

Imagino que todos nós concordamos que a Lola escreve bem melhor do que nós, que somos,

Em primeiro lugar quero dizer que não sou a favor do aborto! Sou a favor do direito da mulher em optar por interromper uma gravidez, de acordo com as situações específicas da sua vida, o que é bem diferente de ser “a favor do aborto”. Mas não é para dar minha opinião sobre a função do Estado na regulação das decisões individuais sobre o próprio corpo que estou aqui.
O que eu quero mesmo é falar de outra coisa: de camisinha.
Infelizmente nossa cultura, ainda extremamente baseada em ideais românticos, nos im

Eu, como a maioria das mulheres, instruídas ou não, tive minha primeira relação sem o uso de preservativo, e continuei usando e não usando esporadicamente, de acordo com o grau de paixão que dava contorno ao meu envolvimento afetivo com o parceiro.
Até que me envolvi com um homem que, pela primeira vez, usava a camisinha com imensa naturalidade, e essa desenvoltura tornou-se uma grande revelação sobre minha própria sexualidade. Não tinha vacilo, estávamos sempre protegidos e isso tornava o encontro muito mais divertido, porque era sem medos; éramos responsáveis. Nossa relação durou pouco mais de um ano e se desfez naturalmente por alguma razão, da qual não me recordo.
Mesmo depois de

Eu e meu parceiro tivemos um filho, e depois dele continuamos a usar preservativo: hoje, quanto mais os anos passam, mais nossa vida sexual se enriquece e a camisinha é praticamente parte do fetiche e a bandeira da liberdade sexual entre nós (somos monogâmicos, há mais de uma década).

Então, acho que foi praticamente natural que um dia meu filho, de 3 anos, viu uma embalagem coloridinha e perguntou o que era, pediu para abrir. Desde esse dia ele diz que é o “Balão do Papai” e sempre pede para abrir uma para brincar. Ele enche de água, brinca como com qualquer outro objeto. Quando vou na farmácia, meu filho pede pra comprar balão do papai, escolhe pelas embalagens e volta faceiro pra casa com ela. Claro que sempre tem quem fique horrorizado em ver uma criança de 3 anos carregando um pacote de camisinha na mão, mas encaro com naturalidade.
Ele não demonstra ainda, como qualquer criança de sua idade, nenhuma curiosidade sobre “de onde vem os bebês”, nem nada parecido. Outro dia me perguntou pra que o papai brincava com aquele balão, e eu disse que era pra por no pinto. E ponto. Falei o tamanho da verdade suficiente, sem criar

Eu conto isso porque acredito que o preservativo deva fazer parte da educação das crianças como um objeto sem tabu. Assim como as ensinamos a escovar os dentes, assim como elas sabem que existe o fio dental, assim como temos molho de pimenta na mesa, ainda que elas não comam. Simples assim. Porque eu quero que o meu filho saiba que o uso do p

Tenho certeza que se atitudes simples assim fossem tornadas políticas de saúde pública, poderíamos discutir o direito ao aborto sob outras premissas, que não a da religião, que não a da dominação de gênero.
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