É melhor ir ver este filme que estreia hoje no Brasil sem saber nadica de nada, porque eles vão contando a história (que é simples e curta) aos poucos. Prometo que não vou estragar nenhum ponto. Um resumo geral é que é sobre um casal que perde o filho, e o jeito que lida com a perda. É basicamente isso (trailer legendado aqui).
Mas que casal! Quem faz a mãe é Nicole Kidman, e o pai, Aaron Eckhart. Ambos estão ótimos. Aaron sempre tá bem e consegue bons papéis (Cavaleiro das Trevas, Obrigado por Fumar, Towelhead). Mas Nicole... Deve ser seu mehor papel desde Dogville, sete anos atrás. E é difícil vê-la sem pensar: por que uma atriz faz isso com o rosto, seu maior instrumento de trabalho? “Isso” a que todo mundo se refere é o botox na testa e o colágeno nos lábios. Não faz sentido pra mim. Atores preci
sam ter expressões, e rugas e linhas fazem parte. E Nicole é bem jovem ainda, tem 43 anos apenas. Dizem que ela começou a aplicar esses troços em 2003. Pra quê, meu deus? Bom, em Reencontrando sua aparência está melhor, se bem que aqueles lábios inchados ainda incomodam, dependendo do ângulo. Mesmo assim, ela voltou a ser indicada ao Oscar. Merecidamente. Perdeu pra Natalie Portman, também merecidamente, a meu ver.
Reencontando a Felicidade é o título mais esquisito em tempos recentes. Tudo bem que o título original, Rabbit Hole (Toca do Coelho), não tem muito a ver, mas colocar
a palavra felicidade num drama tão deprê parece piada. Digamos que eu chorei discretamente, chuif chuif, no começo. Mas quando chegou no meio, na cena do supermercado, eu desabei. Tive convulsões. Chorei durante uns quinze minutos ininterruptos. Felizmente não vi o filme no cinema, mas em casa, senão teriam me expulsado pelo barulho. Meu gatinho Calvin veio duas vezes ficar em cima do meu peito pra ver se eu iria sobreviver. No final meu rosto parecia uma panqueca vermelha.
E só depois fui saber que o drama é baseado numa peça de teatro (de David Lindsay-Abaire) ganhadora de vários prêmios. Pra mim nunca pareceu uma peça. E Reencontrando não tem absolutamente nada d
e chato (embora o maridão tenha dormido, e acordado com água até o pescoço por causa do meu dilúvio). Mas não sei pra quem essa adaptação pro cinema é feita. Não é sobre qualquer perda. É sobre perder um filho, algo bem específico, e diferente de perder os pais. Se eu, que nunca tive filhos, chorei feito uma condenada, fico só imaginando alguém que tenha passado por essa situação tenebrosa que é perder um filho. De
ve ser complicadíssimo suportar o filme. Se eu recomendaria o filme prum casal que passou por isso? Só se eu fosse sádica. E Reencontrando deve ter algum outro objetivo além de deixar Lolinhas com visão turva e cara inchada por dois dias. De repente é pra que o espectador reproduza a Nicole Experience de ficar com lábios de pato? (Tô sendo cruel, desculpe).
A direção é de John Cameron Mitchell (ator e diretor de Hedwig, musical que eu nunca vi). E, só pra você saber, é um dos filmes mais tristes dos últimos tempos.








A direção é de John Cameron Mitchell (ator e diretor de Hedwig, musical que eu nunca vi). E, só pra você saber, é um dos filmes mais tristes dos últimos tempos.
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