas… como no discurso que Sheakespeare escreveu… Jaguar queria e Jaguar é um homem bom; Simonal nunca se meteria em política, mas Jaguar dizia que sim e Jaguar é um homem honesto; Simonal vivia para sua arte e sua família, mas Jaguar é incapaz de uma mentira e Jaguar garantia sua participação efetiva na política.

Agora, pesando 28 quilos, após ser proibido por quase 30 anos de se apresentar em público, de gravar, de ter suas músicas tocadas em todas as emissoras do pais; depois de ver sua família passar necessidades até os meninos poderem trabalhar, afinal Wilson Simonal morre. Meus pêsames à música popular brasileira e minhas congratulações ao Jaguar, neste momento em que, pela última vez na minha vida, falo ou escrevo seu nome, para não sujar minha boca ou produzir um defeito no meu computador.

Chico Anysio

Greve dos professores das Universidades Estaduais da bahia - 2011




Os professores das universidades estaduais da Bahia, que encontram-se de braços cruzados desde o mês passado, elaboraram um vídeo manifesto no qual relatam, do ponto de vista da categoria, os detalhes do impasse com o governo do estado, principalmente, na luta por melhorias salariais. Entre diversas reivindicações, os educadores pedem a retirada de uma cláusula do acordo salarial de 2010 que impede melhorias salariais pelos próximos quatro anos e a revogação do Decreto 12.583/11 que reduz os gastos públicos no ano de 2011. Postado no site YouTube nesta sexta-feira (27), o vídeo mostra depoimentos de professores grevistas e declarações de representantes do governo sobre a paralisação. Aproximadamente 60 mil estudantes de universidades estaduais estão sem aula por conta do movimento grevista na Bahia.

Fonte: Samuel Selestino

OBRIGADA PELA GRAÇA ALCANÇADA

Diálogo da semana passada entre eu e o maridão:

Eu: Não te contei o que aconteceu. Eu tava voltando pra casa andando e fui atravessar a rua perto da igreja, sabe? Aí um motoqueiro quase me atropelou. Ele não tava olhando pra mim ou pra rua, esses detalhes. Sabe o quê ele tava olhando?
Ele: O quê?
Eu: A igreja! E ele tava dirigindo com uma mão só. Com a outra ele fazia o sinal da cruz. Porque saudar um ser invisível e possivelmente imaginário é mais relevante que se importar com a pessoa bem na frente dele.
Ele: Viu? E vocês dois sobreviveram, graças a deus!
Eu: Mas se ele estivesse olhando pra rua, e não pra igreja, ele...
Ele (interrompendo): Aleluia, irmã!

Mais diálogos altamente românticos: beijos, apelidos, exercício, loteria, herança, cheiros, educação, sensualidade, mais sensualidade, engano, energia, nova fonte de energia, dominó, mini-kabongs, autoestima, reflexos, fidelidade, comunicação, efeito isidoro, desejo ardente.

Saturday, May 28, 2011

SOBRE O KIT ANTI-HOMOFOBIA - parte I



NOTA EXPLICATIVA - PARTE I

 Considerando o polêmico veto, da Presidente Dilma Roussef, ao kit anti-homofobia elaborado pelo MEC, o blog operariadasruinas publica, de forma seriada, a nota explicativa elaborada pelas seguintes organizações (parceiras do MEC na criação do kit):

ABGLT - Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, bissexuais Travestis e Transexuais
Pathfinder do Brasil.
ECOS - Comunicação em Sexualidade
Reprolatina - Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva



Conheça Mais sobre o Projeto Escola Sem Homofobia

Diante de fatos e notícias sobre o Kit de Materiais Educativos do Projeto Escola Sem Homofobia, vimos a público informar de que se trata o material. 

O que é o Projeto Escola Sem Homofobia?

O Projeto Escola Sem Homofobia, apoiado pelo Ministério da Educação/Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (MEC/SECAD), tem como objetivo “contribuir para a implementação do Programa Brasil sem Homofobia pelo Ministério da Educação, através de ações que promovam ambientes políticos e sociais favoráveis à garantia dos direitos humanos e da respeitabilidade das orientações sexuais e identidade de gênero no âmbito escolar brasileiro”. Uma análise de situação justificando o projeto e suas atividades se encontra ao final deste documento. 

O Projeto foi planejado e executado em parceria entre a organização não governamental Pathfinder do Brasil; a ECOS – Comunicação em Sexualidade; a Reprolatina – Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva; e a ABGLT – Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais. Todas as etapas de seu planejamento e execução foram amplamente discutidas e acompanhadas de perto pelo MEC/SECAD.


Produtos do Projeto Escola Sem Homofobia 

O Projeto teve dois produtos específicos, a fim de alcançar o objetivo acima mencionado:

1) Um conjunto de recomendações elaborado para a orientação da revisão, formulação e implementação de políticas públicas que enfoquem a questão da homofobia nos processos gerenciais e técnicos do sistema educacional público brasileiro, que se baseou nos resultados de duas atividades: 

a) A realização de 5 seminários, um em cada região do país, com a participação de profissionais de educação, gestores e representantes da sociedade civil, para obter um perfil da situação da homofobia na escola, a partir da realidade cotidiana dos envolvidos. 

b) A realização de uma pesquisa qualitativa sobre homofobia na comunidade escolar em 11 capitais das 5 regiões do país, envolvendo 1406 participantes, entre secretários(as) de saúde, gestores(as) de escolas, professores(as), estudantes e outros integrantes das comunidades escolares. A metodologia da pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Unicamp. 

2) A incorporação e institucionalização de uma estratégia de comunicação para trabalhar a homossexualidade de forma mais consistente e justa em contextos educativos e que repercuta nos valores culturais atuais. A estratégia compreende:

a) Criação de um kit de material educativo abordando aspectos da homo-lesbo-transfobia no ambiente escolar, direcionado para gestores(as), educadores(as) e estudantes.

b) Capacitação de técnicos(as) da educação e de representantes do movimento LGBT de todos os estados do país para a utilização apropriada do kit junto à comunidade escolar.


Kit de material educativo Escola sem Homofobia

O material se destina à formação dos/das professores(as) em geral, dando a eles subsídios para trabalharem os temas no ensino médio.

Trata-se de um conjunto de instrumentos didático-pedagógicos que visam à desconstrução de imagens estereotipadas sobre lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais e para o convívio democrático com a diferença, contribuindo para:

• Alterar concepções didáticas, pedagógicas e curriculares, rotinas escolares e formas de convívio social que funcionam para manter dispositivos pedagógicos de gênero e sexualidade que alimentam a homofobia.
• Promover reflexões, interpretações, análises e críticas acerca de algumas noções que frequentemente habitam as escolas com tal “naturalidade” ou que se naturalizam de tal modo que se tornam quase imperceptíveis, no que se refere não apenas aos conteúdos disciplinares como às interações cotidianas que ocorrem nessa instituição.
• Desenvolver a criticidade infanto-juvenil relativamente a posturas e atos que transgridam o artigo V do Estatuto da Criança e do Adolescente, segundo o qual: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”.
• Divulgar e estimular o respeito aos direitos humanos e às leis contra a discriminação em seus diversos âmbitos
• Cumprir as diretrizes do MEC; da SECAD; do Programa Brasil sem Homofobia; da Agenda Afirmativa para Gays e outros HSH e Agenda Afirmativa para Travestis do Plano Nacional de Enfrentamento da Epidemia de AIDS e das DST entre Gays, HSH e Travestis; dos Parâmetros Curriculares Nacionais; do Plano Nacional de Promoção da Cidadania e Direitos Humanos de LGBT; do Programa Nacional de Direitos Humanos III; das deliberações da 1ª Conferência Nacional de Educação; do Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos; e outras.

O kit é composto de: 
- um caderno
- uma série de seis boletins (Boleshs)
- três audiovisuais com seus respectivos guias
- um cartaz 
- cartas de apresentação para o/a gestor(a) e para o/a educador(a).


SOBRE O KIT ANTI-HOMOFOBIA - Parte II


NOTA EXPLICATIVA - PARTE II


Considerando o polêmico veto, da Presidente Dilma Roussef, ao kit anti-homofobia elaborado pelo MEC, o blog operariadasruinas publica, de forma seriada, a nota explicativa elaborada pelas seguintes organizações (parceiras do MEC na criação do kit):
ABGLT - Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, bissexuais Travestis e Transexuais
Pathfinder do Brasil.
ECOS - Comunicação em Sexualidade
Reprolatina - Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva


Segue um resumo dos materiais do kit: 

• CADERNO ESCOLA SEM HOMOFOBIA – peça-chave do kit, articula com os outros componentes (DVDs/audiovisuais, guias que acompanham os DVDs/audiovisuais, boletins). Traz conteúdos teóricos, conceitos básicos e sugestões de dinâmicas/oficinas práticas para o/a educador(a) trabalhar o tema da homofobia em sala de aula/na escola/na comunidade escolar visando a reflexão, compreensão, confronto e eliminação da homofobia no ambiente escolar. As propostas de dinâmicas contidas no caderno têm interface com os DVDs/audiovisuais e boletins.

• BOLETINS ESCOLA SEM HOMOFOBIA (BOLESHS) - série de 6 boletins, destinados às/aos estudantes cada um abordando um assunto relacionado ao tema da sexualidade, diversidade sexual e homofobia. Trazem conteúdos que contribuem para a compreensão da sexualidade como construção histórica e cultural; para saber diferenciar sexualidade e sexo; para reconhecer quando valores pessoais contribuem ou não para a manutenção dos mecanismos da discriminação a partir da reprodução dos estereótipos; para agir de modo solidário em relação às pessoas independente de sua orientação sexual, raça, religião, condição social, classe social, deficiência (física, motora, intelectual, sensorial); para perceber e corrigir situações de agressão velada e aberta em relação a pessoas LGBT. 

• AUDIOVISUAIS:
a) DVD Boneca na Mochila (Versão em LIBRAS)
Ficção que promove a reflexão crítica sobre como as expectativas de gênero propagadas na sociedade influenciam a educação formal e informal de crianças, através de situações que, se não aconteceram em alguma escola, com certeza já foram vivenciadas por famílias no mesmo contexto ou em outros. Ao longo do audiovisual, são apresentados momentos que revelam o quanto de preconceito existe em relação às pessoas não heterossexuais.
Baseado em história verídica, mostra um motorista de táxi que conduz uma mulher aflita chamada a comparecer à escola onde seu filho estuda, apenas porque o flagraram com uma boneca na mochila. Durante o caminho, casualmente, o rádio do táxi está sintonizando um programa sobre homossexualidade que, além de noticiar o fato que se passa na escola onde estuda o menino em questão, promove um debate com especialistas em educação e em psicologia, a respeito do assunto.

b) DVD Medo de quê?
Desenho animado que promove uma reflexão crítica sobre como as expectativas que a sociedade tem em relação ao gênero influenciam a vivência de cada pessoa com seus desejos, mostrando o cotidiano de personagens comuns na vida real. O formato desenho animado, sem falas, facilita sua exibição para pessoas de diferentes contextos culturais, independente do nível de alfabetização dos/das espectadores(as).
Marcelo, o personagem principal, é um garoto que, como tantos outros, tem sonhos, desejos e planos. Seus pais, seu amigo João e a comunidade onde vive mostram expectativas em relação a ele que não são diferentes das que a sociedade tem a respeito dos meninos. Porém nem sempre os desejos de Marcelo correspondem ao que as pessoas esperam dele. Mas quais são mesmo os desejos de Marcelo? Essa questão gera medo, tanto em Marcelo quanto nas pessoas que o cercam.
Medo de quê? Em geral, as pessoas têm medo daquilo que não conhecem bem. Assim, muitas vezes alimentam preconceitos que se manifestam nas mais variadas formas de discriminação. A homofobia é uma delas.

c) Audiovisual Torpedo
Audiovisual que reúne três histórias que acontecem no ambiente escolar: Torpedo; Encontrando Bianca e Probabilidade.
Torpedo - animação com fotos, que apresenta questões sobre a lesbianidade através da história do início do namoro entre duas garotas que estudam na mesma escola: Ana Paula e Vanessa.
Ana Paula estava na aula de informática quando deparou toda a turma vendo na internet fotos dela e de Vanessa numa festa, que haviam sido divulgadas por alguém para a escola toda. A partir daí, as duas se questionam sobre como as pessoas irão reagir a isso e sobre que atitude devem tomar. Após algumas especulações, decidem se encontrar no pátio na hora do intervalo. Lá, assertivamente, assumem sua relação afetiva num abraço carinhoso assistido por todos.
Encontrando Bianca - por meio de uma narrativa ficcional em primeira pessoa, num tom confessional e sem autocomiseração, como num diário íntimo, José Ricardo/Bianca revela a descoberta e a busca de sua identidade de travesti. Sempre narrada em tempo presente, acompanhamos a trajetória de Bianca e os dilemas de sua convivência dentro do ambiente escolar: sua tendência a se aproximar e se identificar com o universo das meninas; as primeiras vezes em que, em sua casa, se vestiu de mulher; a primeira vez em que foi para a escola com as unhas pintadas, cada vez assumindo mais, no ambiente escolar, sua identidade de travesti; a dificuldade de ser chamada pelo nome (Bianca) com o qual se identifica; os problemas por não conseguir utilizar, sem constrangimentos, tanto o banheiro feminino quanto o masculino; as ameaças e agressões de um lado e os poucos apoios de outro.
Probabilidade - com tom leve e bem-humorado, o narrador conta a história de Leonardo, Carla, Mateus e Rafael. Leonardo namora Carla e fica triste quando sua família muda de cidade. Na nova escola, Leonardo é bem recebido por Mateus, que se torna um grande amigo. Mas ele só compreende por que a galera fazia comentários homofóbicos a respeito dele e de Mateus quando este lhe diz ser gay. Um dia, Mateus convida Leonardo para a festa de despedida de um primo, Rafael, que também está de mudança.
Durante a festa, Leonardo conversa com Rafael e, depois da despedida, fica refletindo sobre a atração sexual que sentiu pelo novo amigo que partia. Inicialmente sentiu-se confuso, porque também se sentia atraído por mulheres, mas ficou aliviado quando começou a aceitar sua bissexualidade.

d) CARTAZ E CARTAS PARA GESTORA/R E EDUCADORAS/R – o cartaz tem a finalidade de divulgar o projeto para a escola e para a comunidade escolar e as cartas apresentam o kit para o/a gestor(a) e educadores(as), respectivamente.

SOBRE O KIT ANTI-HOMOFOBIA - Parte III


NOTA EXPLICATIVA - PARTE III

 Considerando o polêmico veto, da Presidente Dilma Roussef, ao kit anti-homofobia elaborado pelo MEC, o blog operariadasruinas publica, de forma seriada, a nota explicativa elaborada pelas seguintes organizações (parceiras do MEC na criação do kit):

ABGLT - Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, bissexuais Travestis e Transexuais
 Pathfinder do Brasil.
 ECOS - Comunicação em Sexualidade
 Reprolatina - Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva


Capacitação Escola sem Homofobia

Segundo elemento da estratégia, a capacitação teve por objetivo habilitar um grupo de pessoas a atuar como multiplicadoras na compreensão dos conceitos principais e na utilização do kit de material educativo do projeto ESH, como instrumento para contribuir para a erradicação da homofobia no ambiente escolar.

Foram realizadas seis capacitações com cerca de 200 profissionais da educação de todos os estados no uso dos materiais – três em São Paulo e três em Salvador nos meses de agosto e setembro de 2010. Estes/estas profissionais serão multiplicadores(as), responsáveis por capacitar outros(as) profissionais da educação no âmbito local.

A metodologia empregada nas capacitações foi participativa e incorporou técnicas de educomunicação, além de discussões em grupo, troca de experiências. Utilizou técnicas e conteúdos teóricos presentes no Caderno Escola sem Homofobia e incorporou os outros elementos do kit (DVDs/audiovisuais, guias que acompanham os DVDs/audiovisuais, boletins). 


Pesquisa qualitativa do projeto Escola sem Homofobia

Foi realizada uma pesquisa qualitativa com o objetivo de conhecer a percepção das autoridades educacionais, equipe docente, funcionários/as e estudantes da rede pública de ensino, sobre a situação da homofobia no ambiente escolar, para dar subsídios ao programa Brasil sem Homofobia. A pesquisa foi realizada em 11 capitais das 5 regiões do país e incluiu em cada capital quatro escolas da rede municipal e estadual.
O projeto de pesquisa foi aprovado pelo MEC/SECAD. A metodologia do projeto de pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP em 15 de julho de 2008. De acordo à Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, o Termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) foi assinado por todos(as) os(as) participantes em entrevistas em profundidade e grupos focais. 
Todos/a os/as estudantes menores de 18 anos tiveram assinado o TCLE pelos pais ou responsáveis legais. Um total de 1406 participantes de entrevistas e grupos focais que incluíram Secretários/as Municipal e Estadual de educação, diretores/as de escola, coordenadores/as pedagógicos, educadores, outros funcionários como guardas, merendeiras e estudantes de escolas públicas. 
Os principais resultados da pesquisa mostraram que existe homofobia na escola e houve consenso de que as atitudes e práticas de discriminação e violência trazem consequências sérias para os e as estudantes, que vão desde tristeza, depressão, baixa na autoestima, queda no rendimento escolar, evasão escolar e até casos de suicídio foram relatados. 
A pesquisa também mostrou que embora exista uma política de educação sexual, na opinião de estudantes e de educadores, não há educação sexual de maneira sistemática na escola e não se abordam as diversidades sexuais. Entre os motivos apontados está a falta compreensão sobre a homossexualidade, a falta de preparo de educadores/as sobre o tema sexualidade e diversidades sexuais, o preconceito que existe na escola sobre o tema, o temor da reação das famílias e a falta de materiais para trabalhar o tema. 
Os resultados mostraram também uma invisibilidade da população LGBT na escola, houve consenso de que há mais gays que lésbicas na escola e que travestis e transexuais não estão na escola. As recomendações feitas incluíram realizar cursos de capacitação para educadores/as sobre o tema e disponibilizar nas escolas materiais que permitam acabar com a homofobia na escola. 


Posição atual quanto ao kit Escola sem Homofobia

Os materiais que compõem o kit estão com o Ministério da Educação, especificamente para análise pelo seu Comitê de Publicações, aguardando o parecer final e aprovação. Uma vez aprovados, o compromisso assumido pelo MEC é de imprimir/copiar e disponibilizar pelo menos 6.000 kits. 

Os materiais estarão disponíveis para divulgação somente após a aprovação pelo MEC, quando então a ECOS pretende disponibilizá-los para download no seu site (www.ecos.org.br) e sites parceiros.



Assinam esta Nota Oficial: 

ABGLT - Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, bissexuais Travestis e Transexuais

Pathfinder do Brasil.

ECOS - Comunicação em Sexualidade

Reprolatina - Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e Reprodutiva





MEU BLOG É UM SUCESSO E EU NÃO SOU UMA CANIBAL

A Suzana, muito querida, me enviou um printscreen (eu também sei fazer! Evoluí muito do começo do blog, em janeiro de 2008, pra cá. No início eu, ahn, literalmente tirava fotos da tela do computador, até que o Pedrinho, leitor que se auto-intitulava "meu melhor fã" antes de me abandonar, disse: "Por favor, diga pra mim que você não tirou uma foto da tela do computador". O quê?! Vai dizer que você nunca fez isso?) de um jornal carioca que publicou uma notinha sobre meu blog. É do Destak que, segundo a Suzana, é um “jornal ultra popular e megalido aqui no Rio -– tiragem de 100 mil exemplares que se esgota antes da 9h de toda manhã”. Legal, né? Infelizmente, isso não resultou em aumento de visitas pro blog, mas pelo menos o jornal não publicou nenhuma informação errada (tirando a que o blog tem espaço pra comentários, porque, se depender da vontade do Blogger ultimamente, não tem não. Mas não desistam, leitor@s querid@s! Voltou ao normal no meio da semana?).
Havia potencial pra ser muito pior. Vi um exemplo desse potencial num blog ou site ou tumblr (até agora não sei o que é, e não sei a diferença entre essas três categorias) que me faz chorar de rir. É a capa do Tails (Caudas, daquelas que se mexem, não as de colocar em cima da comida, porque aí seria com L). Não sei quem é Rachael Ray, mas ela foi capa desta revista sobre animais de estimação. A pessoa que fez a matéria achou que vírgula é uma futilidade, e escreveu: “Rachael Ray finds inspiration in cooking her family and her dog”. Com as vírgulas seria (porcamente traduzido): “Rachael Ray encontra inspiração em cozinhar, sua família, e seu cachorro”. Sem as vírgulas a pobre Rachael é uma canibal e o cão na capa é apenas uma breve lembrança.
Até que eu saí no lucro.

Friday, May 27, 2011

ENCONTRO DE BLOGUEIROS DO CEARÁ. APAREÇA LÁ!

Viu como rimou? Então, este sábado e domingo, a partir das 9 da manhã, tem o 1o Encontro de Blogueiros Progressistas do Ceará. Será no Cuca Che Guevara, na Barra do Ceará, e você pode conferir a programação aqui. Se você é de Fortaleza, dê um pulo lá, mesmo que não tenha feito a inscrição. Continua sendo de graça. Se você não é daqui, acho que é possível acompanhar o evento ao vivo por este link.
Eu farei o possível pra ir lá hoje. Amanhã vou com certeza. É que perdi minha carona pra hoje. O maridão ia comigo, mas na última hora ele se lembrou que todo último sábado do mês promove xadrez nas praças, num evento do Sesc. Só sei que o Cuca Che Guevara é meio longe, e eu nunca fui lá. Mas me disseram que passa um ônibus perto da minha casa que leva até lá, e é por ele que eu vou tentar ir. Oremos.
Acho que o encontro será interessante. Infelizmente, a pessoa que eu mais queria ouvir, que era a Luiza Erundina, não poderá ir. Mas é assim mesmo: a gente começa com um plano, e um montão de coisas acontecem no caminho. No final, acabou tendo pouquíssimas mulheres palestrantes, o que é sempre lastimável. Vi que não foi intencional. Participei de algumas (poucas) reuniões da organização do Encontro, e acompanhei todo o esforço do Daniel, do Blog (não oficial) da Dilma. Vamos torcer para que, apesar da ausência da Erundina, tudo dê certo.
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